Coisa de gato

Short Story 2

Era o momento. O dia mais importante da minha vida. Eu iria pedir, e oficializar, de uma vez por toda, o meu namoro com a Leona.

É o Troy! Eu sou o cara. O cara que estava se borrando de medo de pedir a gata mais gata do mundo em namoro. Sim, isso é estúpido. Na verdade, eu sou estúpido. E eu sempre repito isso no café da manhã. "Bom dia, eu mesmo. Nossa! Você está estúpido hoje!" "Obrigado, eu mesmo! Você também! "

Agora...Você deve estar se perguntando como eu consegui o computador da Mik, para escrever isso. Simples. O Seth o levou de bandeja para a minha casa essa tarde. Nos dois lemos a história que ela estava escrevendo, e eu achei que ela tinha escrito muito pouco sobre mim. Então, eu combinei com o Seth que, em troca de ensina - lo a mexer no computador, eu poderia escrever uma parte da história também.

Voltando ao assunto...Sim. Leona. Olhos azuis escuros, que ficam te observando. Cauda bege, que fica serpenteando por aí. Postura de líder de torcida (ela as odeia, porque a torcida que elas levantam faz os tímpanos dela estourarem). Nariz perfeito. Beijo... calma. Você não precisa saber sobre o beijo!

Sim. Eu cheguei na escola, e fui para o meu armário. O meu TÃO organizado armário. Depois de uma escavação arqueológica, achei meu material de Matemática (com mofo e tudo!). Na verdade, meu armário não tinha uma boa limpeza havia dois anos.

Depois, fui para a entrada, esperando os meio - gatos. Quando eles chegaram, sorriram para mim, e me cumprimentaram. Sabe qual foi a primeira coisa que o Seth me perguntou? "Cadê a Mikaila?!" (Não me bata, Seth! Você sabe que é verdade!). Quando ele já tinha ido embora (correndo) a Leona finalmente veio falar comigo. Ela tem esse ar de "Irmãos, tomem a linha da frente! Deixem os restos comigo". Tradução: Troy, fale com eles primeiro.

Mas vale a pena. Ela não gosta se ficar toda fofinha comigo quando os irmãos estão olhando. Mas, quando eles vão embora, a festa começa.

-Oi, Troy!-ela me cumprimentou, com um beijo estalado.

Eu sorri para ela e coloquei minhas mãos em sua cintura (Viu? Posso falar formalmente quando quero). Ela envolveu meus ombros com os braços, e sorriu. Então, lembrei.

-Err...Leona? Você quer...

O sinal tocou. Nos dois saímos correndo, e eu prometi a mim mesmo que iria falar com ela no almoço.

Mas o destino foi cruel comigo. Depois da aula, ela desapareceu, e eu a vi de novo apenas quando o sinal tocou. Saída?

Quando nós passamos pela porta, eu a segurei pelo braço, e fiz a minha melhor cara de "baby, o mundo vai acabar se eu não puder falar com você.... tipo... AGORA!". Ela pareceu entender. Nos dois fomos para um canto mais tranquilo da escola. Eu percebi que, involuntariamente, havia segurado a mão dela. Corei. Fazia aquilo quando ficava nervoso. Ela deve ter percebido, pois parou de súbito, se virou de frente para mim e, para o meu azar, perguntou:

-Troy? Você está bem? Quer se sentar?

Eu fiz que não com a cabeça, e, para disfarçar, continuei andando. Depois de alguns minutos, comecei.

-L...Leona? Err...Você...bem....

Um começo triunfal.

-Arg!! Você-quer-namorar-comigo?

Foi a vez dela ficar sem palavras. Então, ela começou a rir. Fiquei vermelho. Por que ela estava rindo?

-Mas, Troy! A gente já namora!

-Err...o que?-deve ter saído algo como "El quan?"

Percebi que ela estava tentando manter aquele ar de "você é um idiota", mas não estava dando muito certo.

-Namorar... Não é ficar com a pessoa que você gosta, caminhar de mãos dadas e beijar?

Olhei pasmo para ela. Minha garota super inteligente e gata não sabia o que era namorar? Como eu iria lhe explicar?

-Ah, Troy. Sou uma idiota, não sou? Acho que namorar não é isso, não é?

-Eu... Você... Nós... Beijos... Ahg! Como vou dizer isso? Leona, encantar garotas é uma coisa. Mas explicar a elas alguma coisa já é outro nível. Nós dois meio que... "ficamos". Tipo, nenhum compromisso. Eu posso ficar com várias garotas ao mesmo tempo. Mas isso seria uma burrada enorme.

-Ficar...-foi a única coisa que ela disse.

-Mas namorar... É mais complicado. Envolve aquela coisa toda de pedir em namoro... E tem o término de namoro... E tem aquela coisa de compromisso...

-Sim, Troy. Eu entendi. Mas... Nós já fazemos isso, não fazemos? Quero dizer, eu nunca te trairia com ninguém. E te dou toda a atenção que posso. E eu te amo. Isso já não é o bastante? Quando aqueles garotos descobriram sobre nós, você me defendeu. Ficou entre mim e eles. E eu o amo por isso. Eu também amo o jeito que transforma tudo em uma grande piada, mas entende quando não deve... forçar a barra. Eu amo tudo em você. Isso já não basta?

Eu percebi que estava chorando. Quero dizer, lagrimejando. Não... eu estava chorando mesmo. Leona também deixou cair uma lágrima, e se encolheu para que eu não percebesse. Mas, obviamente, eu percebi. E a abracei com toda a minha força.

Minhas pernas estavam tremendo, então me ajoelhei e a puxei comigo. Ela afundou o rosto no meu peito, e eu senti suas lágrimas molhando minha camisa. Nós dois ficamos abraçados no gramado por alguns minutos, nos recompondo. Quando nós acalmamos, eu finalmente falei:

-E então? Namorados?-ela olhou para mim e eu jurei que iria me bater. Mas ela fez uma coisa mais assustadora ainda: ela me beijou.

-Você ainda pergunta?

Nós dois nos levantamos e corremos para o estacionamento. Lá, fomos atropelados e nossas almas ainda vagam por aí (Ai, Seth! Você sabe que é  mentira). Ok, ok. Na verdade, fomos para a minha casa assistir a um filme, enquanto fazíamos nosso dever de casa (Melhor agora, hálito de peixe?)

Acabei de abrir o e-mail com a minha história no computador da Mik, e corrigi os erros de acento na história do Seth. Mas a droga do telefone está tocando na cozinha. Espero que tenha gostado do MEU ponto de vista das coisas. Um beijo grande para todas as gatas, mas, como acabaram de ler, eu estou comprometido.

Tchau! (Err... Oi, Mik! Por que acha que seu computador está aqui em casa?)