Sorria —
Sorrisos, sorrisos
Mas quem está sorrindo?
Mentindo. Todos tristes, e eu não me importo se você se feriu
Só rio
(Rio)
Um rio sem água, a terra desidratada.- Sorria para a fotografia...!
Vamos ser honesto, o que você come não é feito para se comer
Não estou pedindo para mudar suas estúpidas ideologias
Isso é com você.Corremos para a praia, corremos o mais rápido
Suba no barco!
O pôr do sol inigualável, logo será o feitor do nosso assassinato
Retornaremos a nosso ancestral, dono do espaço.Mas infelizmente, por enquanto estamos aqui, esteticamente manipulados.
E toda vez que estou passando pelo meu bairro
Vislumbro sua bela cerquinha
(Minha vizinha)
Meu sonho se tornou realidade, mas não na minha pobre vida.Sua casa, o belo jardim, as cortinas bem cuidadas
Ela é tudo que sempre quis...!
Me sentindo obrigado a sorrir
(Sorria!).E toda vez que corro na frente da sua calçada
Sinto-me invadindo uma fotografia
Que não me pertence, ela não é minha
Desejo roubar sua perspectiva, e viver pelo seu ponto de vista.Sorrisos, sorrisos
Mas quem está sorrindo?
Estou mentindo...Ela leva seus filhos à creche todas as manhãs, passeia com o cachorro
O marido a beija ao chegar do trabalho
Seus vestidos, é uma fotografia linda!
Só não é minha
Ela é tudo que sempre quis na minha vida.Então sorria, porque o sol ainda não explodiu
Ria! Faça como eu... Finja.
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Bairro Novo
ContoBairro Novo é um trabalho sombrio, uma mistura do gênero conto e poema, formando assim uma história e uma narrativa potente que carrega o álbum até o fim. É sobre um grande descontentamento com a realidade, sobre sonhos irrealistas e a maneira sar...