Capítulo 30

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P E T E R
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— Posso ir agora, chefe? — suspiro, passando os dedos no meu cabelo que posso ter certeza que está bagunçado. Não ligo pra isso agora, só quero sair dessa delegacia.

— Organizou todos os arquivos? — Woods me encara, sério.

Todos.

E você, Scott, deu um jeito naquelas viaturas?

— Limpas e estacionadas. — meu amigo faz um joinha, piscando.

— Ótimo, não vejo mais nada para vocês fazerem, por enquanto. — ele provoca, com uma pitada de acidez. Agora vazem daqui, seus bundões!

Saímos antes que ele mude de ideia, e vamos direto em direção aos armários para pegar nossas coisas. Mad se livrou dessa, só porque a sacana precisou sair as pressas com outros dois policiais para uma ocorrência. Enquanto isso, nas últimas três horas e meia o Ed e eu ficamos enfiados aqui dentro trabalhando feito mulas. Fora o sermão pela demora de mais cedo, mas isso é assunto para outro momento. Nós rimos, o que foi pior. Sou assim, não tenho controle da minha risada histérica em momentos sérios, o que acaba estragando tudo.

— Por que vocês não vêm em casa hoje? A Sara está louca e o George está sentindo falta. Preciso de aliados.

— A Sara louca? O certo não seria mais louca? — rio, trancando meu armário.

— Tem razão. Enfim, sabe como é, ou pelo menos vai saber, quando a Helena ficar com aquelas olheiras enormes e andando feito um zumbi pela casa. É assustador, cara! — ele arregala os olhos. — Temos fraldas e bombinhas de leite espalhada por todo apartamento, ultimamente estou me sentindo numa loja enorme para bebês.

Gargalho alto, porque começo a imaginar a maluquice que será quando os gêmeos nascerem. Se o Ed e a Sara com apenas um já estão desse jeito imagina quando for nossa vez. Não parece tão ruim quanto ele fala, talvez seja até divertido. 

— Foi mal, irmão, mas tenho que encontrar Helena e uns amigos dela. — andamos lado a lado no estacionamento.

Hoje estou usando o carro dela, e acho que será assim por mais alguns dias porque mesmo lavando o cheiro do perfume ainda está impregnado nele.

— Podemos marcar alguma coisa no fim de semana? — sugiro.

— Já está marcado, qualquer coisa. — Scott entra na sua caminhonete. — Não fura comigo, Peter, ou eu troco o nome do George por outro.

— Você nunca faria isso, seu puto!

— Não me subestime. — ele me mostra o dedo do meio e segue na rua, me deixando sozinho.

Rindo, giro a chave na ignição e arranco com o carro na pista vazia. Não sei muito bem quanto tempo estou atrasado, mas sei que estou. Coloco o endereço que minha noiva me passou no GPS porque não sei onde diabos fica esse lugar. Penso em ligar e dizer que já estou chegando, mas prefiro não antecipar. Vai que o trânsito lá na frente esteja uma merda e eu demore ainda mais? Ela arranca minha bolas e faz petisco pra gato.

Ouço um pouco de rock antigo e consigo fazer um trajeto de vinte e cinco minutos tranquilo até o restaurante, que por sinal é elegante e simples ao mesmo tempo. Fachada contemporânea e alegre, as janelas grandes de vidro me possibilita uma visão lá de dentro. Não está tão cheio, o que agradeço imensamente. Estou de uniforme e tudo, me atrasaria ainda mais se fosse em casa tomar banho e voltasse depois.

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⏰ Última atualização: May 02, 2022 ⏰

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