Oportunidades

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Pegamos o carro e saímos em direção ao pronto-socorro. Eu tentava acalmá-la enquanto ela gritava de dor mas não conseguia. Claro que essa dor não passaria comigo falando "se acalma, vai ficar tudo bem". Tenho sã consciência disso.
Quando chegamos eles deram a entrada na emergência e eu fui dar os dados no balcão. Aquilo tudo me deu tanta adrenalina que não conseguia ficar sem mexer a minha perna. Foi horrível. Nunca tinha passado por uma situação tão assustadora como aquela.
Assinei os papéis e veio uma enfermeira me dar água e disse para que me acalmasse.
Não pensei nem duas vezes e liguei para Júlia. Ela estava acordada jogando. Chorei e contei tudo para ela. Tudo sobre a gravidez e etc. Ela também ficou em choque mas tentou me destrair. Após uns 20 min de conversa, senti uma mão no meu ombro. Era meu pai.
Ele sentou do meu lado, pegou minha mão e disse:
-Está tudo bem com ela. Teve um início de aborto, acho que algo relacionado a placenta também. Não sei te dizer ao certo o porque da dor, estava... Estou tão nervoso que não prestei muita atenção. Só queria saber se ela estava bem.
-Ótimo, então ainda vou ter um irmãozinho... E que bom que ela bem, ?!
-Sim. Não sabia que queria tanto esse bebê... Tô surpreso.
-Detalhes!
-Ela vai ficar em observação e repouso total essa semana. Vou precisar da sua ajuda nas coisas em casa. Nada d+, comida e olhar ela enquanto eu estiver fora. Amanhã, como é domingo, ficarei em casa.
- bom. Amanhã realmente é domingo. Tenho que falar pro Pedro que não vou poder ir pro barzinho com ele.
-Não! Se quiser, pode ir. Vou estar em casa... Tudo bem.
-Prefiro ficar e marcar pra outro dia.
-Olha, se quiser pode falar pra ele ir amanhã. Vai ser até bom, assim eu conheço quem é esse seu amigo. Não é que não confie em você, mas é bom conhecer com quem nossos filhos andam...
-Ele ir em casa? É... Não sei... Vou falar com ele.
-Ok. Sem problemas. Vou chamar um uber pra você voltar pra casa.
-Ok.
O uber chegou e a caminho de casa escrevi e apaguei várias mensagens convidando ele lá pra casa. "Oi, então, não posso sair amanhã, minha madrasta passando mal, quer vir aqui?" "Oi, não querendo te assustar nem nada... Mas quer vir na minha casa amanhã? Amanhã no caso hoje."
No final acabei mandando uma bíblia explicando toda a bagunça que tinha acontecido e no final falei "Se quiser vir aqui passar a tarde jogando, pode vir, te passo o endereço."
Ao enviar deitei na minha cama e fui futucar o telefone, com isso, acabei pegando no sono. Acordei com uma ligação do meu pai, avisando que tava lá fora e que eu tinha ficado com as chaves da casa. Fui abrir e minha tia entrou meio mole, mas ainda estava viva e grávida. Naquele momento isso era a coisa de mais importância pra mim.
Já entrei no trabalho: lavando louça, varrendo... Mas tudo isso ao som de um pagode. Qualquer que seja o pagode, em pleno domingo, é de lei.
E em algum momento daquela manhã recebi a notificação do Pedro. Ele apenas disse:
-Tá bom então. Me passa seu endereço e ponto de referência. Depois do almoço chego .
Olha leitor, sério mesmo... Me desesperei pra explicar toda a situação atoa. Mas o "sim" me deu coisas no estômago que nunca tinha sentido antes.
Li na Internet que se chama "borboletas no estômago", uns dizem que é a ansiedade que a pessoa te faz passar e outros só dizem que é a emoção de "gostar/amar" alguém.

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⏰ Última atualização: Jun 03, 2022 ⏰

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