Assalto Ao Banco —
Cansei dos sonhos, exausto dos pensamentos
(Cada artéria está doendo)
Cansado de encarar minha pequena vida
Lamentando por muito tempo na frente do espelho.Não ligo para meus pais há dois anos
A secretária eletrônica tristemente sem nada
E nenhum deles tentou me telefonar
Uma corda cortada, tirando-me tudo que me fazia uma pessoa a ser amada.Os dias continuaram, e a noite pode custar caro
Não só um chute no papo, mais do que um braço cortado
Portanto, como ratos, rastejo até um aliado
Garotos falam com garotos, e a procura tinha acabado.Estava velho demais para só divertimento
Vazio demais para pensamentos
E ele teve a brilhante ideia de assaltar um banco
E o que achava? Estávamos perdendo tempo.Não... Não queria fazer isso, mas minha barriga roncava
Cansado de usar mordaças, fitando sobre a lâmpada, traças.Naquele dia, peguei a contramão, esperando no carro com um cigarro na mão
E vi meu parceiro sair do prédio com o saco de dinheiro
Ouvindo em seguida um tiro e um gemido de desespero.Pena que só tinha um assento sobrando
(Era ele ou o saco)
Tínhamos assaltado um banco, porém só um saiu ganhando
Coitado, ficou para trás, os pneus acelerados na estrada
Não me importa em ser errado
Não me custou nada
Mais perto do meu sonho, sinto o fim do pacto
Abandonando traças.
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Bairro Novo
Short StoryBairro Novo é um trabalho sombrio, uma mistura do gênero conto e poema, formando assim uma história e uma narrativa potente que carrega o álbum até o fim. É sobre um grande descontentamento com a realidade, sobre sonhos irrealistas e a maneira sar...