Santana Lopez
3 meses atrás...
O líquido alaranjado com suas duas pedras de gelo me encaravam naquele largo copo pesado de vidro. O vento gelado que entrava a cada vez que alguém abria a porta do único bar em Forks, fazia meu ossos tremerem enquanto eu continuava curvada sobre o banco no balcão. O pior whisky que meus lábios tiveram o desprazer de experimentar. Na verdade, o pior, sem sombra de dúvidas, estava em viver uma vida no qual eu afastava Brittany dos meus dias.
Eu estava seguindo a cartilha de um término: Não ligar, não procurar em hipótese nenhuma, não olhar, fingir que nunca se conheceram. Mas, como ignorar o amor mais forte que senti? Como ignorar as batidas de meu coração que clamavam por Brittany?. Céus, eu estava sendo patética.- Outra dose, por favor.
Ouvir Brittany debater em minha última aula, me deixou magoada, afinal, como ela não pôde ver meu lado nessa história? Eu seria presa caso Mercedes denunciasse o caso e nunca mais arrumaria nenhum emprego, em cidade ou lugar algum. De qualquer forma, o que eu sou agora? Uma professora, com um emprego, no único bar ferrado dessa cidade ridícula que me apresentou o amor da minha vida. Talvez Brittany tivesse razão, eu era covarde.
- Santana... - Quinn havia entrado no bar, ótimo, ao menos não sou a única professora que necessita de uma dose.
- Oi...
- Gil, me dê uma dose, por favor. Caprichada. - Ela sorriu para mim e eu retribui. Estávamos juntas nessa.
- Dia difícil? - Questionei.
- E tem como ser diferente quando se é professora de adolescentes?
- Nunca. - Virei toda a minha dose e Quinn imitou meu gesto, sua careta veio instantaneamente. Provavelmente ela achava aquela bebida intragável também.
- Vi que teve problemas com a Pierce. - Seus olhos percorreram pelas expressões em meu rosto. O sobrenome saiu de sua boca e um suspiro saiu da minha. Eu nunca havia falado com ninguém sobre absolutamente nada com relação a minha garota. Minha ex garota.
- Não foi nada. - Menti. Brittany magoou meu coração acusando-me de covarde, afirmando que eu não lutaria pelo amor. Eu lutaria pelo amor, mas nosso amor seria eu atrás das grades, minha prima perdendo o colégio que seu pai tanto trabalhou suado por anos para manter, além de ser manchete em várias cidades sobre como sou uma predadora sexual. Racionalidade, eu precisei ser racional, mesmo com o coração na mão.
- Sant... você está bem? Seus olhos se perderam totalmente.
- Qual sua história para estar aqui tomando esse whisky horrível? - Mudei o assunto, ou eu choraria como uma criancinha em seu colo, contando cada segundo feliz que vivi ao lado da minha aluna e agora tudo havia se dissipado.
- Levei um pé na bunda. Homens são tão babacas, eu os odeio.
- Bem vinda ao time. - Levantei o copo como se fosse brindar. - Eu os odeio também. - Nós bebemos mais dois drinks e resolvemos sair dali, ou as fofocas no outro dia seriam em como as professoras gostosas do colégio são duas bêbadas e não servem para dar aula aos filhos anjos da população. Graças aos céus, as ruas de Forks eram vazias durante a noite, ou eu com certeza não chegaria na casa de Quinn. Álcool e direção não combina em hipótese nenhuma.
- Você quer entrar? - Eu não queria curar minha ressaca amorosa na cama de Quinn, pois era isso que aconteceria, e eu não queria que outra pessoa me tocasse de forma íntima que não fosse a Brittany. Eu não queria que ninguém trilhasse nenhum caminho que tenha sido tocado por ela. Fora que, carência e bebida é outra combinação mortal, elas matam te mantendo vivas com as memórias de uma noite.
- Não. Obrigada pelo convite.
- Tem certeza?
- Tenho. Nos vemos na segunda-feira.
- Beleza. Até.
- Até. - Ela saltou do meu carro e cambaleou para fora, caminhando em passos pausados até a varanda de sua casa.
Sozinha dentro daquele carro, meu pensamento levou-me diretamente a Brittany e aos dias felizes. O banco vazio, nunca esteve tão sem vida sem o seu corpo esguio e alegre por ali. Ao invés de dar meia volta e seguir o caminho para minha casa, traí meu lado racional e continuei seguindo, até chegar a casa de Brittany. Eu era fraca, minhas lágrimas afirmaram isso ao cair de meus olhos, enquanto fitavam a janela com a cortina rosa se apagar.
Um soluço escapou pela minha garganta, meu coração apertou dentro do peito e eu apertei minha blusa, como se o pegasse na mão, para que parasse de doer daquela forma. Brittany era meu farol na escuridão, e agora, eu estava perdida nela sem ela. Por que alguns casos de amor são tão difíceis?.(...)
Deixar as coisas de Brittany em sua porta foi o ato mais repulsivo que tive, mas não sabia como faria. Dormi agarrada ao travesseiro que ela usava e ainda cheirava ao seu shampoo, assim como suas meias de gatinho permaneciam na gaveta ao lado das minhas de cachorro. Nós havíamos comprado em uma loja na cidade vizinha e era nosso ritual usar juntas quando ela dormia em minha casa.
As lembranças me torturavam dia e noite, sem pena, enquanto meu coração se partia com cada uma. O amor pode machucar e essa é uma coisa que sei mais do que gostaria de saber, já dizia Ed Sheeran. Toda a magia que rodopiava por nós quando estávamos juntas murchara, levando o ar de meus pulmões e meus cinco sentidos.
O cachecol foi o único item que não entreguei, pois ele cheirava sua inocência e nossos primeiros dias estavam em cada fio dele.(...)
Eu não suportava mais aquelas apresentações, não aguentava mais manter a pose sorrindo, como se estivesse radiante adorando aquilo tudo. Já estava pronta para levantar e ir embora até ouvir o nome que estilhaçou meu coração: Brittany Pierce.
Seus olhos pousaram em mim, eles estavam tão foscos quanto os meus, sem brilho algum. Aquela era mesmo a garota que sorria no banco do meu carro? Ou aquela que dançava comigo após deixar a porta da geladeira aberta? Minha crueldade em mantê-la afastada a matou assim?.
Aquela música, ela escreveu para mim. Eu sabia. Ela mais parecia minha coveira, me enterrando a cada trecho, jogando terra na Santana que ela acreditou nunca tê-la amado. Sua raiva, seu amor, seu coração estavam naquelas notas e o meu, parecia fora do peito, enquanto meu corpo permaneceu mais gelado na cadeira presa em seus olhos. A história de amor também havia acabado comigo, meu amor... Eu diria a ela, se minha prima não me encarasse de lado, tentando a todo custo, acuar minhas lágrimas que desciam sem esforço.
O fim daquela música, foi o meu fim também. Minha Brittany foi embora e com ela, meu coração, sem forças para uma última batida. Deus sabe o esforço que fiz para mover meus pés daquele lugar e ir ao seu encontro. O loiro de seu cabelo combinava com a neve fina que começou a cair em flocos miúdos, se não fosse pelo momento crítico, minha língua teria ido de encontro a um deles.- Eu me lembro... Eu me lembro de tudo muito bem. - Minha respiração estava pesada e espassada. Tentei controlar mas agora, eu tremia dos pés a cabeça. Seus grandes olhos azuis me engolia de forma que me senti minúscula sob ele. - Britt-Britt...
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All too well - Brittana
Teen FictionBrittany uma adolescente sonhadora que vive na pequena e pacata Forks junto de suas duas melhores amiga, vê seu coração louco pela professora. Dois mundos opostos estão prestes a se chocar nessa emocionante história de amor. Essa será uma fic pequen...