12; CAPÍTULO DOZE

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COMEÇANDO DO COMEÇO, Ulfhild entrou na tenda de Ragnar para que ambos pudessem conversar sobre Paris, mais especificamente sobre como ela conseguiu informações à respeito da cidade, e junto deles na tenda está Lagertha totalmente concentrada no diálogo, enquanto Bjorn, ainda um pouco irritado depois de ser derrotado, permanece quieto em respeito ao pedido da progenitora. Respirando fundo no intuito de parecer um pouco nostálgica diante dos homens, Ulfhild contou como descobriu sobre a existência de Paris, uma cidade belíssima por dentro e rodeada por muros altíssimos, assegurando as vidas do povo que ali habita. Explicando sobre suas idas ao oeste, onde pôde conhecer alguns reinos estrangeiros interessantes, porém, depois de aprender mais como navegar por aquela vasta imensidão azul em busca de novas terras, acabou encontrando um lugar rico, uma cidade enorme que mais tarde tornou-se seu alvo principal.

Contando ter capturado um guerreiro qualquer, no intuito de obrigá-lo a contar tudo sobre o lugar onde mora, como as pessoas vivem, suas riquezas e governantes responsáveis por suas leis, em pouco tempo, depois de tantas sessões de tortura que causaram a morte do estrangeiro, Ulfhild descobriu tudo o que precisava saber à respeito do Imperador Charles, inclusive sobre sua filha, Princesa Gisla. Explicando em detalhes como ocorreu a primeira tentativa de invasão, infelizmente fracassada devido ao pouco número de homens e mulheres trazidos com ela, mas esta experiência apenas fez Ulfhild desejar ainda mais adentrar Paris. Planos foram arquitetados, mais espaço foi conquistado gradativamente e o Imperador passou a ficar cada vez mais apreensivo diante da permanência dos exércitos bárbaros em seu território, visto que um ataque poderia ocorrer a qualquer momento.

- Parte do seu exército estava aqui em Paris? - Ragnar pergunta.

- Sim. Trezentos guerreiros prontos para receber um sinal de avanço, mas acabamos tendo que adiar nossos planos por algum tempo. - Ulfhild responde, logo pôde notar uma expressão confusa no semblante de Ragnar, com isso decidiu acrescentar: - acabei encontrando alguém mais interessante que Charles, alguém capaz de unir forças comigo para conquistar terras férteis.

- Como podemos confiar que você não está escondendo mais nada de nós? - Lagertha pergunta.

- Não podem. - deu de ombros. - Não podem confiar plenamente em alguém como eu, mas posso jurar que em meus planos e na minha ambição vocês podem confiar, pois eu nunca me desvio deles enquanto não consigo o que quero. - dito isso, Ulfhild mira a escudeira e diz: - E se me permite dizer, você se saiu bem comandando os homens no portão principal, é uma ótima líder e guerreira, Lagertha.

- E se me permite dizer, princesa, eu quero agradecer por ter salvo a vida do meu filho. - surpreendendo tanto Bjorn quanto Ulfhild, a Dama do Escudo dá um sorriso ladino e diz: - Vigga me contou quando a visitei na tenda depois que vocês dois brigaram, e por causa da sua ação honrosa, Ragnar e eu devemos muito a você.

- Não me devem nada. - sendo honesta pela primeira vez depois de tanto tempo manipulando as próprias emoções, Ulfhild mirou o loiro sentado um pouco afastado e em seguida disse: - Posso ter me arrependido um pouco de ter salvo a sua vida depois de nos enfrentamos, mas eu sei que faria o mesmo por mim e meu irmão, Bjorn. - se permitindo ser vista pelo mesmo, após ter dito palavras como estas olhando nos olhos dele, Ulfhild vestiu novamente a armadura de aço e pigarreou. - Como eu estava dizendo, meus planos envolvem o sequestro da Princesa Gisla, com ela podemos obter muitas riquezas.

- Não disse que queria conquistar terras? - Bjorn indaga.

- Se quisermos conquistar essas terras, temos que matar toda Paris. Conhecendo o Imperador Charles e seus exércitos comandados por Odo, teríamos que sacrificar muitos dos nossos para conseguir total controle de tudo. - levantando de onde estava sentada, Ulfhild dá alguns passos para frente, gira nos calcanhares e torna a olhar para ambos os líderes, em seguida acrescentou: - é por isso que devemos nos contentar, pelo menos por ora, apenas com riquezas.

𝐋𝐔𝐀 𝐒𝐀𝐍𝐆𝐔𝐈𝐍𝐄𝐀Onde histórias criam vida. Descubra agora