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Eu estava sentada no jardim enquanto lia um livro qualquer, mas estava conseguindo me distrair. Até eu escutar um grito familiar.

__ Vio!__ olhei pro lado rapidamente vendo meu irmãozinho correndo até mim.

__ José...__ me levantei rapidamente e ele pulou em meus braços me abraçando.

Eu comecei a chorar, ele estava bem!! Beijei sua bochecha várias vezes, sentindo o seu cheirinho de bebê. Deixei ele no chão me ajoelhando em sua frente, peguei seu rosto analisando cada centímetro.

__ Você está bem? Alguém lhe machucou?__ pergunto e ele sorri passando as mãozinhas pequenas pelo meu rosto.

__ Naum. Eu estava com a Dionísia.

__ Quem é essa?__ perguntei rindo.

__ A senhora que contratei para cuidar dele.__ a voz do rei fala atrás de mim.

__ O rei é tão legal!__ José fala dando pulinhos.

Me levantei virando para trás, ele estava lá com o seu sorriso convencido como se tivesse esfregando em minha cara. Eu nem podia falar nada, ele tinha cuidado do meu bem mais valioso.

__ É... Obrigada, meu Rei.__ falei fazendo a referência.

__ Achei que já tínhamos passado pelas formalidades.__ ele fala rindo.__ vamos entrar, irá cair uma tempestade das grandes.

Ele e José saíram na frente e eu fiquei tensa, não gostava de tempestades e nem sabia o porque. Todas as vezes em que tinham tempestades, eu tinha pesadelos, mas nunca me lembrava dos meus sonhos.

Já estava escuro, quando entrei meu irmão estava comendo na mesa de jantar e o Rei estava com ele. Eu fiquei olhando de longe, meu irmão merecia morar em um lugar como este.

Subi para o meu quarto para fechar as janelas. Peguei uma camisola qualquer, estava até um pouco gasta. Caminhei para o banheiro e tomei um banho de banheira relaxante, a noite ia ser longa.

Quando fui deitar-me, um trovão ecoou e fez um estrondo enorme. Eu segurei o grito que ficou preso em minha garganta... Apaguei as luzes, mas deixei o abajur acesso. Me cobri inteira, com medo.

Logo eu consegui dormir, tendo sonhos estranhos em que não conseguia lembrar-me.

__ Eles virão atrás dela!

__ Entregue ela para mim, eu cuidarei dela.

__ Assim eles mataram você também, irei dar um jeito nisso.__ entregou o bebê nos braços de sua mãe.__ eu volto logo, prepare chá para mais tarde.

A mulher beijou a cabeça de sua filha e de sua mãe e saiu pela grande floresta no horizonte. A mulher que estava com os bebês no colo estava aflita, com medo pela sua família.

__ Se não me entregar essa menina, irei lhe matar!

__ Eu não lhe entregarei, ela não pertence a você. Não pode fazer isso só por ela ser o que ela é.

Ele apontou uma arma para a cabeça da criança que estava dormindo no colo da mulher. Ela ficou assustada, com medo pela criança.

__ Eu não tenho escolha, irei matar a criança. Ela não deve estar aqui, sabes muito bem disso.__ ele puxou o gatilho para matar a bebezinha.

__ NÃO!__ outra mulher gritou.__ NÃO MATARÁS MINHA FILHA, ANTES DE EU MESMO LHE MATAR, SEU FILHO DA PUTA!

Depois disso só foram tiros para todos os lados, a mulher saiu correndo junto com a bebê tentando ao máximo protege-la. Quando chegou perto de uma cabana, deixou a bebê em frente a porta com o coração partido. Bateu algumas vezes e correu, mas antes viu um homem pegando a bebê no colo.

Quando a mulher voltou, sua filha estava morta no chão. Havia uma poça de sangue em volta da mesma, ela correu gritando pelo o seu único bem, mas já não adiantaria nada.

Os barulhos de tiros faziam tanto barulho em minha cabeça que eu sentia que estava gritando, eu não conseguia ver o rosto das pessoas, mas sentia a dor como se fosse em mim.

Eu ia me aproximando da mulher que estava atirada no chão sangrando. Me abaixei e vi seus olhos abertos, verdes.

Quando eu ia tocar o seu rosto para saber quem é, ela pegou forte em meu braço.

__ Isso é tudo culpa sua!__ ela falou, mas mesmo assim não conseguia ver seu rosto.

PovSamuel:

Eu ouvia gritos do meu quarto, corri para o quarto ao lado preocupado, vi José batendo na porta de sua irmã desesperado.

__ Samu, ela não pode ficar sozinha em dias chuvosos. Abra para mim entrar.__ ele nem parecia uma criança falando desse jeito.

__ José, vá deitar. Eu irei cuidar disso.__ ele ficou meio receoso, mas foi.

Eu peguei a chave de deu quatro em meu bolso e abri. Quando entrei acendi as luzes e vi ela se debatendo e gritando na cama, me partiu o coração.

Ela gritava alto, parecia estar sofrendo, agoniando em seu sono. Eu segurei em seus ombros e a sacudi chamando.

__ Acorda Violeta!__ ela abriu os olhos assustada e se sentou na cama rapidamente. Ouvi ela chorando, o que se passava?__ ei?

Toquei em seu ombro e ela de virou me abraçando forte. Eu fiquei sem reação no começo, mas logo a abracei de volta sentindo seu cheirinho de flores.

__ Fica aqui, por favor... Não quero ficar sozinha, não quero!__ ela falava compulsivamente, estava desesperada.

__ Calma Violeta, vai ficar tudo bem. Não irei lhe deixar só.__ ela deitou sua cabeça em meu peito chorando como um bebê.

Eu deitei na cama ao seu lado e puxei ela para mim. Ela me apertava forte, chorando alto e soluçando. Eu não sabia muito bem como acalmar alguém, mas estava tentando pelo menos e parecia estar dando certo.

Ela acabou dormindo novamente enquanto chorava. Eu quase chorei junto vendo o seu estado, me deu pena de ver.

A protegida do Rei.Onde histórias criam vida. Descubra agora