2 - Deixem os pirralhos em paz

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Capítulo reescrito em 09/09/2022

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Capítulo reescrito em 09/09/2022

Depois que sai da sala de Donovan, a primeira pessoa que vejo é Max. Ela estava escorada na parede de olhos fechados, enquanto as tranças grossas caíam pelos seus ombros.

Como de costume, Maxine Chase usa suas grandes argolas e batom escuro. Combina com o tom de pele marrom, e ela sabe tão bem como fazer maquiagem funcionar em seu rosto que até mesmo um desconhecido poderia saber que ela tem alguns dotes artísticos.

Quando Max me vê, preocupação enche seus olhos. Meu estômago afundou no mesmo instante. "Você está bem?" Ela pergunta.

Me aproximo, apertando a alça da mochila. Meu punho ainda dói, meu rosto está machucado e há uma parte do meu cérebro que insiste em me lembrar que preciso conversar sobre isso com minha mãe, mas, tirando esses pequenos detalhes, estou, porém, quando digo isso a ela, Max não parece acreditar.

"Um pessoal do terceiro ano está indo pro Crothers Woods fazer uma fogueira. Estão comemorando a saída da escola e tudo mais. Eu..." Ela faz uma longa pausa e observo enquanto seus olhos percorrem todo o meu rosto. Quando nossos olhares se encontram, Max desvia rapidamente. "Eu disse que nós iríamos, mas se você não estiver com vontade, não precisamos."

"Você quer ir, não quer?" Pergunto e Max balança a cabeça, e chego perto para colocar a mão no topo de sua cabeça. Sei que ela não vai se eu não for. Max tem um jeito meio maníaco em tentar me proteger a todo custo. Nunca contei a ela sobre os meus pais, muito menos sobre o que meu pai faz quando fica com raiva, mas acho que havia algo nela, um sexto sentido, que a sempre faz desconfiar se eu estou realmente bem. E, na maioria das vezes, eu não estou. "Eu vou com vocês."

Um sorriso caloroso brota em seus lábios, e, só por causa disso, tento afastar as preocupações para mais tarde.

Max e eu saímos da escola e vamos direto para o Mitsubishi de Omar. Ele estava estacionado perto da saída, e, quando entramos, a mesma pergunta de sempre invade a minha mente: como diabos aquele carro ainda anda? No banco de trás, estou espremido entre Adam e Sally, que está em seu colo. Sally é tão pequena que mal ocupa espaço nas coxas do namorado.

Charlie está do meu outro lado, com o queixo apoiado na palma da mão, olhando distraidamente para a paisagem. Ele ainda parece estressado pelo o que aconteceu mais cedo, e, quando toco seu joelho, ele se vira para mim com os olhos assustados. "Tudo bem, cara?" Eu sussurro, tão delicadamente quanto posso. Ele faz a mesma coisa que Max: encara as feridas do meu rosto.

"Sinto como se isso fosse culpa minha." Ele sussurra de volta. "Seus pais-"

"Shhh." Coloco a mão em cima dos lábios, calando-o de repente. Charlie é o único que sabe razoavelmente do meu péssimo relacionamento com meus pais. Embora eu conheça Adam, Omar, Max, Sally e Jasper há alguns anos, nenhum deles chega ao nível de intimidade que tenho com Charlie. Eu não conto tudo para ele, nem ele para mim, mas acho que o nível de amizade que temos nos permite ser íntimo mesmo sem isso.

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