7 - Quebec

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#EtonPipeDream

Nota: a revisão foi feita por mim às pressas, por isso, se tiver algum erro, não hesite em me avisar nos comentários!

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Minha visão estava meio borrada quando eu entrei na casa do Ashton, mas todos os músculos do meu corpo relaxam quando sinto aquele cheiro de lavanda e de casa - cheiro que eu não percebia que existia mais na minha própria.

Ashton tranca a porta atrás de mim e tira as botas e faço o mesmo, imaginando que ele não queria que eu sujasse aquele chão de madeira estranhamente limpa

Então lembro-me de uma coisa, como se um clarão repentino tivesse invadido a minha mente: estou de castigo.

Um arrepio atravessa minha coluna, como se um gelo escorregasse pelas minhas costas. A realização me deixa enjoado e minhas mãos encontram naturalmente o próprio caminho para as pulseiras de couro nos meus pulsos.

"Você está bem?", escuto a sua voz, perguntando-me. A mão dele tocou as pontas dos meus dedos e eu quase me derreti. Aquilo me deixa mais nervoso ainda e Ashton parece ter reparado, porque o fantasma de um sorriso puxa o canto direito dos lábios dele.

"Eu estou de castigo. Preciso ir embora", digo, com pesar, observando o sorriso sumir dos seus lábios. Ashton apertou meus dedos nos dele e eu quase abro a boca para pedir misericórdia, porque, se ele continuasse fazendo isso, eu não conseguiria ir.

As mãos dele são tão macias que não consigo evitar de ficar surpreso. Nunca imaginei que uma pessoa com a cara de Ashton poderia ter mãos suaves, como aquelas. Encaro os dedos dele nos meus, minha pele contra dele e então respiro fundo.

Dane-se.

Mesmo se eu for embora agora, vou chegar tarde. Keelesdale Eglinton West é longe de York e eu não trouxe minha bicicleta. Não tenho dinheiro para pegar um ônibus e também não quero pedir para Ashton me levar de volta, logo agora que ele acabou de chegar.

Fecho os olhos, tentando afastar a ansiedade de imaginar como seria quando eu chegasse em casa. Espero que eu não receba um esporro muito intenso.

"Se você quiser eu posso te levar", a voz de Ashton está do meu lado, baixinha, como se ele não quisesse falar isso. "Não é muito tempo de moto."

"Não, eu..", limpo a garganta antes de ajustar a coluna, tentando parecer mais confiante. Ashton levanta uma sobrancelha, "Eu não quero ir embora."

A resposta veio depois dele ter demorado longos segundos, talvez me dando tempo para repensar.

"Ótimo." Os dedos dele se afastam dos meus e eu estou quase pronto para reclamar, mas fecho a boca quando Ashton entra na cozinha.

Uma prateleira em cima da TV está cheia de livros. Sorrio ao imaginar ele lendo aquilo tudo e depois me contando o que aprendeu. Aproximo-me do sofá cinza, passando as mãos pelo estofado. Duas mesinhas do lado da TV estão cheias de coisas: mini esculturas, quadros e notas em papel, de uma forma arrumada-bagunçada.

As janelas da casa de Ashton não têm cortinas. Pergunto-me como ele é capaz de suportar esse tipo de falta de privacidade, porque sei que exibicionismo não faz muito o perfil de Ashton mas, novamente, talvez isso seja uma das coisas que preciso começar a aprender melhor sobre ele.

Aproximo-me da vidraça da janela e olho o lado de fora. Há um prédio idêntico a este, de tijolos vermelhos e quadrado como uma caixa de fósforo. Apesar de provavelmente ser horrível ter que lidar com os vizinhos fofoqueiros, deve ser uma imagem incrível quando o céu está começando a ficar escuro, naquele meio tom laranja, azul e roxo.

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