10; CAPÍTULO DEZ

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TUDO ESTAVA INDO CONFORME o planejado, os navios construídos foram testados com sucesso, novas espadas, escudos e machados foram fabricados no intuito de aumentar o armamento, assim nenhum guerreiro teria de depender somente de combates corpo a corpo. Contudo, com mais navios vindos direto de Wulfstan à mando da rainha, que depois de observar bastante e acreditar na causa de Ragnar Lothbrok, apesar de estar ciente sobre como serão as coisas em Paris, ela enviou uma mensagem através de sua águia, pedindo por mais guerreiros, navios e pela vinda de Erin, a acompanhante de Ulfhild e também sua amiga mais chegada. Com o número duplicado de homens e mulheres dispostos, aqueles que vieram de Wulfstan começaram a se preparar à sua maneira.

Preferindo fabricar mais machados, lanças e escudos, armas utilizadas por seus exércitos em batalhas de outro calibre, visto que muitos dos guerreiros ali presentes, já haviam lutado contra Paris num passado não muito distante. Todavia, Ulfhild preferiu amolar sua adaga, machado e fabricar mais uma espada extra e duas facas, aumentando e garantindo naturalmente sua ofensiva. Agner não foi diferente, este amolou as armas que tem em posse, fabricou mais uma faca como garantia, mas diferente da irmã caçula, ele preferiu portar um escudo no intuito de se defender com maestria caso haja separação em batalha, visto que Agner é responsável por comandar a defesa na ausência das ordens de Ulfhild.

Preparados, Ulfhild e Agner teriam de lidar com a teimosia de Vigga, que insiste em acompanhá-los em batalha, como nos velhos tempos de treinamento e combates intermináveis em outros reinos. Dentro de um navio, separados dos demais e acompanhados por seus guerreiros, a família real segue tranquilamente rumo à Paris.

— Contou sobre Paris? — Vigga pergunta.

— Não. — respondeu, acrescentando em seguida: — Ragnar não precisa saber sobre Paris antes da hora.

— O que quer ganhar com a ignorância dele? — intrigada, Vigga pergunta com os olhos semicerrados.

— Quero garantir que Ragnar virá nos pedir ajuda, principalmente quando nos vir em batalha. — referiu-se a si mesma e ao irmão mais velho, que sorri de forma ladina, logo Ulfhild torna a falar. — Ele saberá que já estivemos em Paris quando chegar a hora, é apenas o que posso dizer, minha mãe.

— Você está contando demais com as próprias suposições sobre aquele homem, Ulfhild. A criei para ser esperta, não uma mulher esperançosa demais. — diz a rainha, que respira fundo com os olhares trocados entre os filhos, algo que ambos fazem desde muito pequenos, mostrando estarem prontos para fazê-la morder a própria língua. — Como sabe que Ragnar não irá tentar matar todos nós quando descobrir?

— Eu apenas sei. — diz Ulfhild, com um olhar confiante como se soubesse o que está por vir.

Ficando em silêncio no intuito de continuar navegando sem precisar lidar com mais perguntas, Ulfhild se aproveitou para observar um pouco as redondezas, podendo testemunhar a aproximação lenta de navios estranhos, estes recheados por guerreiros e comandados por Lagertha, A Dama do Escudo, repleta de vigor e elegância na aparência nada frágil. Embora quisesse admirar mais, a princesa decide adormecer um pouco, enquanto as águas ainda estão ao favor das embarcações, e em sonhos reveladores e agitados, ela pôde admirar a magnífica lua de sangue, fenômeno diretamente ligado ao destino que lhe aguarda pacientemente, porém, passos teriam se começar a ser dados na intenção de garantir quantas vitórias puder até o momento chegar. Há muito fogo no olhar, mas também há muito sangue manchando os lugares por onde passa, deixando rastros de pegadas ensanguentadas de uma loba faminta, caçando com o desejo avassalador e único de conseguir o que quer.

Despertando no anoitecer, a princesa ajudou no controle do navio durante a tempestade que cai de forma violenta sobre eles, dando a entender que Thor não facilitaria sua passagem, mas apesar dos furiosos raios, este não afundaria nenhuma embarcação. Com o passar rápido da noite, Ulfhild aproveita a paisagem do nascer de uma nova alvorada, que trouxe consigo os primeiros sinais de terra, alegrando cada guerreiro presente nos navios que seguem viagem animadamente. Escolhendo acampar na floresta, mantendo descrição até o momento do ataque, a princesa não explicou o porquê de ter escolhido uma vasta área capaz de abrigar inúmeras tendas, as quais são erguidas assim que os navios são devidamente mantidos no lugar.

𝐋𝐔𝐀 𝐒𝐀𝐍𝐆𝐔𝐈𝐍𝐄𝐀Onde histórias criam vida. Descubra agora