Capítulo 29

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H E L E N A
🇧🇷

Jantar essa noite? — Peter me pergunta do outro lado da linha.

— Pois é, surgiu de última hora, mas o Cláudio e o Hugo não vêem a hora de conhecê-lo. — termino de enrolar o coque alto que estou fazendo no meu cabelo. Já fiz a maquiagem e estou pronta para colocar a roupa que escolhi para hoje.

Meus amigos voltaram para o hotel depois de passarem algumas horas comigo, e marcamos de nos encontrarmos no restaurante às 19:00. Eu fiquei encarregada de escolher um lugar legal, então fiz reserva em um dos meus favoritos, espero que eles gostem também.

Ah, merda! Eu só consigo sair em meia hora, no mínimo. Punição do xerife Woods. — ele resmunga e posso apostar que está passando as mãos agitadas pelos cabelos densos. — Antes que pergunte, é uma longa história que eu conto depois.

— Eu não ia perguntar nada. — dou uma risada sendo acompanhada por ele. Sabemos bem o quão curiosa eu sou. — Enfim, por favor, diz que você vai conseguir nos encontrar?

Espero que não seja um lugar chique, porque eu não vou conseguir passar em casa para tomar uma ducha. Se importa se eu for de uniforme?

Claro que não! Você fica super gostoso de uniforme. — brinco. — Mas o importante é a presença, seja lá como você estiver vestido. Tudo menos nú.

Eu sou gostoso de qualquer jeito, doutora, e aposto que seria a atração da noite.

Se não passássemos tanto tempo juntos eu diria que você se admira na frente do espelho a cada minuto.

Eu faço, mas você não vê. O que é realmente uma pena, querida. 

Até daqui a pouco, Peter. — desligo ao som dos seus risos.

Termino de colocar a saia lápis escura junto com uma blusa creme de pano leve. Olho no espelho grande do closet e vejo o quanto está destacando meus quadris largos que parecem um pouco maiores agora. Uau, bem melhor do que imaginei que fosse ficar. Achei que talvez pudesse ser formal demais, mas só pareço estar indo para uma noitada com os amigos, o que não seria uma má ideia se não fosse essas criaturinhas na minha barriga.

— Nossa, mãe, tem certeza que é só um jantar? — Noah surge na porta, refletindo no espelho na minha frente.

— Absoluta. — enfio os pés no salto baixo. — Por quê? Exagerei?

— Não é isso, você tá demais. Só que parece estar indo pra Corte e não jantar. 

Não conheço alguém tão sincero como o Noah. Ele sempre diz tudo na lata, e é uma das coisas que eu mais adoro nele. Acho que talvez outras pessoas não ouçam crianças de onze anos, mas eu, sinceramente, levo muitas opiniões dele à risca.

E é exatamente por isso que digo:

— Sério?

— Poderia ser mais casual. — o geniozinho opina. — A blusa é bonita, mas a saia tornou tudo formal. Por que não um vestido ou uma saia menos jurídica?

— Menos jurídica? — rio alto. — Não há ninguém como você, Noah. Eu te amo tanto! — agarro ele pelos ombros e começo a depositar beijos por todo seu rosto.

Depois do AcasoOnde histórias criam vida. Descubra agora