PREPARANDO-SE PARA EMBARCAR, Ulfhild colocou na enorme bolsa roupas quentes e sapatos na intenção de ter trocas adequadas para cada estação, prontamente partiu para a bagagem de armas das quais não poderia desapegar, colocou junto delas partes importantes do traje de batalha e cintos usados no intuito de portar cada instrumento de guerra. Envolvendo busto e ombro esquerdo com o tecido dado pelo trio de videntes, prometendo mentalmente que jamais irá se desfazer de tamanho presente, visto que este está ligado ao destino que lhe aguarda nessa nova jornada. Checando cada uma das bagagens com atenção, Ulfhild percebeu que nenhuma outra viagem lhe fez sentir tanta felicidade em deixar seu próprio lar, nem mesmo as batalhas travadas ao longo dos anos trouxeram tamanha alegria.
Deixando o quarto e em seguida sua casa, a princesa caminha em direção ao porto com felicidade no olhar, consequentemente tamanho sentimento só aumentou conforme foi se aproximando, mas ao chegar em passos rápidos e largos, deparou-se com os pais e irmão mais velho. Saber que seguiria sem os progenitores não a anima de modo algum, contudo, Agner estaria ao seu lado durante toda essa aventura, e isso bastaria, pelo menos por enquanto. Agora próxima dos três, ela diz:
— Chegamos ao momento solene. — e sorriu.
— Parece estar bastante animada, minha filha. — diz Bjark.
— Preparou a águia para enviar uma mensagem? Sabe que Ragnar precisa estar ciente de sua visita e verdadeiros interesses em visitar suas terras. — diz Vigga, seguidamente a filha aponta na direção de uma águia pousada no braço direito de um guerreiro, que aguarda o sinal da princesa no intuito de libertar o pássaro devidamente treinado para enviar a mensagem.
— Sabe que respeito nossos costumes tanto quanto qualquer um, Vigga. — referindo-se a mãe pelo nome, como faz algumas vezes na intenção de mostrar respeito a guerreira que ela é, Ulfhild logo encarou Agner e perguntou: — Está preparado para partir, irmão?
— Ao seu lado minha irmã, sempre estarei preparado para uma nova aventura. — diz o mais velho.
— Ótimo. — sorriu satisfeita com a resposta, em seguida encarou seu pai. — Rei Bjark. — ainda encarando no intuito de deixá-lo confuso quanto às suas intenções, Ulfhild lhe surpreende com um abraço caloroso, como costumava fazer na infância depois de um treino exaustivo. Afastando-se um pouco para poder olhar em seus olhos, a mesma diz: — Não posso garantir ou dizer quando irei regressar, mas vou retornar para casa com mais uma vitória, isso eu posso garantir, meu pai.
— Eu sei que pode. — abraçando tanto ela quanto seu outro filho, Bjark respirou fundo para conseguir sentir o cheiro dos filhos antes de deixá-los partir, em seguida, afastou-se colocando as mãos nos rostos deles e dizendo: — Faremos sacrifícios para que cheguem em segurança, tenho certeza que os deuses irão guardá-los da maneira que devem. Tenham grandes aventuras e voltem para me contar.
— Sim, meu pai. — responderam em uníssono.
Despedindo-se com mais um abraço, mas desta vez em família, ambos os filhos de Wulfstan partem rumo ao desconhecido, subindo em seus navios separadamente no intuito de garantir que todos chegariam ao local desejado, e após embarcar com alegria e tristeza sentidas ao mesmo tempo, eles acenam na direção dos pais uma última vez. Sem colocar escudos nas laterais para não mostrar intenção de atacar seu anfitrião, cada navio partiu no tempo do outro, sendo remado por homens capazes e dispostos. Guiando seus guerreiros com a ajuda de um instrumento específico de navegação, Ulfhild dava sinais durante a viagem para que Agner soubesse qual direção seguir, desta forma não teriam como se perder um do outro.
A viagem durou três dias e duas noites, na manhã do terceiro dia os navios atracaram no porto calmamente, sendo devidamente recebidos por guerreiros enviados por Ragnar Lothbrok, entre eles estava o primogênito do rei, Bjorn Ironside, guerreiro protegido pelos deuses em batalhas que nenhuma lança, espada ou flecha conseguiu acertá-lo. Admirando o pedaço de terra, reparando nas moradias pitorescas próximas do porto, cada pescador dedicado ao ofício, Ulfhild pousou o olhar nos guerreiros fortes aguardando-a no cais para lhe oferece ajuda com as cordas que manteriam os barcos no porto. Deixando seu navio ao mesmo tempo que Agner deixou o dele, a princesa transforma parte do tecido vermelho em uma espécie de capuz, prontamente ambos caminham com confiança na direção de Bjorn, que não parecia estar satisfeito com a chegada dos visitantes.
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𝐋𝐔𝐀 𝐒𝐀𝐍𝐆𝐔𝐈𝐍𝐄𝐀
AdventureWulfstan, um reino localizado ao norte das terras nórdicas, governada por Bjark devido às grandes riquezas e conquistas em batalha, este consecutivamente casou-se com uma mulher de suas guerreiras, Vigga, quem admirou por anos antes de declarar-se c...