[🌊]Três e quarenta da manhã, e o mar completamente calmo. Tipicamente silencioso por esse horário, como se não estivesse um mínimo tipo de ser habitando por aquele local imenso e tão profundo, que não foi sequer cinquenta por cento explorado.
Mas... eu sabia tinha, com grande possibilidade de estar rodando tranquilamente bem debaixo do pequeno mas confortável barco exclusivo que eu me encontrava agora.
Confesso, o frio era de matar em alguns momentos. Nova Zelândia estava dando as boas vindas para mim através de um inverno rigoroso e com direito a muita neve. E para um descendente de coreano americanizado que viveu seus vinte e seis anos no estado da Califórnia, me acostumar com essa onda de frente fria está sendo uma experiência nova pra mim. Provavelmente um por cento das novidades que essa aventura de vida e carreira irá me proporcionar.
Sou Jimin Parker, biólogo marinho que recentemente conseguiu seu tão almejado doutorado. Depois de me dedicar nos últimos dois anos estudando investigação dos comportamentos e fisionomias de populações marinhas, fui convocado para essa nova missão na Nova Zelândia para analisar vários pontos sobre uma população marinha muito específica: as baleias.
Pessoas como eu acabam passando muito tempo em barcos, no completo silêncio como estou agora, apenas observando a movimentação ao redor. No meu caso, enquanto o navegador que me levava até a base da minha nova jornada continuava firme em seu trabalho, decidi não descansar e ficar acordado igual ele.
Eu poderia estar vindo por um caminho mais... terrestre, digamos assim. Como do aeroporto direto para um táxi, e enfim outra entrada mais central de Ocean Care.
Mas como de minha natureza profissional, eu não consegui fazer assim. Decidi entregar minha noite para o mar congelante, averiguando e compreendendo esse ambiente que tanto vai ser a base de meus estudos.
Desde já, eu queria entender o porquê estou aqui. Essa é a verdade.
Tenho a plena certeza que não fui mandado pra cá à toa. Para aceitar algo que me leve para tão longe, só sendo igual a mim, apegado no que faz da vida mais que qualquer coisa nesse momento, até mesmo mais do que nas pessoas.
Por agora, estou analisando com atenção as ondas sonoras que meu equipamento me fornecia.
Elas uma hora falariam... E eu precisava estar ali à postos para ouvi-las. Seria meu primeiro contato com a população desse local. Mesmo com aquele frio que ultrapassava todas as vestimentas que coloquei, incluindo o grosso casaco, eu não conseguia desconcentrar da movimentação sonora que me era transmitida.
Até que elas falaram... E meus olhos cresceram como se eu tivesse acertado os números da loteria.
— Mais cedo do que eu esperava... — simplesmente saiu de meus lábios ressecados em forma de sussurro, fazendo em seguida nascer naquela região de meu rosto um sorriso descrente e completamente satisfeito.
Minhas mãos encapadas com luvas logo alcançaram meus fios negros da cabeça quando uma movimentação sorrateira próxima do barco começou a surgir. Movimentação essa que eu tenho zero medo. Sei que muitas pessoas se assustam com a imensidão inexplorada do mar, e eu não julgo, existem coisas ali que a nossa espécie de fato ainda não conhece. Mas toda movimentação nova do oceano para pessoas com meu estilo de vida, é uma nova oportunidade de se conectar com aqueles seres e compreendê-los. Compreendê-los da mesma forma como pedidos para sermos todos os dias.
Quando dei por mim, já estava ali, na beira daquele confortável barco branco, observando. Queria escuta-la mais uma vez... Mas dar ouvidos infelizmente pesou menos quando o que era apenas uma movimentação interessante, deu abertura a uma imensa cauda que fez meus olhos brilharem quando subitamente e lentamente saiu daquela imensidão de água.
Ela não tardou, voltou a falar novamente através dos meus aparelhos. E com a soma das ações, eu tive agora a plena certeza que ela queria se comunicar comigo.
Não saí de perto da borda até aquela criatura mergulhar e mostrar sua imensa cauda novamente, como quem se despedisse e deixasse admira-la uma última vez, antes de suas movimentações ficarem distantes e enfim ela provavelmente estar longe dali... ou próximo, não sei.
No final das contas, eu veria somente o que ela deixou que eu visse.
No entanto, mesmo após aquela experiência finalizar, eu não iria esquecer daquela pequena fisionomia que tive o prazer de desfrutar....
— Arranhada... — a minha boca novamente tomou conta de mim e externou meu pensamento. — Ela tinha uma cauda bem... arranhada.
Por isso seria fácil lembrar.
E não somente com o frio, mas essa foi a outra forma que Nova Zelândia deu boas vindas pra mim. Obrigado, criatura em questão, se as próximas baleias que cruzarei daqui pra frente para os meus estudos não for você, saiba que você fez meu primeiro contato com esse lugar ser bem único. Não me arrependo nem um segundo de ser louco e pagar para passar minha primeira noite aqui, no mar.
No fundo quem vive de estudos marinhos, é assim... Se doando e se questionando todos os dias se em algum momento, o seu trabalho vai fazer algum tipo de diferença para eles.
Será que meus esforços um dia significarão algo?
(...)
[N/A]:
Meus amores, bem-vindo à Ouvindo o oceano. Apesar dela ser uma longfic, não quero que ela seja imensa como (IM)PURE e Treehouse.
Mas vamos ver, né? Sempre quem manda é a história pra mim.Só sei que terá muito: mistério, suspense, ensinamentos, e nosso romance complementar porque vocês sabem o quanto eu gosto de livros que o romance não é o bolo principal, né? Porque quando o amor vem de complemento, parece que
ele fica mil vezes mais gostoso 🤌🏻Sobre o nosso elenco lindo que será bem gringo pela localidade, vou colocando conforme as pessoas forem aparecendo na história. Sinto que fica mais fácil de memorizar o rosto do que no início, onde tem nomes e fotos, mas até aparecer na obra, cê esqueceu já da cara do indivíduo 👻
E sim, o sobrenome do Jimin deu uma mudada, mas é pra poder conciliar com certos fatos da história.
⚠️ Importante lembrar: eu estou só emprestando aparência e nomes (do Jimin nem completamente) dos artistas. Ou seja, aquele lembrete básico que nada escrito aqui tem a ver com esses artistas na vida real, absolutamente nada. Personalidades cem por cento criadas do zero.
Aguardem aí o 1° capítulo dessa
nova aventura daqui a pouco! ⏱
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Ouvindo o Oceano 🐋
RomanceJimin Parker é um biólogo marinho simplesmente apaixonado por seu trabalho. E nos últimos 2 anos de sua vida, decidiu mergulhar profundamente em um estudo de uma espécie em específico: as magníficas baleias. Com uma nova missão na Nova Zelândia, ele...