0.3 | A Aposta

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       [ Failed declaration attempt]

*

Os holofotes sempre são voltados ao casal mais popular do colégio sempre quando chegam, não é novidade pra ninguém.

Shinsuke e eu acabamos de chegar na escola e nossos amigos já estavam nos esperando na entrada. Menos Bokuto e Akaashi, já que eles são de outra escola. Pelo rosto de Kuroo deu pra notar que ainda está mal com o namorado.

— Finalmente o casalzinho de merda chegou. — Tetsuro comentou assim que nos aproximamos. Solto uma risada fraca e coloquei a mão livre no ombro do meu amigo ( a outra estava entrelaçada com a de Kita).

O único "casalzinho de merda" aqui é você e Terushima. Shinsuke e eu nos amamos muito, nada comparado com essa radiação que é o de vocês. — Gostava de implicar com o amigo? Sim. Mas era para o seu bem, já que falo apenas verdades.

— Samu, segura essa putinha loira que você chama de irmão antes que eu bata nele!

— Eu não tenho nada a ver com o relacionamento de vocês e nem com suas implicâncias, então não me coloque no meio disso tudo. Já vou entrar. — Osamu nunca gostou das confusões entre Kuroo e eu, mesmo sabendo que, em parte, era apenas brincadeira. Ele é o mais reservado do grupo. Meu irmão fez como dito, caminhou para dentro da escola sem esperar por nós, aquele idiota.

— Por que os gêmeos Miya me odeiam tanto?! Isso é tão injusto! O único que fica do meu lado é Bokuto e Kenma, fora eles todos me odeiam. O pobre Kuroo é tão injustiçado! — Kuroo dramático on!

— Kenma já disse-me que não vai com sua cara. — Agora foi a vez de Kita a começar a puxar o saco de Kuroo. Se ele queria apoio, então está no lugar errado!

— Ah, mas vai se fo— O moreno foi interrompido quando uma mão tapou sua boca. Era Kenma.

— Só cale a boca, Kuroo.

Logo, nós quatro adentramos na escola. Cada um foi até sua sala para deixar seus materiais onde gostam de sentar, depois nos reunimos na sala onde eu e Samu ficamos. Meu namorado já estava grudado em mim, coisa que irritou, novamente, Tetsuro.

— MAS QUE PORRA! SERÁ QUE VOCÊS PODEM PASSAR PELO MENOS UM MINUTO SEM SE ESFREGAR UM NO OUTRO!?

Kuroo recebeu, como resposta, a visão de eu puxando Kita pela cintura colando nossos corpos ainda mais e o puxei para um beijo intenso que acabou tirando um suspirar de meu namorado. Separei o selar e sorri para Kuroo. O citado revirou os olhos, pegando na mão de Kenma e saindo dali com o meio loiro, resmungando:

— Eu mereço isso viu. Venha, Kenma, você não merece ver essa cena ridícula. 

Gargalhei alto para provocá-lo  ainda mais. Osamu fingia que nem existiamos; até porquê esse idiota estava ocupado demais comendo. Quando voltei minha atenção para o meu namorado, percebi que ele continuava ofegante com a cabeça encostada em meu ombro, me abraçando forte.

— Amor? Está tudo bem? Desculpe por isso. — Tentei o acalmar com um beijo carinhoso no topo de sua cabeça.

— Você quase comeu o coitado aí mesmo e quer que ele esteja bem? — Foi Osamu quem  respondeu, mas sem me olhar — Acho que Kita-san está carente demais, logo que passaram três dias sem se ver...

— Prometo que irei te recompensar por isso, está bem? —  recebi um acenar de cabeça como resposta.

Sabia que Shinsuke era carente e que ficava ainda mais quando se separavam por mais de um dia. Não podíamos ficar longe por muito tempo.

Lembro-me como se fosse hoje o dia em que o conheci naquela mesma escola a dois anos atrás, quando começamos a jogar juntos. A forma como Kita me tratava quando pegava algum resfriado, deixando comida e remédios em meu armário. Talvez foi em algum desses momentos que  me apaixonei pelo meu capitão e amigo. Nunca sentira um sentimento tão forte quando ouviu da boca de Shinsuke que ele também compartilhava do mesmo sentimento. Declarando-se para mim quando confessei meu amor por ele. Resolvi me arriscar em o pedir em namoro no mesmo dia, sem nem saber se era recíproco. Mas que no fim deu tudo certo e que agora estamos a mais de um ano namorando. Juntos. Felizes.

Nós três ficamos mais alguns minutos conversando até Kita se pronunciar.

— Tsumu, acho melhor eu ir para a minha sala de aula. O professor deve está chegando.

Está bem, amor — deixei um selar rápido nos lábios de meu namorando, avisando logo em seguida— nos encontramos no intervalo, preciso lhe contar uma coisa.

Osamu olhou-me desconfiado, porém não disse nada. Não até Shinsuke nos deixar a sós.

— O que quer falar com ele? Talvez os garotos não tenham percebido, mas eu sim. Sei que você está preocupado com alguma coisa. Desembucha logo.

Samu me conhecia melhor que ninguém, assim como acabara de falar, então não conseguia esconder meus sentimentos dele — Nossa mãe nos convidou para jantar com ela. Chamou Shinsuke também.

Nada mais foi dito após a minha fala. E o professor acabara de chegar também. Mas tanto eu quanto Osamu sabiamos o que nos esperava. Nunca era coisa boa quando íamos visitar nossa mãe e pior ainda quando ela chamava outros parentes que não se davam bem com nós dois. Era um desafio a ser encarado.

{ Bokuto}

Já perdeu as contas de todas as vezes que tentou declarar-lhe para Keiji. Dois dias antes de tomar coragem de contar sobre seus sentimentos ao garoto, Bokuto lia e relia inúmeras vezes um pedaço de papel onde escreveu o que gostaria de contar a Akaashi. Mas quando chegava o dia o platinado simplesmente ficava branco, não conseguia formular sequer uma palavra decente.

Agora não era diferente; eles estavam fechando a cafeteira e Bokuto tinha menos de meia hora para conversar com Keiji antes de irem para a escola.

O platinado estava limpando as mesas, enquanto Akaashi guardava e arrumava algumas coisas na prateleira atrás do balcão. As mãos de Koutaro estavam suadas e trêmulas, seu cérebro parecia que ia derreter dentro de sua cabeça. Bokuto sobressaltou em susto quando ouviu Akaashi o chamar.

— Bokuto-san você está demorando mais que o normal. Quer que eu lhe ajude? Assim não chegaremos tão tarde na escola.

— NÃO! — o de cabelos platinados acabou gritando, assustando Keiji. — não, kaashi! — dessa vez disse mais baixo — estou acabando já, não se preocupe.

— hum... Certo. Vou me trocar então. — O moreno saiu antes que Bokuto conseguisse dizer alguma coisa.

Não foi dessa vez.

O que fazer agora? Perdeu mais uma oportunidade de se declarar a Akaashi. Bokuto terminou de limpar todas as mesas, guardou suas coisas e foi até o vestiário dos funcionários. Não tinha certeza se era o certo a se fazer, mas hoje Keiji iria saber que Koutaro o ama.






Nota do autor:

Eu realmente estou tendo várias ideias para essa história, só espero poder descrever as cenas futuras tão bem quanto imagino:)

Deixe seu voto e seu feedback pfvr! Isso ajuda bastante!

                Até o próximo cap!


Obs: estou revisando os caps, entt talvez algumas coisas mudem por aqui

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