Divórcio - Siyoon

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Heyoon Jeong pov’s

Hoje era o dia em que meu filho iria para esse tal passeio, e pelo o que eu entendi, teria que mandar o dinheiro para ele comprar o que quisesse lá – com a ajuda da professora – e, se quiserem, alguma coisa para comer, caso não queiram mandar o dinheiro. Mas eu achei o dinheiro mais prático. Quando abri a porta para sair de casa levei um susto ao ver Sina prestes a tocar a campainha.

— Desculpa — falou rindo.

— Para de rir — resmunguei e ela riu mais.

— O.k. parei, perdão. — Apertou os lábios. — Oi, filho. — Beijou o rosto do menino.

— Mamãe, eu vou para o circo!!

— Eu sei, meu amor.  — Sorriu brevemente. — Achei que já tinha levado ele.

— Ele entra mais tarde hoje por causa desse circo aí — expliquei. — Eu estava indo agora. Se veio aqui achando que ele não estava, foi pra quê?

— Conversar — falou, estranhamente sério, me deixando preocupada.

— Sobre?

— Depois conversamos.

— Quer esperar? Eu vou levá-lo e volto.

— Prefere? Eu posso voltar outra hora se quiser.

— Pode ficar aqui. — Ela deu de ombros. — Eu volto logo, fica à vontade. — Passei por ela e coloquei Andrew na cadeirinha.

Confesso que o caminho todo eu estava pensando o que Sina tinha para falar comigo. Ela poderia querer assinar os papéis do divórcio, poderia querer falar sobre Andrew, conversar sobre a pensão, ou sobre alguma coisa que aconteceu no trabalho dela, ou com meu filho enquanto eles estavam lá, ou talvez ela queira conversar para, sei lá, talvez voltássemos? Ou – o que eu espero que não seja – ela queira dizer que está se relacionando com alguém, quer dar entrada com os papéis e apresentar nosso filho para a pessoa.

Eu estava nervosa e com medo. Na verdade, eu não queria me separar dela. Eu não queria ter que assinar os documentos para nos divorciar, não queria ter que recorrer à justiça para falar sobre a guarda e a pensão de Andrew, não queria que ela mudasse definitivamente de casa, não queria que ela se afastasse. Eu queria ela, comigo, como éramos antes.

Queria dizer que Sina Deinert é minha esposa e voltar a usar aquela aliança que, no momento que ela disse que sairia de casa, eu tirei e, consequentemente, ela tirou também. E isso foi horrível, porque eu tirei num momento de raiva e surto, ela viu que eu estava sem, falou “caraca, você realmente está solteira”, e tirou a dela também. Nem sei se ela ainda tem, mas a minha está guardada.

Tentei respirar fundo e ficar calma.

Depois de entregar o dinheiro para a professora e falar várias coisas para meu filho, como: não saia de perto da professora, não corra, obedeça ela, se comporte e... Enfim! Vocês entenderam. Eu voltei para casa.

Assim que estacionei na garagem e desci, fiquei confusa por ver mais um carro ali, além do de Sina. Me aproximei da porta de entrada e pude ouvir vozes altas, e nenhuma era de Sina. Entrei na minha casa e tive vontade de surtar ao ver minha mãe e meu pai ali. O homem estava sentado olhando para a televisão e minha mãe praticamente gritando com Sina, que estava sentada na poltrona, nem olhando para a mais velha.

— Você acabou com a minha família, Deinert! O que está fazendo aqui, afinal? Vocês não estavam separadas? O que faz na casa da minha filha? Espero que seja para trazer os papéis do divórcio.

— Quer saber, Jane?Eu cansei. — A voz alta de Sina se fez presente e pela primeira vez ela levantou a voz para a minha mãe. — Eu cansei de ouvir você dizer que eu acabei com sua família, que eu desviei Heyoon, que eu a levei para o mau caminho, que eu apareci na vida dela para foder com tudo, que meu filho não merece ter eu como mãe e que você tem dó de ele ter duas mães, ainda mais uma delas ser eu. Eu escuto todas suas frases homofóbicas desde que eu decidi que iria ficar com Heyoon e ela aceitou. E eu venho ouvindo calada, mas eu cansei, ok? Eu não vou brigar com a senhora, não vou faltar com respeito, eu nunca fiz isso e não será agora. Mas, olha, você tem o que sempre quis, separar Heyoon e eu. Claro, não foi por você que terminamos, e sim porque nós decidimos isso. Sei que está perturbando ela todo dia para assinarmos logo os papéis do divorcio, sei disso porque sei que quer se gabar por nós não termos ficado juntas. E não, ela não me falou nada, eu deduzi e pela sua expressão eu estou certa. Mas, respondendo suas perguntas, nós estamos separadas, e eu vim aqui falar com ela exatamente sobre os papéis do divórcio. Feliz?

Senti meu estômago embrulhar. Aquelas últimas palavras entraram em meu coração como uma faca. A frieza na sua voz quando falou que veio falar comigo sobre isso me doeu. Ela não estava nem mais com o mesmo brilho de quando eu encontrei ela com Andrew na segunda-feira. Isso era doído.

O que me doeu mais foi que, assim que ela terminou, a loira desviou o olhar de minha mãe e encontrou o meu, ficando surpresa ao me ver ali. Ela abriu um pouco a boca e vi seus olhos ficarem escuros. Ela engoliu em seco e suspirou.

— Feliz? Eu estou radiante por saber disso, Sina — minha mãe falou sorrindo. — Finalmente você vai deixar nossa família em paz.

— O que está acontecendo aqui? — perguntei engolindo um nó que se formou em minha garganta.

— Filha!! — A mulher se virou para mim com um sorriso enorme. — Vim te ver, meu amor!!Você e Andrew. Senti saudades. Mas aí encontrei essa aí aqui — fez uma careta —, mas enfim, me dê um abraço.

— Não encosta em mim! — Desviei.

— Oi, Heyoon — meu pai falou sem desviar a atenção da TV.

—  Filha, tenho uma novidade!! — exclamou animada. — Adivinha o que Sina veio fazer aqui?

— Sai da minha casa, mãe — falei e ela fechou a cara.

— Como é?

— É, isso. Saia da minha casa.

— Está me expulsando, Heyoon?

— Sim, estou. Saiam logo. — Ela me encarava nos olhos. Os meus já estavam marejados. — Eu não vou ficar ouvindo você falar mal da Sina ou da gente. E eu também não sou obrigada a ver vocês comemorando porque meu casamento acabou.

— Pois saiba que eu estou muito feliz com isso e que estaremos até soltando fogos de artifícios, o melhor dia da minha vida — meu pai falou rindo e levantou.

— Sai, porra! — mandei, falando mais alto.

Minha mãe me olhou por alguns segundos e pegou a bolsa, saindo com meu pai e batendo a porta. Fechei meus olhos respirando fundo.

É... Ela realmente veio.

Meu mundo caiu. Saber que a mulher que eu mais amo na vida está aqui para pedir uma separação total. Perdi o amor da minha vida, vou sofrer com isso, vou ver meu filho sofrendo com as mães separadas e sem chances de voltar.

Eu segurei as lágrimas por estar com os olhos fechados, não queria desabar na frente dela, esse tempo todo me demonstrei forte, não será agora que eu vou chorar. Muito menos para se parecer fraca e frágil e ela acabar mudando de ideia por isso.

Mas, sim, eu estava sem chão

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Eita 👀

E aí, como vocês estão?

Conta como foi ler o cap? Alguma teoria? Desabafam e não me mate, pfvr

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Eu tô extremamente feliz por ter tirado a maior nota da sala nas duas provas que eu fiz do curso, então resolvi postar capítulo, aproveitar meu bom humor 😁

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Bom, qualquer erro me avisem, como sempre :)
Votem e comentem se puderem, ajuda bastante hehe

Até mais, gente 💚