Fumaça

12 4 9
                                    

Fumaça —

Os céus estão despencando, e a manhã raia
Não é culpa minha que o mundo é tão horrível
Eu tento manter o crível
E só peço uma coisa, meu desejo egoísta...
Eu tento crer nisso.

Não estou acanhado a usar as pernas
Ao caminhar, elas doem
Entretanto, me arrasto, novamente a sós.

Às vezes me deito na escuridão
E me agarro aos pesadelos, que já me deram tanto medo
Estou tentando romper um ciclo
Reavaliando com um selo, o tempo é um doce veneno.

Uma semana que não fumo
É estranho está tão puro
Sóbrio, não tão em apuros.

As terras estão rachando, e a noite penetra
Não é culpa minha
E só peço um pouco de sanidade
Eu tento me manter crível
Meu desejo egoísta, é feito das piores saudades.

Se ele pode ser feliz, por que eu não?
Se ele pode seguir, eu me permito o perdão
E a fumaça se evapora, ao mundo afora.

Todos os dias ruins, todas as noites que me contive
Remoendo, eles dizem... O que eles dizem?
Um ninho, uma vizinha, um sonho
Estou recomeçando, uma vida retornando.

- É, sou eu, obrigada por atender a ligação...
Há perdão para todos nós
E eu ando, posso andar
Há perdão, não diga não
Há perdão...! Sou minha própria provação.

Não sou um delinquente, sou o filho arrependido do bancário
Um sobrevivente.

- Desculpe por ter demorado tanto, sim, também estive preocupado
- Saudades – um pouco de sanidade.

Somos sobre o ar, um enorme avião
Perfurando uma fumaça
Não diga não
Não diga não.

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Bairro NovoOnde histórias criam vida. Descubra agora