As Respostas Logo Vem.

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Todos já haviam entrado no carro, a Hilux SRV 4x4 2010, de cor prata, apesar da escolar ser relativamente perto o suficiente para ir a pé, Sophie valorizava os curtos e os longos tempos que poderia passar em família. Sophie ficara sozinha nos bancos da frente, e Charlie como sempre, estava no meio dos de trás, Emiih estava ao lado esquerdo e Marie no direito, os gêmeos estavam quietos e pensativos, algo incomum demais para os dois fazerem ao mesmo tempo. Marie estava magicamente com um livro em sua mão: "A Paciência é Uma Virtude". Que lia com uma cara tão curiosa que quase falava por si só. Em seus pensamentos conversava consigo mesma, "Como eu vou explicar para os criadores desse livro que o Charlie consegue quebrar qualquer uma dessas regras?". Mesmo com apenas 14 anos, aquele livro era de fácil compreensão para mente astuta da garota culta.

Sophie acabara de ligar o carro, mas não houve um tremor se quer na mão de Marie que prestava atenção o suficiente para engolir uma mosca e não perceber. Aquela mãe sentia que algo no dia estava errado, ele começou bem demais e à medida que o pouco tempo daquela manhã em família foi passando, tudo estava a desandar, mesmo que Emiih tivesse acordado avoada, os gêmeos estavam mais quietos que o normal, o que era de se estranhar, pois os dois eram como forças da natureza, não eram capazes de serem parados e, mesmo assim, estava tudo bem demais. Seu sexto sentido estava mais do que ligado, preparada para situações drásticas, não importa o que fosse, estaria apita para defender seus filhos com todas as suas forças, como uma mãe ursa defende seus filhotes.

Charlie estava pensativo, algo nada comum. Usar a cabeça não era com ele, o garoto sempre foi de apenas agir e pronto, parecia preocupado, quem sabe fosse com Emiih, seu sentido de "Justiça" era afiado como uma espada de obsidiana, sua mente era fraca como um galho de árvore seco, mas seus olhos estavam estranhamente focados nas paisagens do lado de fora do carro, por mais que poucas, aquelas enormes árvores o hipnotizavam facilmente com seu farfalhar sobre a pequena brisa que se ia e vinha, mostrando a calmaria da natureza, talvez a calmaria antes da tempestade. Mesmo que tivesse sido sua escolha estar no meio, não evitava chamar atenção de Emiih que as vezes entrava em sua frente acidentalmente. Não era como se ele fosse burro, pois não era, só não usava sua incrível inteligência na maioria do tempo, como se não se importasse, pois, suas notas sempre eram ótimas, mas seu comportamento e atenção eram meio duvidosos.

Emiih por sua vez estava pensando em seus problemas, talvez nas possíveis soluções que teria que ser capaz de executar, talvez nas possíveis catástrofes que causaria tentando executar esses planos. Seu estômago estava embrulhado em forma de avião ou de um veloz trem, para quem sabe, a qualquer momento fazer com que as coisas decolassem de dentro de si para fora, estava aparentemente enjoada, mas não compreendia o porquê, somente sabia que não estava bem, sua ansiedade? Sua tristeza? Suas dúvidas e preocupações? Talvez nenhuma dessas coisas fosse a causa, talvez fossem todas essas coisas juntas, o que a deixava em um oceano de confusão agua e grande sufoco. Eu queria que ela fosse egoísta e só pensasse em si mesma, quem sabe assim parte do que sentia fosse embora, infelizmente, por pensar tanto nos outros acabou criando uma pressão em si mesma, das quais já não consegue mais se libertar, "Vou ser assim, para que ninguém precise ser atrapalhado por mim", pensava. Suas perguntas são sempre: "Porque estou triste? "Qual o motivo de eu estar assim?", e é uma pergunta da qual sempre fazemos, mas não sabemos como responder. Como era de se imaginar, ela não era capaz de formular uma resposta que achasse descente. Qualquer ser humano pensaria isso ser fruto de um vitimismo, porém ela nunca quis contar para ninguém, nem revelar, muito menos que as pessoas a ajudassem, para não atrapalhar, se você está sabendo de todos esses problemas, seja um bom confidente e não esfaqueie mais quem já precisa de ajuda.

***


- Que milagre vocês fazendo tão silêncio, sei que a escola é perto aqui de casa, mas é meio incomum vocês não dizerem uma palavra. - Sophie falou em tom de dúvida enquanto olhava pelo retrovisor do carro, percebendo o quão disperso os pensamentos de cada um estava. Os cabelos de Sophie estranhamente estavam mais sem volume do que o normal, como se o ânimo das pessoas influenciasse em sua aparência, o que era uma verdade.

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