— CAPÍTULO CINCO —
A Revelação das Chaves
Bum. Outra batida. Duda acordou num pulo, assustado.
— Onde está o canhão? — Perguntou, com a voz grogue, todo confuso.
Que diabos estava acontecendo?
Pensei, meu coração acelerado. Ouvimos um barulho atrás e, antes que eu pudesse virar, tio Válter veio, todo desengonçado, derrapando pela sala. O cara estava com um rifle nas mãos. Agora fez sentido aquele pacote fino e comprido que ele carregava antes. Claro, era um rifle. Só faltava essa.— Quem está aí? — Ele berrou, sua voz forçada soando mais fraca do que ele queria. — Estou armado!
Silêncio. A tempestade rugia lá fora, como um monstro faminto. E então...
TRAM!
A porta explodiu para dentro com um soco tão violento que se desprendeu das dobradiças e caiu no chão com um estrondo que fez a casa toda tremer.
Na entrada, um cara gigantesco. O rosto dele estava totalmente escondido por uma juba de cabelo peludo, tipo uma floresta descontrolada, e a barba? Uma bagunça total, parecia que tinha sido abandonada há séculos. Mas os olhos, olha, aqueles olhos brilhavam como besouros pretos, mesmo com todo aquele cabelo que parecia mais um ninho de ratos.
O gigante se espremeu pela porta como se estivesse entrando em um trem lotado, cada movimento fazia os móveis sacudirem. Ele teve que se curvar, e a cabeça dele quase raspou no teto. Pegou a porta, que parecia tão leve para ele, e a encaixou de volta no lugar como se fosse uma criança brincando de montar. A tempestade lá fora deu uma amenizada, mas ainda fazia um barulho do cão. Em seguida, ele se virou para nós, seus olhos fixos, avaliando a cena.
— Não tem ninguém que possa preparar uma xícara de chá pra nós? — Disse ele, sua voz grave, mas com uma estranha suavidade. — Não foi uma viagem fácil...
Então, ele avançou até o sofá onde Duda estava imóvel, os olhos arregalados de puro pavor.
— Anda, dá espaço aí, gordão — Disse, como se estivesse falando com um móvel qualquer.
Duda deu um grito e saiu correndo pra se esconder atrás da mãe, que, por sua vez, estava lá encolhida, apavorada, atrás do tio Válter. Era uma cena tão ridícula, sabe? Uma família toda tremendo de medo, como se o mundo estivesse acabando.
— Ah, e aqui estão Harry e Harper! — Disse ele, seus olhos de besouro finalmente pousando sobre nós.
Levantei os olhos, ainda atordoada, e encarei aquele rosto selvagem, mas que, de algum modo, agora tinha um toque de suavidade. Ele sorria, ou pelo menos tentava, e isso fez com que suas feições duras se enrugassem de forma estranha.
— A última vez que os vi, vocês eram bebês — Ele continuou, sua voz grave cheia de nostalgia. — Harry, você se parece muito com seu pai, mas tem os olhos da sua mãe. E você, Harper... você é a cara dela. O mesmo olhar, parece ter a mesma força.
Olhei para ele, a confusão refletida em meu rosto.
"Como assim ele conheceu meus pais?" A pergunta ecoava na minha mente, confusa e angustiante. O mesmo olhar, a mesma força? Que raio de conversa era aquela? Sério, o que diabos tá acontecendo aqui?
O Tio Válter fez um som estranho e rascante, como se estivesse tentando engolir um espinho.
— Exijo que saia imediatamente! — Gritou ele, a voz tremendo de indignação. — O senhor invadiu minha casa!
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Uma Potter - 1° Livro
FanfictionEm um mundo onde a magia se entrelaça com segredos obscuros, Harry Potter, o garoto que sobreviveu, enfrenta desafios. Mas ele não está sozinho. Harper, sua irmã gêmea, é uma alma inquieta, uma rebelde que despreza as regras do mundo bruxo e busca...