Chegando em terra firme.

40 5 0
                                    

O guerreiro se aproximou da gente, ele parecia nervoso e olhou para a câmera e tomou das mãos de Jiyang. Meu coração só faltou sair pela boca.
O guerreiro nos encarou e falava uma língua que não entendia, mas estava claro que ele não gostou de que Jiyang tirasse uma fotografia dele. Eu precisava fazer alguma coisa, pois daqui a cinco minutos eu nunca mais veria essa pessoa, penso, pois a balsa atracará e todos sairão correndo, se dividirão entre os ônibus e sumirão em todas as direções. Meu coração fica pesado e, ao mesmo tempo, mal consigo respirar. Ao meu lado, Jiyang está terminando a frase:

— ...temos de tomar cuidado com esses guerreiros, se ele foi capaz de quebrar minha preciosa câmera, aposto que roubam turistas e depois podem fazer sabe-se lá o que.
_ Cala a boca Jiyang.
No momento, isso é totalmente irrelevante para mim, e penso febrilmente em como eu poderia entrar em contato com esse homem de beleza arrebatadora. Não domino o inglês, e simplesmente ficar olhando boquia- berta para ele não vai resolver nada.

A rampa de desembarque da balsa é baixada e todos forçam a passagem para chegar em terra em meio aos carros que já estão partindo. Vejo apenas as costas brilhantes do guerreiro quando ele some graciosamente, entre outras pessoas que caminham de modo desajeitado e arrastado. Pronto, acabou, penso, e poderia romper em lágrimas. Não sei por que isso me atinge tanto assim.

Temos novamente terra firme debaixo de nossos pés e nos apressamos em direção aos ônibus. Nesse meio-tempo, escurece, e, na pequena ilha, a escuridão invade tudo em questão de meia hora. Os vários ônibus se enchem de pessoas e bagagens em um curto espaço de tempo. Estamos parados sem saber o que fazer. Apesar de sabermos o nome do nosso hotel, não sabemos em que praia ele fica. Impaciente, cutuco Jiyang.

— Ande, pergunte a alguém!

— Por que eu ?, você não está com o guia ai ? Mas que saco, o outro hotel era mais perto.

— Eu estou Jiyang, mas não tem nome o hotel.
_Que raio de lugar que não tem nome .Veja vamos procurar alguém.

Na verdade não era isso que eu queria fazer, eu procurava pelo tal guerreiro, eu queria falar com ele, perguntar tudo a ele, mesmo sabendo que corria risco de ele me matar. Mas aquele guerreiro mexeu comigo e ele fazia parte de um clã que estudo a anos, poderia perguntar tantas coisas para minha pesquisa.

— Eu sei o que você pretende Xiao Zhan, você quer ir atrás daquele guerreiro, é melhor irmos logo para o hotel.

— Você sabe que viemos para isso não é Jiyang, eu não saio dessa cidade até encontrá- lo .

— Calma pessoal, a gente veio para trabalhar, e Xiao não se preocupe, esta vendo aqueles homens perto dos barcos, vamos perguntar a eles.

_Ok, que droga Jiyang, de repente você mudou, a gente vai na Ilha dos águias douradas, se você não quiser ir fica ai.

_Esta bem capitão Xiao Zhan, eu vou, eu só fiquei assustado com aquele guerreiro.

_Chega vocês dois.

Liu Hai se aproximou de dois homens , e logo a nos aproximar os caras já estavam oferecendo perolas, joias, e por incrível que pareça. Maconha.

— Não não, e vocês conseguem me entender, maconha não !

— Eu entendo seu inglês senhor, posso oferecer o que quiser, bebida, roupas, e até mulheres. O que quiserem, tudo por um bom preço.

— Esse homem quer vender maconha, como ele tem coragem, não esta vendo que esta diante de um oficial. — retrucou Jiyang olhando para Xiao Zhan.

— Deixa eles Jiyang, eu não vou fazer nada. - respondeu Xiao olhando para um dos homens que sorria oferecendo um colar brilhante.

— Olha amigo a gente não quer nada, só estamos procurando por esse hotel e o local do lual, pode nos levar ?

A águia dourada e a raposa. Hiatus. Onde histórias criam vida. Descubra agora