Não acredito! A gente acabou de tele transportar, né? — Disse Marie extasiada, olhando para Sophie com um olhar brilhante cheio de felicidade, o olhar foi desfeito rapidamente. — Sophie?!O que houve om você?!— Ela correu na direção da mãe e ajoelhou-se ao seu lado. A aparência dela era de uma pessoa velha e seca. Ela estava caída no chão com uma mão sobre a outra e uma respiração fraca que chiava.
— Minha querida jovem...— Falou com a voz fraca — Não é só porque sou uma maga que faço...isso. — Ela estava surpresa que sobre Marie se interessar por algo, mesmo não estando muito bem, pois, não era tão comum ver ela saindo de si assim. Seu peito parecia pesado e sua respiração era difícil, seus olhos estavam obscurecidos e não enxergava muito, mas sabia onde Marie e Charlie estavam. Marie chegou mais perto, e olhou para as mãos de Sophie, a que estava por cima tinha unhas negras e as veias de cor marrom, a que estava por baixo...Marie colocou suas mãos sobre a boca, e seus olhos encheram de lágrimas, sua respiração falhava e o ar lhe faltava aos pulmões, seu corpo tremia e sua voz não saia, a mão estava pela metade, não havia sangue, apenas parte da pele e ossos, que estavam expostos, seus olhos foram se movendo lentamente para baixo, eles tremiam e temiam o que estavam para ver, como se algo tivesse sido ocultado por sua mente e ela acabasse de se lembrar, sua visão estava embaçada por causa do choro e da leve brisa, mas ela não conseguia fecha-los eles ardiam fortemente e estavam vermelhos, as pernas de sua mãe pareciam folhas secas, onde as calças já não existiam até as coxas, uma névoa negra as rodeava, Marie não percebera antes, havia um cheiro de carne podre, invadiu seus pulmões e ela logo se levantou e correu depressa, a náusea invadiu seu corpo e ela vomitou, vomitou e vomitou, até não restar nada em seu estômago, tudo que havia comida já não estava dentro de si, ela soluçava descontroladamente e sentia como se seu coração fosse sair de sua boca, seus ouvidos latejavam com os batimentos e na sua língua um gosto amargo. Ela olhou para trás e a mão de Sophie estava estendida para ela, seus olhos se tornaram pesados e sua mente foi se acalmando, as lágrimas ainda escorriam, e em sua cabeça lembrou de um poema que, um Sophie já contara a ela tempos atrás, porque lembrou agora? Ela não sabia, mas ele veio.
"Chores minha moça,
Desfaça-se em lágrimas,
Já não tens a força,
a que tinhas,
Solte antes que te oprimas.Esqueça o seu redor,
Esqueça tudo o que vem,
Esqueça sua dor também,
sem temor,
E sentirá melhor.Eres moça de bela forma e de força,
Eres melhor do que tudo ao redor,
Eres melhor também que a dor que vem,
Eres linda sem lágrimas, não te oprimas."
Ela se ajoelhou, lhe faltou forças, sua mente via as coisas ao redor com formas estranhas, ela apagou.
Sophie estava deitada, assim que sua filha entrou em um sono mais do que profundo ela abaixou o seu braço, já sem forças, sua mente ia se apagar e não ia retornar, ela não sentia mais nada, nem dor, nem fome, sede, nem a grama abaixo de si, nem suas mãos, seus olhos, sua respiração, tudo fora embora, tudo se acalmou, ela se sentia melhor, mesmo não estando, poderia partir sem dor.
— É o que eu posso fazer por você, durma bem. — Ela pensou em Marie. Seu corpo parecia se desfazer, sua mente também, no breu de sua mente, ela viu algo, uma chama amarela, fraca aos olhos, ela estava calma, mas mesmo sem ventos ou quaisquer coisas do exterior, ela diminuía aos poucos, pensou ser sua vida, mas ouviu uma risada, era a voz de Charlie, ela se virou com seu corpo já etéreo, ele andava em direção ao um breu maior do que o que ela já estava, estava de mãos dadas com seus pais, caminhavam enquanto conversavam sobre algo, mais uma risada. Ela virou-se novamente e olhou para a chama se apagando e sussurrou um nome. — Charlie...— Sua mente antes conformada com sua morte tomou força, o breu ao seu redor se desfez lentamente, tudo virou um cinza e depois um branco límpido, mas somente ao redor do corpo etéreo de Sophie. — Me deem forças, só agora, só hoje, eu preciso, não posso morrer, não é por mim, eu prometo, é por eles, me deem forças...por favor. — Para quem ela pedia? Seus pais? Seus dois melhores amigos falecidos? Deuses? A Santa Trindade? Ninguém sabia, mas seu choro, o choro de seu corpo e de sua alma foi escutado, um amarelo dourado invadiu o lugar que ela estava, o cheiro de mel foi sentido, ele parecia doce e amargo ao mesmo tempo, mesmo que ela não estivesse provando-o ela o sentia de todas as formas, seu som, sua cor, seu sabor. Uma força invadiu o local que ela estava, ela sentiu um raio passando por seu corpo, depois um baque como se a tivessem jogado de um muro de 5 metros e ela tivesse caído de costas, mas até seu próprio corpo, ela levantou rapidamente seu torso com a respiração ofegante. Olhou para suas mãos, estavam novas assim como algumas horas atrás, suas pernas doíam, estavam rodeadas de algo negro, uma neblina, mas estava mais fina do que o vapor de água, não se podia fazer nada por suas roupas estragadas, sua camisa estava rasgada nas costas e a manga direita estava totalmente rasgada até depois dos ombros, mostrando a alça de seu sutiã, sem falar da cor amarelada e a aparência desgastada as calças folgadas de cor azul estava no mesmo estado, mostravam até metade de suas coxas e pareciam deterioradas ao extremo, os sapatos de caminhada que antes usava, não sobrou um mínimo resquício.
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Só Mais Uma Fantasia.
Fantasy"Normalmente falam para fazermos tudo, assim não vamos ter arrependimentos a serem deixados para trás, mas e se mesmo fazendo de tudo, esse sentimento nos perseguir?" Porque tudo acontece tão de repente? Uma hora as coisas estão na sua frente e...