Fúteis (Não Literal) —
Encaramos em nossos telefones notícias ruins
Tsunamis, terremotos, furações, e nossas paredes parecem tão frágeis...
Estava na rua ontem, e os cachorros para mim latem
Não sei se estão ainda vivos no hoje, livres e selvagens.Eu conheço de perto o horror
As partes mais obscuras de um hospital
Sangue animal, tiro policial, tudo isso que você diz ser:
“Sensacional”.No reflexo do espelho do banheiro, o mesmo rosto que esteve lá
Que reconhece as piores partes de um bar
Que conhece os piores trechos para se visualizar.Admita, o sangue que vê não chega perto do real
Seu suor frio no hospital
Carne animal, bala teatral
Seja mais literal.Tocamos doenças na mesa, elas nunca estão lá de verdade
Nos acreditamos que realmente existe marte? Ou será outra programação?
Outro disfarce? (É feito pelos cientistas, miragens).A janela grita o ranger do trilho do trem
E eu lembro quando era um pobre cachorro de rua
Era dos restos, um refém.No reflexo do espelho, o mesmo rosto
Que sofreu tanto
Já me perdi em uma floresta, caí sobre pedras aos prantos
E tudo aqui é tão frágil... Delicado
Um infortúnio
Algo puro, me tornou tão fútil.Na primeira fileira da ópera, eu deveria me orgulhar dessa forma?
Sósias, trocas, falso gosto de glória
E está nevando do lado de fora.
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Bairro Novo
Short StoryBairro Novo é um trabalho sombrio, uma mistura do gênero conto e poema, formando assim uma história e uma narrativa potente que carrega o álbum até o fim. É sobre um grande descontentamento com a realidade, sobre sonhos irrealistas e a maneira sar...