O que eles são de verdade

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Mas eu não aguentava mais o mistério de Seth. Tentava de tudo para fazer ele falar. As vezes, usava até alguns métodos de Helena ou Stefani. Chegava meu rosto a alguns centímetros do dele, e dizia com uma voz doce: "O que você esconde?". Mas ele sempre falava que eu estava muito perto, e fugia apressadamente. Talvez eu o estivesse pressionando demais, mas minha curiosidade estava me matando. Eu odiava surpresas.

E ele nunca falava nada.

Um dia, me decidi. Trouxe água, comida e band-aids. Eu iria me embrenhar na mata para descobrir, pelo menos, onde ele morava. Quando terminamos de conversar depois da aula, todos foram para suas casas. Eu acompanhei Seth para o meio da mata, tentando manter uma distância segura dele e seus irmãos. Eles andavam por uma pequena trilha, como eu e meus pais fazíamos. As vezes, até batiam papo alegremente sobre as aulas e os professores. Mas, em certo ponto, eles pararam, de andar e falar, olharam de um lado para o outro e colocaram seus narizes para cima. ESTAVAM CHEIRANDO???

Eu mergulhei em umas folhas que tinham o cheiro muito forte, e rezei para que não me percebessem. Não o fizeram. Então, os quatro abaixaram as calças até a altura do coxs. Como era? Eu ia ver eles ficarem nús. Eu corei. Não havia coxs nenhuma. A mais velha tinha um longo rabo bege acinzentado. Os dois meninos mais velhos tinham um rabo laranja listrado com preto cada um. E Seth tinha um rabo amarelo com manchas pretas. Caramba!!!

A primeira era leoa

Os dois segundos eram tigres

O terceiro era guepardo.

Então, os quatro começaram a correr, com Seth na liderança. Não conseguia acompanha-los. Eu estava com muito medo do que podia me acontecer se eles descobrissem que eu sabia sobre....eles.

A mata era densa, de modo que eu não sabia nem a posição do sol, nem a minha posição. Estava perdida. Meio relutante, eu os segui. Vai ver eles me ajudavam. Eu estava meio distraída, pensando no que iria falar para eles, quando me deparei com um rio imenso. E os quatro irmãos Eles estavam pulando a água, para o outro lado.

Era mais ou menos assim: Eles ganhavam velocidade em uma faixa de grama que tinha entre a floresta e o rio. Então, na maior facilidade, pulavam. Para mim, era o fim da linha. Quando o último garoto pulou, eu me postei na beirada. Era uma queda de um metro e meio antes de encostar na água. E havia muita correnteza. Eu ia me virar quando o pedaço de terra que eu estava pisando quebrou. Isso, simplesmente quebrou.

Depois disso, me lembro apenas de ver água barrenta e, quando pus a cabeça para fora pela última vez, os quatro jovens estavam no meu enlaço.

-Mikaila! Mikaila!-eles gritavam, desordenadamente. Como se eu fosse nadar até eles.

Eles tinham perdido o capuz. E não tive muito tempo para admirar o cabelo deles, pois eu bati a cabeça em uma pedra e desmaiei.

Coisa de gatoOnde histórias criam vida. Descubra agora