Lembranças —
Era noite, e eu fumava mais dois maço de cigarro
Havia perdido meu lar
Havia perdido meu espaço.Gosto de me sentar em um banco na cidade para sentir a brisa do oceano
E nesses dias, me sinto esmagado por um gigante
Pisando seu pé em meu pescoço
Tirando-me o fôlego
Sou ultimamente um inútil tronco.E a vozinha vai desaparecendo
Me deixando menos desperto
Porém ainda é o mesmo peso
A visão embaçada, em um nevoeiro denso.O mundo se resume a só um lugar
E você sabe aonde ele deve ficar
Aonde todas as nossas esperanças querem morar
Mas ele nunca, nunca, nunca será como um lar.Você se sente pesado
E não sabe o que isso é
Apenas não pode se erguer
Incapacitado de enxergar, já que as lágrimas não permitem
Perdeu sua fé.O gigante não tem piedade
Mas você não possuí resposta
Só entende, que a vida é pesada
E então, vê que esse peso é você e sua maldade.Meus gritos sufocados
O pescoço estrangulado
Sou apenas um inútil tronco barato.Sua vida é uma fumaça turva
Sua vida é triste e pouco simbólica
(Sem glória)
Então sente-se nesse banco comigo
A sua vida, é igual a minha
Somos tristes corações vizinhos.Não importa, nunca será como um lar
Esse lugar
Paramos de acreditar
Sentindo o peso
Perdidos no nevoeiro denso
Somos nosso próprio peso, puro desespero.
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Bairro Novo
Short StoryBairro Novo é um trabalho sombrio, uma mistura do gênero conto e poema, formando assim uma história e uma narrativa potente que carrega o álbum até o fim. É sobre um grande descontentamento com a realidade, sobre sonhos irrealistas e a maneira sar...