A primeira impressão

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Era o início das aulas depois de longos meses das férias de verão.

E se eu pudesse fazer um desejo.

Um pedido.

Ou apenas voltar no tempo e evitar tudo que aconteceria nos próximos meses.

Com certeza seria: nunca ter conhecido Noah Urrea.

[...]

Eu poderia listar o meu top três coisas que eu mais odeio no mundo.

Em terceiro lugar, certamente está o chá de maçã verde. Sim, eu odeio chá de maçã verde, não sei ao certo explicar os motivos, mas é definitivamente ruim.

Em segundo, está o colégio. Não que eu odeie estudar, longe disso, eu sou um NERD (sim, com todas as letras em maiúsculo, pois me orgulho disso), mas acho o colégio uma perca de tempo, adolescentes idiotas todos juntos durante várias horas do dia, qual a chance de isso dar certo?

E em primeiro lugar, rufem os tambores...

Jonah!

Sim, eu odeio meu irmão mais velho e idiota.

Agora são exatamente seis e meia da manhã, e eu acordo assustado, já que o barulho estridente de sua guitarra vem do quarto ao lado.

Quem precisa de despertador quando se tem um terrorista sonoro como ele, vivendo no mesmo teto?

Felizmente não tenho tempo para me estressar com ele agora.

Hoje é o primeiro dia de aula depois das férias de verão, e a ideia de faltar é tentadora, mas em contrapartida, a ideia de ficar em casa com Jonah é pior ainda.

Tomo um banho rápido e me visto, não faço questão de me arrumar muito, embora eu particularmente ache que fico bom em qualquer coisa.

Estou calçando os tênis quando a porta do meu quarto é aberta, ou melhor, escancarada.

— Aí, viu onde a mamãe deixou a chave do carro? — Jonah questiona.

Meu irmão tem a mesma aparência desde que eu me lembre. Magro, rosto pálido e cabelos longos, anda sempre desajeitado e parece estar sempre com sono.

Jonah foi o típico adolescente revoltado, e acredito que mesmo agora sendo adulto, ele continue com a parte do "revoltado". Já tentei imitar seu estilo algumas vezes, uma vibe rockeiro, não deu muito certo.

— Você pode por favor, bater na porta?

— As chaves, Josh.

— Não vi, pra onde você vai com o carro?

— Te levar na escola e depois comprar cordas novas para minha guitarra.

— Não precisa me levar, vou com a Savannah.

— Beleza então, pirralho.

Ele sai dali e bate a porta.

A minha sorte, é que ele não age assim na maior parte do tempo, graças a uma pessoa: Úrsula Beauchamp.

Quando minha mãe está em casa, Jonah deixa de ser um idiota, já que ela é a única capaz de colocar ordem nele. Acontece que, minha mãe é enfermeira chefe e faz uma quantidade infinita de plantões, ou seja, ela quase nunca está em casa.

Me ame amanhã - Nosh Onde histórias criam vida. Descubra agora