Chave —
Alguém anuncia com trompetes
É triste, mas é a verdade
Não sei até onde estou me afetando
Sinto-me divididos em milhares de partes
Pelos lençóis, me revirando.
Se as ruas me levassem a algum lugar, eu teria mais prazer em dirigir
Leia placa, a beira do penhasco
“Saía!”, não posso me atrasar, se não meu chefe pode me demitir.
É triste, mas é a verdade
Seu sonho não existe
Porque você precisa ter mais humildade
São coisas trancadas por chaves.
Se eu morrer hoje à noite, morrerei feliz
Não me importo com os sinais, ou com as marchas
Eu sou da estrada! As veias interligadas a alma
O semáforo cortando a escuridão
As luzes são o caminho para o céu, a escada
As ondas batendo na navegação.
Há uma faca profunda nas minhas costelas
Que não me permite seguir a angelical passarela
E toda vez que rio, ela risca meu coração, sinto os hematomas e sequelas
Só tenho medo de a tirar
Serei ainda a mesma pessoa, ou estarei em mais uma cela?
Leia a placa, está em zona de perigo
Escute-me quebrar o trinco
São sinos! São sinos!
Não tenho dormido, as noites me consomem
Os fantasmas, possuem fome
E toda vez que rio, a faca me machuca
Profunda.
É demais clamar mais um segundo respirando?
Estou sonhando, então devo acordar:
Lembrando.
Não quero mais problemas
Só um pôr do sol na praia
E que minha vida seja mais organizada.
Para a costa vou, dentro da minha mente
Para costa dirijo, sou da vida um delinquente
(Dentro da minha mente)
Vou para a costa
Você sente? Sente?!
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Bairro Novo
Short StoryBairro Novo é um trabalho sombrio, uma mistura do gênero conto e poema, formando assim uma história e uma narrativa potente que carrega o álbum até o fim. É sobre um grande descontentamento com a realidade, sobre sonhos irrealistas e a maneira sar...
