A protegida do Rei.

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A leitura do testamento foi rápida, meu pai havia deixado uma grande quantia para mim. Na verdade, ele dividiu toda a sua fortuna em três, deixou casas e lugares comprados por ele para filhos e netos. Fiquei um pouco em choque quando vi as casas que ele havia deixado para José, não imaginava que ele fosse deixar até para ele.

Nós jantamos juntos, eu, Kate, marido de Kate e Samuel, ao meu lado. Eu falava algumas vezes baixinho para ele que se comesse tudo eu iria voltar para levar sua refeição amanhã, ele rapidamente comeu toda a comida que estava em seu prato.

Era a única forma de faze-lo comer, dando algo em troca para ele que era a minha companhia. Ele estava parecendo uma criancinha birrenta, mas eu gostava de ficar ao seu lado.

Depois do jantar, me despedi de minha irmã e de seu marido, eles foram para seus quartos e Samuel me levou até a porta.

__ Você quer companhia?__ ele perguntou.

__ Não, vou á cavalo.

__ Você vira mesmo amanhã?__ ele pergunta com um pequeno sorriso em seus lábios.

__ Sim, você cumpriu com a sua parte. Até amanhã, Samuel.__ falei simples.

{...}

Quando cheguei em minha casa, minha avó ainda estava acordada. Contei a ela a fortuna que eu havia herdado de meu pai e ela nem ficou surpresa. Eu lhe contei meus planos futuros com esse dinheiro, o primeiro era que eu queria sair daqui e morar em outro lugar, essas terras só me trouxeram mal.

__ Então irá se mudar para uma das casas de seu pai?__ minha avó pergunta.

__ Iremos. Você irá comigo e com José, não quero ficar longe de você.

Ela sorriu e caminhou até mim me dando um abraço caloroso e quente, como de uma verdadeira mãe.

__ Meu lugar é aqui, mas se sua vontade é essa eu ficarei feliz. Podemos escrever uma para outra, e eu posso ir em sua casa.

__ Mas vovó...

__ Pensaremos nisso depois, tome um copinho de leite e vá dormir, amanhã terá que fazer muitas roupas.__ concordei com a cabeça.

__ Boa noite!__ desejei a ela.

Subi para o meu quarto, onde eu compartilhava com José. Coloquei uma roupa leve e me deitei em minha cama, rapidamente caí em um sono leve e gostoso.

No outro dia, me levantei cedo e fui tomar um banho para começar o meu dia movimentado. Levei José até sua escola e depois voltei para minha casa, trabalhei até tarde, quando vi já eram 17:42.

__ Puta merda!__ falei me levantando.

__ O que foi?__ minha avó perguntou preocupada.

__ Não fui até a casa de Samuel, ele não deve ter comido. Eu vou agora, pode terminar esse vestido para mim? É o último hoje.

__ Termino sim.__ ela fala se sentando no lugar onde eu estava.

Montei no cavalo rapidamente e fui correndo. Não eu, o cavalo... Enfim.

Quando cheguei, subi para o quarto de Samuel para saber se ele não havia de alimentado mesmo sem eu vir.

Quando bati na porta, não ouvi resposta, então presumi que ele estavas no banheiro. Entrei no quarto devagar, e quando o vi jogado no chão me assustei muito.

__ Samuel!__ falei alto caminhando até ele.

Vi primeiramente se ele estava com pulso, já estava começando a me desesperar. Dei um grito chamando por Kate ou algum funcionário, rapidamente alguns seguranças apareceram e me ajudaram a colocá-lo na cama.

__ Ligue paga algum médico!__ falei para a funcionária que ficava olhando igual uma idiota.

O médico não demorou nada, passou um soro na veia de Samuel dizendo que ele estava muito fraco e precisava se alimentar melhor e com coisas que lhe fariam bem. Me senti culpada novamente, eu deveria ter vindo mais cedo hoje.

O doutor disse que ele estava com a glicose baixa, estava fraco e isso podia resultar em vários problemas de saúde. Eu não queria que isso acontecesse com ele, eu o amava e não queria vê-lo doente.

Eu fiquei com ele o dia todo, ficava só dormindo, cansado. Quando acordou, apertou minha mão sorrindo para mim.

__ A-achei que não fosse vir.__ sua voz estava bem fraca, quase não entendia o que disseste.

__ Você quase me matou de susto.__ falei tentando controlar minhas lágrimas.__ você precisa de alimentar melhor, eu não vou estar sempre aqui para cuidar de você.

__ O que está querendo dizer com isso?__ ele tentou de levantar, mas eu o impedi.

__ Eu não vou continuar aqui por muito tempo, irei me mudar para uma das casas que nosso pai deixou.

Ele arregalou os olhos, vi seus olhos ficarem tão tristes que quase me arrependi de ter aberto a minha boca.

__ Por que irá?__ ele pergunta.

__ Este lugar me fez muito mal, quero ir embora e recomeçar a minha vida.

__ Sem mim?...

__ Isso não importa. Vejo que está melhor, irei pedir para uma das cozinheiras fazerem algo para você comer, tem que se alimentar melhor.

Ele ficou olhando para um canto do quarto, não me respondia, eu saí do quarto também não esperando uma resposta sua. Fiquei até tarde em sua casa naquele dia, cuidando dele e passando todos os remédios que ele havia de tomar. Como eu disse, o amo muito para vê-lo sofrendo por algo que só vai o consumindo.

Isso até parece uma droga, quando vê, já está totalmente destruído. Ele já não tinha seu porte físico forte, estava magrelo. Eu o achava lindo dessa forma do mesmo jeito, mas sabia que ele estava daquela forma porque sofria.