Capítulo 15 - Meggie

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Eu precisava controlar. Não podia matar ninguém novamente. Principalmente agora, sabendo que Victória mataria qualquer lobosimem que ferir um inocente. Mas a sede por sangue que havia em mim era maior. Eu anciava por uma presa.

Eu corria pelas ruas da cidade em uma velocidade que qualquer humano normal nunca conseguiria atingir, pronta para atacar qualquer um que cruzasse meu caminho. Mas algo me faz parar. Uma flecha passa de raspão em meu rosto, acabando parar fincada na parede. A ferida doia e estava demorando para se curar. Olho na direção de onde a flecha havia sido lançada e vejo uma silhueta feminina segurando uma besta e dois outros caras, com armas na mão. Engulo seco. Eram eles.

Paro de correr imediatamente. E vou dando alguns passos para trás.

- Olha só o que temos aqui.. -fala Victória com um sorriso diabólico enquanto andava devagar na minha direção.- uma Beta assassina, vai ser um prazer matá-la.

Ela posiciona sua besta e atira outra flecha, me abaixo rapidamente e começo a correr na direção contrária. Com toda certeza, as pontas das flechas eram de prata. Qualquer um sabe que prata é letal para lobisomens. E se eles são caçadores, é meio obvio que estão armados com isso. Tento ir o mais longe possível deles, mas não estava funcionando. A diretora estava de carro. Se seguisse a minha vontade, teria voltado e arrancado a cabeça deles ali mesmo. Mas era arriscado de mais. Sigo o caminho de volta para a casa de Candice. O problema é que eu mal lembrava onde era e a diretora e seus "capangas" estavam no meu pé. Droga, droga, droga. Eu precisava me esconder, eles já estavam me alcançando.

Entro em um beco escuro e me encosto ao lado uma parede. Fico atenta, escutando o barulho do carro e a voz de Victória. O que foi fácil, graças a minha audição aguçada de lobisomem. Eles passam direto. Suspiro aliviada.

Me levanto e vou andando em busca de minha presa, um instinto assassino crescia em mim cada vez mais. Avisto uma garota loira parada em pé. Seus cabelos estavam molhados, ela estava descalço e vestia um vestido verde liso. Ótimo. Na verdade, péssimo. Eu não conseguia me controlar. Solto uma espécie de uivo e vou andando na direção da garota que estava de costas. Minhas garras estavam a mostra e eu estava pronta para atacar. Ao chegar bem perto, observo bem a garota. Ela era muito familiar. Ela parecia... Katherine. Apesar de não ter ido muito com sua cara, eu não podia mata-la. Tento controlar meu instinto assassino, mas é em vão. A menina se vira, com uma expressão séria. Antes que pudesse ataca-la, a garota abre a boca e solta um longo grito. Alto, fino. Uma mistura de dor e pavor. Meus ouvidos chegavam a doer.

***

Acordo cedo e na casa de Petter, por incrível que pareça. Eu não me lembrava de muita coisa. Mas independente do que havia feito, eu precisava ir pra escola. Me levanto e me arrumo rapidamente. Desço as escadas, todos estavam na mesa do café. Não vejo a hora de poder voltar para casa.

- Bom dia, Meggie. -fala minha mãe sorrindo.

- Vamos logo, Petter. -digo enquanto pegava minha mochila e saia da casa.

Petter corre e vai andando ao meu lado.

- Onde esteve ontem? Nós ficamos preocupados. -ele entra no carro.

- Estava na casa de Candice. -entro no carro logo após ele.

- Desde quando são amigas?

- Não posso mais fazer amigos? -ergo uma sobrancelha.

- Meggie, vocês quase brigaram esses dias para trás. Fala a verdade.

- Estou falando! -falo começando a me irritar. A ideia de contar a verdade para Petter me vem a cabeça.

Esqueça isso, Meggie. Só vai piorar as coisas. Penso.

- Petter, posso fazer uma pergunta?

- Claro, o que?

- Ahn.. Você acredita em seres sobrenaturais? Fantasmas, vampiros.. -falo olhando para baixo.- Lobisomens. -olho para ele.

- Por que quer saber disso? -pergunta o garoto franzindo a testa.

- Nada, esquece. -respondo.

- Pode parecer loucura, mas eu sempre acreditei. -fala ele.

- Você acha que Blake e Kevin foram mortos por.. Algo do tipo?

- Eu não sei, não vi os corpos.

- E se descobrisse que alguém "próximo" é um desses seres e matou meu irmão e seu amigo? -falo séria enquanto o encarava, com medo da resposta que viria. Eu nem sei por que estava conversando sobre isso com Petter.

- Meggie, você está me dando medo. -fala ele franzindo a testa com um pequeno sorriso.

- Apenas, responda!

- Nunca conseguiria olhar para essa pessoa da mesma forma. Eu não sei, tenho certeza que ninguém aqui é uma criatura sobrenatural.

Engulo seco. Petter NUNCA poderia saber que eu sou o que sou. Não que eu me importasse com ele mas.. Ah, quem estou querendo enganar. Estou começando a me importar sim. Saio do carro e vou andando rápido em direção ao colégio, deixando o garoto para trás.

Precisava falar com Elizabeth sobre ontem. Procuro por toda escola, mas não a achava.

- Meggie! -alguém me chama. Me viro para ver quem era. Newt e Freddie.

- Ue, cadê a loira oxigênada? -pergunto, me referindo a Candice.

- Ela não veio para aula.

- Por que?

- Isso não vem ao caso, ok? -fala Newt.

- O negócio é que, depois que você foi embora feito uma louca ontem, algo tentou me matar. Ou melhor. -fala Freddie.

- Ta, idai? -respondo.

- Acho que o termo "sacrificar" seria melhor. -diz Newt.- Nós não sabemos quem está fazendo esses sacrifícios, mas já sabemos o que.

Franzo a testa, prestando atenção na conversa.

- E o que seria? -pergunto um tanto curiosa.

- Um darach.

- Alliszpizza (Annie_Bells)

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