Eu acordei no outro dia meio zonzo com a minha cabeça explodindo de dor, vagamente veio lembranças da noite passada. Meu corpo estava doendo demais parar levantar da minha cama, mas eu percebi que eu estava nu. Quando eu me lembrei de tudo que havia acontecido na noite passada, eu comecei a chorar, botando isso em palavras.. O que eu sentia naquele momento era dor, nojo, tristeza e revolta.
─ Então ele realmente me estuprou.. ─ Disse com nojo.
Com muito esforço eu consegui levantar da minha cama com objetivo de chegar no banheiro e ver como estava minha situação, cheguei no espelho a primeira coisa que eu notei foi o curativo na minha cabeça e logo depois disso percebi que o meu corpo estava cheio de marca tanto de chupões como de hematomas ''Porquê? Porque Deus? Porque eu não posso ter uma vida normal como as outras crianças? Porque eu tenho que sofrer tanto? O que que eu fiz para merecer tudo isso me diz?!" A cada pergunta que eu ia fazendo o meu brilho no olhar ia assumido.
─ Seja forte Kazutora, isso não é nada comparado aos espancamentos ─ disse eu quase chorando novamente ─ Mas porque esta dor dói mais do que apanhar? Porque ela é tão dolorosa?
Aquilo foi o começo da minha depressão. O clima com meu pai tava péssimo, a gente já não se fala a dias. Eu estava indignado, ele não teve a mínima cara de pau de me pedir desculpas, depois de tudo que ele fez para mim. Ao menos ele não tava me batendo mais, acho que ele tava se sentindo culpado ou algo do tipo. Quando eu via ele dormindo, a minha vontade era te pegar uma faca e matá-lo mas eu era covarde o suficiente para fazer aquilo.
O único lugar que eu tinha paz era na escola, era o lugar onde eu colocava os meus pensamentos em ordem, o único lugar onde eu me condenava, é sentia nojo de mim mesmo depois daquela noite. A minha depressão vem cada dia se tornando mais grave. Era óbvio que a minha paz não durava muito, já que aqueles malditos garotos vinham me perturbar a cada momento que eles tinha portunidade.
─ Vejam só se não é o Kazutora, a garota mais bonita da nossa escola ─ disse que aparentava se o líder deles.
Eu já estava de saco cheio daqueles garotos eu pensei "porque não? Porque não dá uma resposta para eles a altura? O máximo que eles podem fazer me bater, é para o azar deles eu já sou bem acostumado com isso, ao ponto de nem doer mais. Comparado ao meu pai eles fazem cosquinhas"
─ E veja só se não é o idiota com seus cãos de guardas por aparentemente não pode nem se defender sozinho.Vindo me atormentar porque tá caidinho por mim.
─ O que você disse seu bosta?
─ Você não ouviu tá surdo agora? Para falar a verdade eu sempre tive pena de você, tenho certeza seu papai e sua mamãe não te dá atenção, e você acaba descontando em cima de mim para aumentar esse seu ego de bosta! ─ sentir a raiva dele aumentando cada vez mais, então decidi continuar provocando ele. É óbvio que depois daquilo eu ia apanhar muito? Sim mas pelo menos eu ia sair satisfeito.
─ Ah é verdade qual é o seu nome mesmo? É porque a sua cara é tão aleatória que até um cachorro da esquina tem um rosto mais marcante que o seu.
─ Eu vou te matar seu merda ─ Disse um dos subordinados dele.
─ Olha só, eu não sabia que cachorros falavam. Vejo que você treinou eles bem- depois de eu terminar de falar, eu sinto alguém me dá um murro no rosto logo depois eu caio e as sequências de chute vem com tudo. Depois eles terminarem de me bater eu levanto e vou para a sacada da escola.
(OBS: Ele estudava em uma escola de 6 andares.)
Subo em cima da sacada e começo a sentir o vento, aquela sensação era tão boa a sensação de quase morte me dá uma adrenalina assustadoramente agradável, olhei para baixo e pensei "Porque não? Se eu pular ninguém vai sentir minha falta mesmo, eu não tenho amigos, o meu pai provavelmente só ia descobrir que eu estava morto daqui uma semana, a única pessoa que se importava comigo de verdade já estava morta"
Hoje eu penso; Como pode uma criança de 12 anos de idade não vê mais sentido em viver? Por que o mundo já derrubou ela tantas vezes que viver se tornou um peso. Quando eu estava prestes a pular eu ouvi uma voz.
─ NÃO PULAR DAÍ!
Quando aquela pessoa disse aquilo eu levei um susto e escorreguei na sacada. Fechei os meus olhos e pensei "Então finalmente poderei ter paz" mas antes que eu pudesse pensar mais em alguma coisa, sinto alguém segurar minha mão e com muito esforço me puxar de volta para cima.
─ Porque você tentou se matar?
─ Não te interessa ─ Eu disse grosseiramente. Não estava afim de papo naquele momento.
─ Nossa você também não precisa falar assim, eu só queria te ajudar ─ disse com a cara emburrada.
Finalmente olhei para o rosto do garoto. Ele era moreno com cabelos curtos, com lindo par de olhos castanhos e uma presa maior que a outra que ficava incrivelmente fofa nele. De alguma forma ele me parecia familiar mas não dei muita importância. Então eu me levantei do chão peguei minha mochila e quando eu ia sair de lá eu escuto ele perguntar.
─ Ei aonde você vai?
─ Eu vou rodar bolsinha na esquina, é óbvio que eu vou para casa ─ quando eu estava quase saindo da sacada eu escuto ele falar.
─ Meu nome é Keisuke Baji se você quiser desabafar com alguém pode falar comigo. Você pode me dizer seu nome?
─ Kazutora.. ─ Eu saí de lá sem falar mais nada.
Cheguei em casa tentando lembrar daquele rosto e nome que parecia tão familiar. "Baji.. Baji.. Aonde eu já ouvi esse nome?"
─ Espera Baji não é um dos garotos mais populares da escola!? Merda e agora? Eu fui muito grosseiro com ele, será que ele vai me bater? Por quê eu estou preocupado mesmo hein? Não é como ser já não estivesse acostumado a apanhar mas... Ele não parecia nada com os boatos que falam. Ah quer saber, eu vou dormir amanhã é outro dia.
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Querido diário
FanfictionKazutora se vê apaixonada pelo seus dois melhores amigos. Em busca de oprimir seus sentimentos, ele decide comprar um diário. Não só em busca de oprimir seus sentimentos, ele também começa a se abrir, falando dos seus traumas e medos. 𝐒𝐞𝐫𝐚́ 𝐪𝐮...