Capítulo 13

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P E T E R
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Os dias passaram rápido, aproveitamos para visitar alguns lugares novos como Angra dos Reis e Cabo Frio.

Confesso que fiquei extremamente apaixonado por ambos. Me surpreenderam de todas as formas; o povo, a culinária, modo de vida e, não menos importante, as praias.

Ficamos hospedados por dois dias numa pousada em Angra dos Reis e no dia seguinte fomos para Cabo Frio.

Conseguimos descansar, mesmo nesse pouco tempo, e foi essencial para acabar com o clima pesado que se instalou depois daquele episódio ridículo.

Foi uma grande distração para o Noah e a sua mãe. Percebi que eles estavam mais conectados nesse fim de semana.
O garoto se distraiu bastante na viagem. Programamos algumas coisas para fazermos e deu muito certo. Toda àquela agonia pareceu se dissipar.

Quando voltamos para o Rio todos estavam mais leves.

— No que você está pensando? — Helena passa as mão pelo meu peito nu.

São três da madrugada e estamos enroscados nos lençóis depois de um sexo surpreendente. Mas a melhor parte disso tudo? Quando temos esse momento, só nosso e de mais ninguém.

— Nos últimos dias... Foram incríveis. — respondo.

— Demais! Estou tão feliz que o Noah se divertiu. Ele precisava muito.

— Você acha que ele ainda continuará aparecendo assim? — indago, a voz saindo mais grossa que o normal.

— Não. — ela diz, com firmeza. — Não quero que ele chegue perto do meu filho tão cedo.

Ainda assim, aquele filho da puta é o doador do espermatozóide que trouxe o garoto ao mundo, o que o faz pai biológico. E se ele quiser entrar na justiça com o pedido de guarda compartilhada? Com certeza terá direito, mesmo tendo sido ausente a vida inteira.

Meu pulso acelera, mas tento me acalmar e decido não verbalizar meus pensamentos. A última coisa que quero é voltar a estaca zero.  

Ficamos em silêncio por mais um tempo. Ainda não estou com sono, só cansado. A viagem de volta me deixou exausto.

Falta pouquíssimos dias para voltarmos para os Estados Unidos. O trabalho, o estresse, as madrugadas em claro... Não faço ideia de como está indo a delegacia. Sinto falta da correria.

Com o braço adormecido, viro o lado na cama, o que faz a Ellie ajeitar-se melhor.

— Estou machucando? — ela pergunta, passando a mão pelo local que agora está pesando o dobro do normal.

— Não, não está. Esse só é o braço que eu quebrei trilhões de vezes. — sorrio. — Ele fica assim às vezes.

— Meu Deus, Peter, como aconteceu? Você nunca me contou.

Solto outra risada, lembrando das minhas trapalhadas na infância. Eu era um menino muito inquieto, assim como a Jessie, o que deixava a minha mãe louca.

Uma vez, quando eu tinha uns oito anos, tentei acender uma vela para ver se conseguia assar marshmallow, mas não deu muito certo... Além da bagunça que fiz, o nosso cachorro, Mike, apareceu e deitou-se bem atrás de mim, só que eu não o tinha visto ali, então peguei o palito de fósforo ainda aceso e joguei no chão, bem no lugar onde ele estava. Queimei a ponta do rabo do bicho, porém, por sorte, tinha um jarro de flores, com água, ao meu lado, e foi o que salvou o coitado.

Depois do AcasoOnde histórias criam vida. Descubra agora