Eight

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— Um convite de casamento? — Eda pergunta quando entrego o envelope para ela — para nós?

— Abra, você vai entender.

Estamos namorando oficialmente e publicamente há uma semana, tem sido tudo incrível. Claro que tornar público foi um pouco difícil, ainda temos que lidar com o choque de todos da empresa, mas nada tão ruim. Afinal, só mudamos nosso status de relacionamento, mas nossos cargos continuam os mesmos, Eda ainda é a chefe e pode congelar a bunda de qualquer um que tente ser engraçadinho.

Agora estamos a caminho da empresa juntos, no mesmo carro. Não é mais necessário chegar em carros separados para fingir que não passamos a noite juntos.

— A Leyla vai casar? — ela continua lendo — Com a Fingen? — ela quase grita.

— Sim, as duas namoram há muito tempo. E sim, antes que você pergunte, as duas se conheceram aqui na empresa.

— Eu nunca desconfiei.

— É que você estava ocupada sentindo ciúmes — eu brinco —, mas eu não estava mentindo quando disse que existem muitos casais aqui, mesmo com a regra que impossibilitava isso.

— Uau, que merda, deve ser difícil — ela comenta — nós só aguentamos esconder por três meses.

— Você teria demorado mais tempo? — eu pergunto pela primeira vez depois da nossa briga — Sabe... pra assumir? As vezes sinto como se eu tivesse forçado.

— Não, eu estava a ponto de enlouquecer também. Meu pai estava tentando me fazer sair com o Prince, ele é um querido, mas nós nos conhecemos desde criança e eu não sinto nada além de carinho por ele.

— Prince... os pais dele devem o odiar, que nome ridículo.

— Você só fala isso por ciúmes também, admita — ela me provoca, mas está certa.

— Jamais vou admitir ter ciúmes de alguém com o nome de Prince.

Quando chegamos na empresa fazemos nossa agora habitual rotina: saímos do carro, andamos de mãos dadas, entramos no elevador, e cada um segue para o seu respectivo andar.

— Ouvi dizer que os boatos que rondam é que ele vai ser promovido — um dos funcionários sussurra para o outro quando estou passando.

Às vezes acho que eles falam por inocência, mas agora eu penso que talvez eles falam porque sabem que eu posso ouvi-los.

— Benéficos de namorar a dona do lugar — o outro completa.

Finjo que não ouvi, porque não quero ser grosseiro. Durante o último ano eu estive na gerência fazendo meu trabalho e, modéstia parte, eu sou o melhor no que faço. Toda essa conversinha sequer faz sentido, vou ser promovido a quê se eu já assumo um cargo de liderança, onde minha única superior é Eda? Ela ser minha namorada não significa nada.

Na verdade, só significa que minhas motivações em estar na empresa melhoraram, o que me faz lembrar do dia que todos da empresa ficaram sabendo de nós...

"— Ora ora ora, o que minha adorada chefe está fazendo aqui? — Eda acaba de entrar na minha sala.

Nosso show de mais cedo com certeza deve ser o assunto mais comentado da empresa, mas ela parece não se importar mais com isso porque veio me ver no horário do expediente.

— Sua namorada — ela específica — veio para roubar um pouquinho do seu tempo.

— Olha que assim corre o risco do meu desempenho cair — ela se aproxima de mim e senta no meu colo.

BO$$Onde histórias criam vida. Descubra agora