Prólogo.

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Atenção, aviso com antecedência que minha escrita pode haver coisas de teor delicado e não próprio para pessoas desestabilizadas em certas áreas(famosos gatilhos). Então leia por sua conta em risco, mas também digo que meu livro de gênero, Fantasia, compreende várias partes de comédia, romance e outros assuntos felizes, então o psicológico nem sempre vai estar envolvidos.


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     A noite gélida havia se instalado nas casas, como era o costume fazer naquela época outonal. As casas dos vizinhos estavam adornadas com as lareiras e os aquecedores silenciosos, cada um em seu cobertor tendo seus sonhos tenros e felizes, outros ainda acordados se focavam em um sonho ainda incompleto que lutavam para que se tornasse realidade.
   
    Um escritor lutando para fazer sua história se encaixar com a perfeição com que um quebra cabeça encaixa. Um pai que acordava para se preparar para as duas longas viagens de ônibus até seu trabalho, a fim de trazer sustento a casa. Uma mocinha quieta e sonolenta lia sua história preferida pela quinta vez sobre o cobertor.          

    Outra garota ou já mulher, por já ter feito seu aniversário de maioridade acabara de acordar pela segunda vez naquela noite, seu semblante era longe do que é a felicidade, mas em seu olho uma pequena centelha de esperança vivia, lutando para não ser apagada contra a grande nevasca de confusão dentro de sua mente. Esperança pelo quê? Talvez daquelas duas figuras sumidas, ou quem sabe, de ter toda essa nevasca retirada do limbo que era sua mente.

    Ela olhava para o teto sem esperar nada, seus curtos anos lhe ensinaram a tentar não olhar para os lados a procura de algo, se não sua mente o acharia e você não gostaria do que veria, então olhava para o teto.

    Seus ouvidos atentos procuravam qualquer som, fosse uma respiração, uma batida de coração, um carro saindo do estacionamento ou passando pela rua, qualquer coisa nesses momentos parecia ser mais reconfortante do que o silêncio gélido das noites mal dormidas.

    Sua mente se encheu de pensamentos ruins como era costume sua cabeça fazer. Suas amigas, tristeza e solidão já sussurravam coisas ao seu ouvido, talvez verdades, talvez mentiras grandes demais para se acreditar, mas elas eram suas amigas a tanto tempo, por que mentiriam?

    Ela se deixava enganar rotineiramente, tentava chorar, mas nada saia... Nem mesmo o choro a acompanhava para aliviar um pouco de suas dores.

    Com seus pensamentos vagando entre a mente e o coração, ela se deixou mergulhar novamente em seu sono conturbado. Seus olhos foram fechando devagar no breu, até que novamente adormeceu...

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