Capítulo 17

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H E L E N A
🇧🇷

Se passaram algumas horas desde que o Peter esteve aqui. Consegui arrumar algumas coisas do trabalho e fazer encaminhamentos de relatórios. Rachel enviou a agenda pronta para o resto da semana, me fazendo chegar a conclusão de que será super cheia. Mal terei um tempo livre, mas estou tentando pegar mais leve que o normal.

Terei uma consulta com a doutora Morales em breve para checar se está tudo bem com o bebê, seguindo todas as orientações do pré-natal. Sei que ainda está muito cedo para saber o sexo e isso está me corroendo, mas pretendo fazer o exame de sexagem fetal assim que possível. Não vejo a hora de comprar coisinhas fofas de menina ou menino. Sempre que vejo algo que gosto opto por comprar na cor neutra para que seja fácil usar em qual vir.

Sara trouxe várias coisinhas do Brasil para o seu bebê - ainda sem nome definido. Quase lotou uma mala de brinquedinhos e roupinhas que encontrou. Seu filho talvez já tenha tantas roupas e sapatos quanto uma das Kardashians, como o Ed costuma dizer sempre que ela gasta mais um pouco com o pequeno que ainda não chegou ao mundo.

Estou na sala, assistindo a um filme qualquer e tomando chocolate quando ouço a porta da frente abrir, revelando Noah e Cida. As bochechas e o nariz do garoto estão vermelhos por conta do frio lá fora, mas o sorriso está tomando conta do seu rosto.

Ele pendura o casaco grosso em um dos ganchos na entrada e tira o gorro da cabeça, revelando seus fios densos e ondulados. Ainda não me acostumei com a súbita mudança do seu cabelo; preferia como era antes, preto e com cachos bonitos.

- Advinha quem eu vi hoje? - ele senta ao meu lado, roubando um pouco do líquido quente na caneca.

Olho para a Cida que ri do seu entusiasmos e leva algumas sacolas para a cozinha, voltando segundos depois e se juntando a nós dois.

- Quem?

- Aubrey e tia Jess! Ela está furiosa por você não ter ido visitá-la ainda, disse que fará um almoço nesse fim de semana.

- Típico dela. - sorrio. - E com certeza iremos!

- Por que chegou tão cedo, minha filha? - Aparecida indaga, franzindo a testa.

- Fiquei muito enjoada e não consegui continuar o trabalho, mas já estou bem melhor. - asseguro-lhe. - E o Alfred, como vai?

- Está ótimo. Ele acabou indo conosco e nos ajudou a fazer as compras, acredita? - ri.

- Quase fomos expulsos! - Noah completa, parecendo ter adorado o mal feito.

- O quê? - minhas órbitas quase saltam do rosto. - Por quê?

- O Alfred estava achando que era uma criança, pegou um dos carrinhos e apostou corrida com esse espertinho pelos corredores. Derrubou uma pirâmide inteira de latas de feijão!

Tenho uma crise de risos descontrolada, imaginando a aventura. Não tem como ficar brava com meu filho por isso, ele e o novo amigo viram serelepes quando se juntam, e não tem quem segure. Adoro a amizade que os dois têm, é raro ver uma criança se divertir tanto com uma pessoa tão mais velha que ela, geralmente preferem ficar imersas no seu mundinho particular que não entendemos.

Passei a notar o desenvolvimento melhor do Noah; ele não anda mais tão irritadiço como antes, seu humor mudou bastante desde que conheceu novas pessoas. Nosso relacionamento está mais saudável que nunca e, desde a ação de graças, quando o Rodrigo esteve aqui, o menino de olhos verdes vibrantes está mais colado comigo.

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