POV EMMA
A transa com Ashley tinha sido ótima, confesso, mas não ocupava a janela que vivia aberta no meu coração. Já estava começando a ficar arrependida por convidar Regina e Anthony para ficar aqui em casa. Nunca pensei que ficar muito tempo perto dela poderia abalar tanto as muralhas que construí ao redor do sentimento que tinha. De todo modo, não poderia voltar atrás e precisaria encontrar um jeito de anular esses efeitos, afinal de contas, nós iríamos trabalhar juntas e o relacionamento com seu namorado poderia tomar proporções maiores.
- Onde está Regina? Perguntei para Tony enquanto tomávamos café da manhã sozinhos.
- Está dormindo. Me acordou de madrugada com um fogo que foi difícil de apagar. Disse baixo. - Deve estar muito cansada agora. Recobrei minha postura. - Algum plano pra hoje?
- Não. Falei seca. - A cidade está aí, pode desfrutar à vontade.
- Eita, nem parece que curtiu uma noitada com aquele monumento. Que mal humor é esse?!?!
- Me deixe em paz, cara. Voltei meu olhar para o jornal.
- Bom dia, filha. Anthony. Minha mãe apareceu. - Achei que vocês iriam acordar só para o almoço.
- Amanhã vamos trabalhar, dona Margareth, não vou passar o domingo dormindo.
- Quanta animação... Energia jovem.
- Onde está o papai?
- Foi dar uma caminhada matinal. Saiu ainda pouco. Serviu sua xícara de café. - Oi, Regina, bom dia. Levantei o olhar e vi aqueles olhos castanhos me fuzilarem.
- Bom dia a todos. Ela passou por trás de mim e quase pude tocar na raiva que ela parecia sentir. Fechei o jornal, colocando-o sobre a mesa.
- Com licença. Me levantei ao passo que ela se sentou.
- Já terminou, filha?
- Já, mãe. Vou correr e vê se pego o papai no caminho.
- Certamente vai encontrar, seu pai está como uma tartaruga para fazer caminhada. Brincou. - Inclusive leve água, ele deixou a garrafa sobre a mesa da cozinha. Atendi ao que ela pediu e sai o mais rápido que pude.
- Que maluquice é essa Emma? Eles são namorados. Falei para mim mesma enquanto corria sem pensar.
- Emma... Ouvi a voz do meu pai e olhei para trás. - Onde vai voando desse jeito? Voltei o caminho até ele.
- Desculpa, pai, não te vi. Aqui está sua água.
- Sua mãe é magnífica mesmo. O que seria de mim sem aquela mulher?
- Eu não faço ideia. Falei e acabamos rindo.
- Senta aí, vamos conversar um pouco. Você fica três anos fora e nesses dias nem paramos para bater papo. Me conta como vão as coisas. Suas expectativas para assumir o hospital. Já arranjou alguma namorada?
- Não, pai. Essa parte está bem difícil.
- E por que? Você é uma garota tão bonita e nunca te vi sozinha enquanto estava por aqui.
- A vida em Boston era bem corrida.
- Vai me dizer que ficou em celibato esse tempo todo? Brincou e eu ri. - Ah, que bom, eu fiquei preocupado agora. E nenhuma delas você pediu em namoro?
- Sem certeza de futuro, não tem como dar esse passo.
- Eu te entendo, meu docinho. Esperei fielmente a chegada da sua mãe na minha vida. Nunca fui um garoto emocionalmente apegado. Sempre tive medo de me relacionar, mas daí, aqueles olhos pararam minha respiração e não tive como fugir.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Amor a segunda vista
RomanceAté onde você é capaz de segurar um coração virado de ponta a cabeça por alguém que te olha nos olhos e enxerga sua alma? Onde fica a linha que divide a amizade e o amor? Regina Mills vai ter que desvendar esses mistérios quando se vê completamente...