49. Stories

2.4K 165 65
                                    

2/6

16 de Dezembro de 2021 | Quinta-feira.

POV Rafaella

Acordei antes do despertador por ter ido dormir cedo, por um milagre Bia não estava embolada no meu corpo e sim espichada na cama de barriga para baixo, agradeci isso pelo simples fato da minha rotina após um grande estresse. Cuidadosamente levantei o cobertor, peguei meu celular e deixei a cama em direção ao banheiro.

Eu já estava acostumada com isso, agora era a hora de organizar minha mente, eu comigo mesma cedinho da manhã.

Demorei um tempo a mais no banho, fiz toda minha rotina de skincare com calma e delicadeza, passei uma maquiagem leve só para me sentir bonita, coloquei uma calça de solta preta com uma blusa um pouco mais arrumadinha e desci para a cozinha. Conectei meu celular no speaker, coloquei na minha playlist de hinos e comecei a preparar meu café da manhã, algumas frutas e o café brasileiro que tinha roubado na casa da Bia uns dias atrás.

Levei tudo para a sala, peguei algumas almofadas e sentei no chão perto da janela que deixava o pouco sol do começo da manhã entrar. Era hora de respirar, organizar a mente e deixar tudo de ruim para trás. Resignificar.

Eu tenho mais quatro dias aqui, mas esses quatro dias vão ser incríveis, eu vou aproveitar cada segundo sem que as preocupações me atormentam, até domingo eu estou de férias do mundo. Esse período com a Bia tem sido essencial para me descobrir, aprender mais sobre mim, sobre meu corpo, sobre como ter um relacionamento massa e com amizade.

Aqui eu reencontrei a Rafaella Freitas, a Rafa fora da máscara do instagram e do medo de qualquer passo virar notícia distorcida e isso era bom. É uma coisa que eu quero levar comigo para os momentos privados no Brasil, é uma das coisas que não vou conseguir abrir mão.

E nem tudo é ruim, eu não ter passado na prova significa que eu vou seguir estudando, coisa que eu certamente não faria se tivesse sido aprovada, e além do mais, vou poder usar de desculpa para passar mais uns dias aqui no futuro. Nova York é incrível, é um lugar que faz você ser quem você é sem ter vergonha disso.

Falando em futuro, porque eu estou tão desesperada se uma das coisas que eu mais sonhei na vida era trabalhar na globo e semana que vem eu começo a frequentar aquele lugar todos os dias, logo estarei em um programa ao vivo, vivendo tudo o que eu sempre vi em bastidores de programas em que eu participava. É engraçado lembrar que alguns anos atrás eu escrevia isso na minha agenda esperando se concretizar e agora está acontecendo. Deus é bonzão.

Eu vou ser oficialmente global, estou feliz com o momento que estou vivendo, as oportunidades de trabalho estão a mil, estou financeiramente mais que estável, estou rodeada de pessoas especiais e cheia de saúde. O que eu poderia pedir a mais? Tudo se dá um jeito.

Fiquei perdida nos meus pensamentos por um tempo, enquanto isso meu cérebro ia trabalhando o ocorrido e transformando para algo bom e proveitoso. Já conseguia sentir o peso que estava sobre mim ir embora, o café já havia acabado, as frutas também, e o sol estava já na metade da sala.

Pera, o sol já estava na metade da sala.

Estiquei meu braço para pegar o celular e vi que passava das nove da manhã. Minhas aulas já tinham acabado, mas Bianca supostamente tinha que trabalhar e ainda não estava de pé. Pensei em ir acordá-la, mas recuei rindo sozinha ao lembrar de dois dias atrás que quase fui morta.

Decidi deixá-la dormindo, levei as louças para a cozinha e me sentei no balcão para dar uma olhada nas redes. Tive a ideia de juntar todos os amigos que eu fiz por aqui em um grupo, avisei que queria juntar todos no sábado e logo o pessoal estava interagindo dando sugestões de role.

NYC Here I ComeOnde histórias criam vida. Descubra agora