Capítulo 19 : Aprendi que quase todo mundo quer sim algo em troca

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-Tudo começou a mudar quando agente voltou dessa viajem. - dói dizer essas palavras. Nunca compartilhei essas experiências com ninguém. Mas eu ainda tenho vontade de chorar toda vez que me lembra disso .Ele me olhava atentamente, não desviava os olhos de mim nem por um segundo.- ele começou a me olhar diferente, eu tinha medo do olhar dele. Parecia um olhar de um caçador para sua presa .E além de tudo tinha um pouco de vergonha, eu tinha vontade de me cobrir toda quando ele me olhava. É foi isso que eu fiz, passei a usar sempre roupas compridas que cobrir meu corpo todo. Eu estava sempre de moletom. Um dia minha mãe saiu e eu estava na sala assistindo televisão. Ele sentou do meu lado e começou a "assistir" o filme também. Mas, mesmo sem olhar para ele eu sentia o peso de seu olhar em mim. Eu fui me levantar para ficar no meu quarto, mas ele me impediu, tipo fisicamente. Ele me segurou pelo braço e me puxou para o sofá de novo e sorriu. Eu tenho Pânico desse sorriso até hoje. "Tá com medo de mim baby?" "Você sabe que estamos apenas nos divertindo" "Eu nunca faria nada contra você". Ele começou a apolpar minha coxa e eu estava paralisada. Apenas fiquei olhando para frente em silêncio. Chorando. Ele levantou minha blusa e encostou na minha cintura. E começou a beijar meu pescoço. Nessa hora eu não aguentei e tentei levantar ele tentou me empedir de novo, mas eu comecei a gritar por socorro. Um vizinho bateu na porta, quer dizer está basicamente esmurrando a porta, então ele me largou. Eu fui correndo até o meu quarto e tranquei a porta. Eu não o vi mais aquela tarde e só sai do meu quarto quando ouvi minha mãe chegar. Eu fui correndo até ela pedir ajuda. Eu contei tudo para ela. Sobre o jeito que ele me olhava e sobre o ataque de hoje a tarde. No início ela pareceu brava com ele. Ela entrou no quarto e ficou horas lá com ele mas eu não consegui ouvir eles brigando. Ela saiu do quarto e parecia estar com raiva, só que de mim. Ele disse que tinha me perguntado me aguarrando com um colega de escola e eu estava fazendo isso para me vingar dele por ter expulsado o suposto garoto de lá. Eu chorei e insisti que não estava mentindo. Ela não acreditou em mim e me colocou de castigo. Mas acho que no fundo ela sabia oque estava realmente acontecendo só não queria perder o presente de Deus. Eu fugi de casa com algumas roupas, minha mochila, violão e minhas economias. Eu fui até um abrigo e fiquei lá por duas semanas até que ..........tinha um cara, o nome dele era Richard. Ele tava sendo legal comigo mas, no fim ele foi igual a meu padrasto. A única diferença e que ele chegou até o fim. Eu fugi de lá e passei a ficar na rua. E aconteceu vários outros casos parecidos. Até que eu aprendi a não aceitar gentileza. Aprendi que quase todo mundo quer sim algo em troca. E é isso.
Ele me apertou no abraço que agente ainda não tinha afastado.
- Eu não sei oque dizer.- ele disse. Gente esse menino e muito fofo - eu sinto muito. Desculpa por ter te julgado no início por essa sua "intolerância" a ajuda.
- Não sinta.
Agente ficou sem falar nada por alguns poucos minutos. Ele estava pensativo. Ele fica tão lindo assim. Ele e basicamente a primeira pessoa que eu deixo se aproximar tanto de mim desde a minha avô. E acho que ele e meu primeiro amigo de verdade. E sinceramente, meu primeiro interesse romântico. Eu tô com vontade de beija-lo. E assim o fiz. O puxei pelo seu queixo para perto de mim e dei um beijo suave em seus lábios. Ele estava meio destraido e se deixou levar por um tempo mais depois me afastou um pouco.
- Luanna você sabe que isso não precisa acontecer né.
- Sei. Eu sei que você nunca me obrigaria a nada. Acho que um dos motivos de eu ter me apaixonado tanto por você.
Ele arregalou seus olhos e um sorriso apareceu no seu rosto.
- Você está apaixonada por mim?
Ao invés de responder eu o beijei de novo. Aí que eu tive criatividade para um parágrafo de uma música que estou escrevendo.

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