53. The start of an age?

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19 de Dezembro | Domingo

POV Rafaella

Entrei na sala de embarque e desabei, parecia que por fim a ficha havia caído, uma misto de saudade de casa e saudade do que estava deixando para trás em um país diferente. Coloquei o capuz do moletom que eu estava, ouvi meu voo ser anunciado para embarque, levantei caminhando até a fila e logo entreguei minha passagem para subir na aeronave.

Algumas horas pela frente para tentar entender o que seria da minha vida agora, como tudo iria funcionar quando chegasse em casa, se contava ou não das minhas aventuras aqui, ou se Marcella já havia contado, se iria me apaixonar por outra pessoa tão rápido, se essa pessoa seria homem ou mulher... muitos "e se" para pouca Rafa.

Sacudi minha cabeça ao ouvir o anúncio que saiu pelos alto-falantes, saindo do transe que estava e voltando para a realidade, era hora de partir.

Assim que o anúncio acabou e as instruções de emergência foram passadas, procurei meus fones de ouvido na bolsa que estava comigo, cliquei na playlist de NYC que havia baixado e deixei a música tomar conta enquanto tentava dormir. Esse era o único jeito de parar de pensar em tudo.

É doido demais quando passamos um tempo morando em outro lugar sabendo que nossa passagem de volta está marcada. É como se soubesse que lá sempre será minha casa, uma casa onde vivi momentos fora do meu normal, onde fui uma personalidade completamente real e verdadeira, sem influência de qualquer fator externo, onde não existe certo ou errado. Uma memória que sempre estará no meu coração.

Eu seguia virando de um lado para o outro, fechando e abrindo os olhos e nada do sono vir. Na manhã seguinte eu já teria reunião na Globo, não era uma opção dormir ou parecer o bagaço da laranja, mas parecia uma missão impossível dormir agora.

Já havia passado quase três horas de voo e nada. Resolvi que seria uma ótima oportunidade para fazer uma limpa nas minhas mídias, mas quem eu estava querendo enganar? Queria apenas rolar pelos momentos que vivi naquela cidade e pelas fotos com Bianca. Sorrindo a cada uma que passava, lembrando a cena em torno dela.

Ri sozinha quando encontrei as fotos do dia que saí com a minha calça verde estampada, que fomos parar em um karaokê aleatório e quase fomos expulsas graças a bagunça que fizemos junto com o pessoal. Uma vontade absurda de postá-las invadiu meu corpo, abri o bloco de notas e comecei a escrever a futura legenda, nada muito explícito, mas que ela entenda.

Afinal, o que seria de NYC sem Bianca?

"Hey Bianca, se contenha aí hein!! Eu vou deixar carta aberta pra você e você vai mandar um áudio como quem diz: "não precisava" incluindo algum palavrão pedindo pra eu não te fazer chorar porque você não gosta, apesar de fazer com frequência, até mesmo assistindo comercial de tv, e não admitir. Mas eu precisava, já que você é uma das pessoas mais extraordinárias que conheci. Não dá para definir a explosão que mora aí, brasileira importada que vê beleza em tudo, sempre disposta a ver o outro sorrir.

Foi pouco tempo para tanta coisa e tantas descobertas, você está presente em quase todos os pontos da minha lista de lugares que queria conhecer em NY e olha que loucura, te conheci aí 😆

Em uma festa maluca, depois de um evento com pessoas que nunca pensei em conhecer, enquanto você fingia ser gringa para rir da minha cara, bagunçando com um bando de brasileiro. Deveria ter desconfiado já que sabia dançar as nossas músicas. Depois fizemos uma festa sentir raiva das nossas risadas sem causa e ali começou um dos maiores motivos pra eu agradecer, nossa conexão.

Obrigada por ser alegre e disposta a fazer quem está do seu lado brilhar os olhos. Você me inspira Bia, acho você linda em todos os sentidos, seu jeito, caráter, a forma com que fala da sua irmã, seu jeito doido/maluca/crazy, seu lado empreendedora, sua audácia em ser tão corajosa, seu dom pra fazer minhas fotos e vídeos que, às vezes, nem eu to afim e você insistia dizendo que o público queria meu conteúdo hahaha.

NYC Here I ComeOnde histórias criam vida. Descubra agora