10 - Agridoce

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Betagem por @/Lucy_san! <3

#EtonPipeDream!

Boa leitura! <3

Reescrito e: 01/07/2023 

IMPORTANTE: esse será o último capítulo reescrito publicado aqui no Wattpad!

"Minha mãe queria te conhecer, mas achei que não seria uma boa ideia", Randall diz, estacionando na frente do prédio em que ele mora.

Aceitei visitá-lo porque Mia, minha cunhada, havia me mandado mensagem, dizendo que estava com saudades. Ainda não entendo como alguém tão bacana quanto ela acabou casando-se com meu irmão, mas talvez o amor realmente seja cego. E, por sorte, ela compensa o quão irritante ele poderia ser.

Quando vi Mia pela primeira vez, foi quando meus pais me forçaram a ir na casa do meu irmão — como agora. Nunca gostei muito de visitá-lo e a razão tinha nome e sobrenome: Terry Shiravari. Meu pai, antes de se casar com a minha mãe, envolveu-se com a mãe de Randall, que acabou engravidando. O problema era que eu só fui descobrir que tinha um irmão muitos anos depois do que deveria ser considerado o normal e, por essa razão, pensei que meu pai havia traído minha mãe com a de Randall — embora ele tenha feito isso com outras mulheres. Ninguém me explicou exatamente o que havia acontecido até meus dezesseis anos.

Por essa razão, nem sequer meu primeiro encontro com Randall foi bom e, ao decorrer do tempo, conforme meu pai demonstrava uma clara preferência por ele, muitos sentimentos foram se acumulando no meu interior até chegarem onde estão hoje.

Com Randall, meu pai costumava chamá-lo por apelidos que o façam parecer muito mais importante do que eu considere que seja. Randall trabalha como principal gerente em uma empresa que nem sequer me dou o trabalho de recordar. Essa empresa em questão parece agradar muito as expectativas do meu pai então, com isso, ele subiu no nível de importância do meu pai.

Isso foi há alguns anos, quando Randall nos visitava com mais frequência. Quando ele disse que havia sido promovido, meu pai quase saltou da cadeira. Minha mãe comoveu-se com a notícia e lhe parabenizou de um jeito tão maternal que a ignorei por uma semana depois daquilo, tão enciumado que quase engasguei no meu próprio veneno.

Porém. Sempre há um porém.

Depois de algum tempo, Randall começou a aparecer menos. Ele e meu pai, embora ainda mantenham um relacionamento próximo e talvez até carinhoso, se distanciaram de uma forma que apenas uma pessoa obcecada por cada passo de Randall — como eu — seria capaz de notar. Era como se uma muralha de ferro, contudo de alguma forma transparente, tivesse sido colocada entre eles. E, embora notar isso tenha agradado uma parte egoísta de mim, é impossível não me perguntar frequentemente o que havia acontecido.

Primeiro achei que poderia ser algo a ver com a mãe de Randall. Ela não parece gostar muito do meu pai e, honestamente, nem a culpo por isso. Quando ela engravidou, Terry a abandonou do jeito mais filha da puta do mundo, deixando-a sozinha no mundo. E — quando ela apareceu nas nossas vidas com outro bebê, implorando para que meu pai ajudasse com o mínimo — Terry apenas fez o que lhe foi pedido e a deu apenas o mínimo. Nada mais.

Mas, depois de algumas semanas, comecei a esperançosamente criar outra teoria: talvez Randall tenha descoberto o que Terry fazia comigo quando se irritava demais e decidido que não concordava com isso. Foi nessa época que precisei admitir a mim mesmo que sentia algo além de ódio pelo irmão, embora tenha parecido que eu havia engolido uma bola de fogo. Porém, se meu irmão realmente se importasse, por que não tomava uma atitude verdadeira? Assim, acabei descartando essa possibilidade.

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