— O que está fazendo, Yibo? Ele é um intruso! — rugiu o guerreiro, ainda em posição de ataque.
— Ele não é nosso inimigo. — Yibo respondeu, firme, mas com uma tensão na voz que sugeria algo mais profundo. — Recue!
O guerreiro hesitou, confuso, mas abaixou a lança, ainda lançando olhares desconfiados para Xiao Zhan. Este, por sua vez, não conseguia desviar os olhos de Yibo, seu salvador. Havia uma gratidão imensa misturada com algo mais... algo que ele não sabia como nomear, mas que ardia em seu peito.
Yibo, sentindo o olhar de Xiao Zhan sobre si, virou-se lentamente para encará-lo novamente. Desta vez, havia algo diferente em seus olhos. Uma promessa silenciosa, um entendimento mútuo que não precisava de palavras.
— Você está seguro agora. — disse Yibo, sua voz mais suave do que antes. — Vamos continuar.
Enquanto Yibo retomava a caminhada, Xiao Zhan o seguiu, mas agora havia algo mais profundo entre eles, um laço que começava a se formar, desconhecido, mas inevitavelmente poderoso.
Assim que chegaram à aldeia, a presença dos antropólogos não foi bem recebida. Os olhares dos guerreiros e aldeões eram duros, cheios de desconfiança e hostilidade. As conversas sussurradas ao redor deixavam claro que muitos queriam se livrar dos estrangeiros, e de maneira brutal.
Yibo, ciente do clima tenso, tentou acalmar seus compatriotas. Ele sabia que a presença dos visitantes poderia ser perigosa, mas também sentia algo profundo em relação a Xiao Zhan que não podia ignorar. Decidido a proteger o militar, Yibo se aproximou de sua mãe, que observava tudo de longe, silenciosa.
Ela era uma mulher sábia e conhecia o coração de seu filho melhor do que ninguém. Quando Yibo a encarou, seus olhos implorando por ajuda, ela compreendeu sem necessidade de palavras. Ela reconheceu o olhar em seu filho, um que não via há anos, desde que ele falava de encontrar sua "raposa" – a alma que ele acreditava ser destinada a ele. Naquele momento, a mãe de Yibo percebeu que seu filho não precisava mais procurar; ele já havia encontrado o que buscava.
— Mãe, por favor... — começou Yibo, a voz baixa, carregada de súplica.
— Eu sei, meu filho. — ela respondeu suavemente, colocando uma mão no ombro dele. — Mas seu pai não será fácil de convencer.
Enquanto isso, o pai de Yibo, um homem imponente e de poucas palavras, já havia dado ordens aos guerreiros para capturar os antropólogos. Liu Hai, Jiyangi e Xiao Zhan foram rapidamente cercados e desarmados. Os guerreiros não perderam tempo; os três foram espancados brutalmente, sem qualquer chance de defesa.
Xiao Zhan tentou resistir, mas os golpes vinham de todas as direções. Ele foi derrubado no chão, sangue escorrendo de um corte na testa. Seus olhos, embora enevoados pela dor, buscavam desesperadamente por Yibo. Ele sabia que era perigoso, mas havia algo nele que o fazia acreditar que Yibo não permitiria que fossem mortos.
Yibo, vendo o que estava acontecendo, correu até onde seu pai estava, agarrando o braço dele com urgência.
— Pare com isso, pai! — Yibo implorou, sua voz cheia de desespero. — Eles não são nossos inimigos! Eu... eu te imploro, pare!
O pai de Yibo, surpreso pela súplica de seu filho, virou-se para encará-lo. Ele era um homem duro, forjado pela guerra e pelas tradições da aldeia. Ele nunca havia visto Yibo tão aflito, tão vulnerável.
— Por que devo parar, Yibo? — o pai perguntou, sua voz fria. — Eles são intrusos. Vieram roubar nossas terras, nossos segredos.
— Eles não querem nos roubar, pai. — Yibo respondeu, sua voz tremeu ligeiramente, mas ele se manteve firme. — Eu sei disso. Se eles quisessem nos fazer mal, já teriam feito. Por favor... deixe-os viver.
O pai de Yibo olhou fundo nos olhos de seu filho. Ele não entendia completamente o que estava acontecendo, mas sentia a urgência no pedido de Yibo. Havia algo mais, algo que ele não conseguia compreender, mas a súplica de seu filho não poderia ser ignorada.
— Prendam-nos na casa de barro. — ordenou o pai de Yibo finalmente, levantando a mão para interromper a surra. — Deixe-os lá até decidirmos o que fazer.
Os guerreiros hesitaram por um momento, mas acabaram por obedecer. Liu Hai, Jiyangi e Xiao Zhan, feridos e exaustos, foram arrastados e jogados dentro de uma estrutura de barro e lama endurecida. A casa era pequena, quase uma cela, sem janelas e com uma única porta que foi trancada do lado de fora.
Xiao Zhan caiu no chão, gemendo de dor, enquanto os outros tentavam se recompor. Ele olhou para a porta fechada, sabendo que Yibo estava do lado de fora, e um misto de gratidão e confusão tomou conta de seu coração.
Do lado de fora, Yibo observava em silêncio, sua mente em tumulto. Ele havia conseguido salvar Xiao Zhan, mas por quanto tempo? E, mais importante, por que sentia essa necessidade incontrolável de protegê-lo?
— Obrigado... — murmurou Xiao Zhan, sabendo que, de alguma forma, Yibo podia ouvi-lo, mesmo através das paredes de barro. E naquele instante, Yibo soube que havia tomado a decisão certa, mesmo que isso significasse enfrentar seu próprio povo.
Enquanto Yibo tentava conversar com seu pai de soltar os intrusos. Xiao Zhan junto de Liu Hai e Jiyang brigavam .—Ai que merda. Está vendo Xiao Zhan . Agora a gente aqui todos ferrados. Quero ir embora. -reclamou Liu Hai .
__Meu Deus eu não devia ter vindo . A gente vai morrer . Olha como ficou a cara do Liu Hai . -disse Jiyang olhando para ele.
_Desculpa pessoal . Eu não imaginava que ia acabar assim.
__Claro que não . Eles vão matar a gente Xiao Zhan . Eu não entendi nada que eles falaram. Reclamou Jiyang .
__Eu sei que ele não vai deixar acontecer nada com a gente. Eu sei .
__Voce só pode estar brincando comigo. Eles quase matou a gente Xiao Zhan . Acha mesmo que aquele guerreiro vai salvar a gente . Ele tem esposa não lembra daquela mulher bonita agarrando ele lá no Lual ? -gritou Liu Hai nervoso.
__Nao grita Liu Hai. Eles estão lá fora tô vendo . -disse Jiyang .
Fiquei triste ao lembrar daquela mulher que estava com o Yibo . Mas eu não tinha visto ela ainda. O que será que vai acontecer conosco.
Pensou Xiao Zhan preocupado .
Enquanto isso na casa dos pais de Yibo .__Mamãe por favor converse com o papai soltar aqueles homens .
__Eu vou falar com ele meu amor. Não se preocupe.
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A águia dourada e a raposa. Hiatus.
AventuraXiao Zhan é um tenente e antropólogo da aeronáutica chinesa. Ele sai para realizar uma expedição numa das ilhas mais perigosas de toda Ásia. Com o desejo de encontrar um diamante raro. O que Xiao Zhan não esperava era encontrar uma tribo perigosa os...