Confissões, Amores e Descobertas: A História de Rafael (Romance Gay)

Capítulo - 1

RAFA

_ É sério, Beca, você quer que eu saia de casa para ir na lanchonete. Eu adoro o Giga Giga, mas hoje eu só quero minha coberta e terminar a temporada de Elite. - sim, eu sou o adolescente que prefere ficar debaixo da coberta comendo pipoca e assistindo séries do que sair. Não tenho paciência para ter que interagir, ainda mais hoje que meu pai avisou que o Cartório irá fazer hora extra e o Rodrigo já saiu com os amigos, pelo visto meu irmão segue sendo popular. A casa só minha, eu só quero meu sossego e descobrir quem matou a Mariana.

_ Rafa, não me faça ir aí na sua casa te tirar daí a porrada. Pelo amor, depois você assiste, sério, eu voltei de viagem e quero curtir hoje, segunda as aulas já começam e não teremos mais tempo para curtir, eu então, ninguém merece, mal pisei em Ponte Nova e ouvi dos meus pais que tenho que ter notas excelentes este ano, pois foi nosso acordo para meu ano no exterior que me fez perder um ano. Então vamos, migs, diz que sim.

Rebeca sempre usa o drama para me convencer de algo, mas eu entendo ela. Minha amiga passou o último ano no interior de Nova Iorque e acabou perdendo um ano de escola, um dos motivos que ela não se importou tanto, além de conhecer outra cultura e viver o melhor ano dela, é que ela sabia que iríamos estudar juntos.

_ Ah, Beca, vem pra cá, você maratona comigo e eu faço pipoca. Muito melhor.

_ Rafa, você só vai ter essa juventude uma vez na vida. Pelo amor vamos curtir!

_ Ok, mas vou chamar o Erick. Porque ele mais cedo me mandou mensagem e eu disse que não iria sair hoje.

_ Ótimo! Quanto mais gente melhor.

Levanto da cama contra a minha vontade, mas sei que discutir com a Beca é impossível. Pauso a série e começo a me arrumar, meu quarto está uma bagunça, ritmo férias, vulgo ficar deitado atoa o dia inteiro.

Erick, você está em casa ainda? Estou indo pra lanchonete dos seus pais, Beca chegou lá e já fez o drama dela, mas me convenceu.

Termino de me arrumar, um jeans básico, uma blusa de frio amarrada na cintura, porque minha cidade é aquela clássica: 4 estações em um dia. Pego uma blusa preta, ótimo para disfarçar os quilos que ganhei nessas férias. E estou pronto.

Eu estou indo para lá, meus pais estão precisando de suporte, então encontro com vocês lá.

Okay. Ah e vai arrumado hein.

Uai? Eu sempre ando assim, mas por que?

Nada não. - digito e dou risada, o Erick acha que não noto a forma que ele sempre olhou pra Beca desde quando eu apresentei eles. Beca estudava com meu irmão, mas fui conhecê-la no cursinho de inglês, estávamos na mesma turma. Entramos juntos quando tínhamos 12 anos. E nos aproximamos muito. Obviamente ela acabou passando alguns recreios comigo desde então e o Erick começou a conversar com ela também. Quando Beca ficou com meu irmão, um pouco antes dela viajar, o Erick ficou tão chateado que parou de sair com a gente, mas logo voltou quando comentei que ele estava sendo infantil demais.

Desço de casa, o bom de morar numa cidade pequena é que tudo é perto. O GigaGiga é perto da escola e também da minha casa então logo que entro na rua principal já avisto a Rebeca dançando na porta da lanchonete, aposto que ela convenceu os pais do Erick a liberarem a música. Becca tem um jeito único de convencer as pessoas.

_ Aleluia, amigo, eu achei que teria que subir a rua para te puxar da cama. Vamos, o Erick está lá dentro. - ela me puxa pelo braço e entramos. O GigaGiga está lotado, ainda mais sendo a última noite de sexta feira livre antes do retorno das aulas. Basicamente todo o ensino médio do São Carmo está presente.