POV EMMA
É fácil amar o outro na mesa do bar, quando o papo é leve, o riso é farto e o chopp gelado. É fácil amar o outro nas férias, no churrasco, nas festas ou quando se vê de vez em quando. Difícil é amar quando o outro desaba, quando não acredita em mais nada e entende tudo errado. Quando paralisa, perde o charme, o prazo, a identidade e a coerência. Nessas horas que se vê o verdadeiro amor, aquele que quer o bem acima de tudo. É esse o amor que dura para sempre, na verdade, esse é o único tipo que pode ser chamado de amor. Em vias de fato, havia motivos de sobra para soltar os cachorros em cima de Regina, afinal, que diabo de solução foi essa de se esconder de tudo e de todos? Contudo, ao vê-la ali bem diante dos meus olhos, toda a raiva e descontentamento sumiram como fumaça e tudo o que meu cérebro processava era o desejo de tomar seus lábios nos meus.
- Onde esses pensamentos estão? Sua voz marcante distraiu meus devaneios.
- Estou tentando entender a lógica que Ruby está usando para explicar essa gravidez. Estávamos deitadas naquela cama e Regina tinha sua cabeça repousada sobre meu peito.
- Em teoria faz muito sentido.
- Sim, mas, diante do fato, não podemos mais tratá-la somente como uma teoria. Seu corpo se moveu para me olhar.
- Tudo o que me importa é saber se você está feliz. Segurei seu queixo para beijar seus lábios.
- Mesmo brava eu já estava feliz por ter encontrado você, daí eu chego aqui e descubro que vou ser mãe. Não dá para ter felicidade maior do que essa.
- Amor, sinto muito por ter feito você passar por tudo isso, mas foi o jeito mais seguro que encontrei de proteger vocês dois.
- Regina, eu não vou deixar nada de mal nos acontecer, confia em mim, é tudo o que eu te peço.
- É por confiar plenamente em você que vou concordar em voltar. Alguém bateu na porta. - Está aberta. Regina falou.
- Oi gente, desculpa incomodar. Fiona colocou somente a cabeça pra dentro. - Eu comprei o jantar. Comida japonesa. Espero que gostem.
- A gente já vai descer. Elas assentiram, eu vesti minha camisa e nós seguimos para sala de jantar.
- Eu disse a ela que tinha uma rolha de secreção presa no tubo de traqueostomia, mas a doutora Mills não acreditou e no final, bem feito, levou um tiro de catarro na cara. Fiona contava o incidente com o paciente da UTI e as duas riam da situação.
- Eu fiz a ausculta e não parecia ter nada lá. Fui pega desprevenida. Ainda bem que nunca abri mão das EPI's.
- E teve aquela vez que aquela menina... Como era nome dela mesmo? Aquela morena fresca pra caramba? Gesticulava com as mãos.
- A Emily? Falei.
- Isso! Essa daí mesmo. Oh mulher enjoada. Vivia dizendo que não gostava de atender na geriatria porque não suportava o cheiro de gente velha. Até parece que aquela bunda um dia não vai cair. O jantar foi regado a histórias nostálgicas. Por fim, Regina achou melhor passarmos a noite lá e pela manhã voltaríamos para Roma.
- Não sabia que você e Fiona eram próximas. Falei enquanto via Regina escovar os dentes. - Você era a aluna mais popular da faculdade. Me admira ter cultivado amizade logo com a mais desgarrada.
- Fiona é uma boa pessoa. Além do mais, era a única que não vivia arrastando um boeing por você. Disse ao voltar.
- Como é?
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Amor a segunda vista
RomansaAté onde você é capaz de segurar um coração virado de ponta a cabeça por alguém que te olha nos olhos e enxerga sua alma? Onde fica a linha que divide a amizade e o amor? Regina Mills vai ter que desvendar esses mistérios quando se vê completamente...