Capítulo - 19

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RAFA

Sinceramente, eu mal chego e já quero ir embora. Muita gente, muita gente da escola e como sempre os mesmo grupos estão juntos aqui.

Rodrigo já sumiu com a Beca e o Matheus e o Dudu também. Erick segue do meu lado.

_ Cara se você quiser ir curtir vai lá. Eu vou fazer um tempo aqui, mas já quero ir embora.

_ Sabia! Eu te conheço. Sua cara não mente. Mas porque você não vai procurar o Matheus? Quem sabe...

_ Fala baixo, alguém pode ouvir. E nem sei, eu ouvi o Dudu comentar com ele que a Joyce comentou com a Vivi que está doido para ficar com ele.

_ Ela querer é uma coisa. Ele querer é outra.

_ Ah não sei.

_ Você não vai ficar preso no canto aqui não , anda vamos dançar. Você gosta. - Sim, eu amo dançar, mas não faço muito isso em público.

_ Eu não.. - Erick me puxa pela mão e me arrasta para a pista de dança improvisada no quintal. E com muito custo começo a dançar. Erick me acompanha e por alguns momentos eu consigo esquecer de tudo. Estou próximo a ele e Erick não se afasta de mim.

Jogo minhas mãos para o alto ao ritmo da música e quando elas abaixam esbarrando na cintura do meu amigo. Ele me encara e rir fazendo o mesmo comigo e....

_ O casal podia ir para um quarto, ninguém merece ver isso. - nos viramos e vejo Ronaldo rindo apontando para gente, Dudu está ao seu lado e Matheus do outro, duas meninas estão com eles e nem me surpreendo ao ver a Viviane e a Joyce de mãos dadas com o Matheus. Aquilo tudo me incomoda, mas aquelas mãos dadas...

_ Deixa eles, cara. - diz Rafa.

_ Deixa o que, olha essa pouca vergonha. Eles deveriam ir para um lugar isolado. É nojento! - Ronaldo começa a gritar e as pessoas à nossa volta param de dançar. Eu quero morrer.

_ Qual o problema? Você não tem o que fazer não? E não rolou nada aqui a gente só estava dançando e se tivesse rolado também você não teria nada haver com isso. - Diz Erick ao meu lado.

_ E eu achando que tu era macho, mas pelo visto me enganei. Você é tão viado como o Rafa. Mas deixa seu irmão saber disso, ele vai...

_ Eu vou o que? - Rodrigo aparece atrás de mim e eu só vejo tudo piorar.

_ Seu irmão se esfregando no Erick!

Rodrigo me encara. Eu estou em choque e não consigo dizer nada, só quero fugir dali. Rebeca se aproxima de mim, ela estava de mãos dadas com o Rodrigo, mas quando viu meus olhos ela já soube que não estava bem.

_ Ronaldo. Vaza. Só digo isso. - meu irmão está puto e eu percebo isso.

_ Qual foi, vai ficar do lado dele? Seu pai tem que saber que o filho mais novo dar o rabo! - Não sei como, mas Rodrigo passa por mim e dá um soco na cara do Ronaldo. O clima esquenta e as pessoas começam a gritar.

Eu quero chorar o que eu causei. Tudo por culpa minha, tudo porque... me viro e começo a correr. Eu quero sumir, eu deveria morrer que tudo seria mais fácil. Saio da festa antes que alguém me impeça e desço a rua correndo. Eu não sei para onde ir, mas eu não quero ficar mais perto de ninguém. Eu causo problema para todos e o Matheus estava também de mãos dadas com a Joyce, como eu pude sonhar que algo poderia rolar entre a gente, eu nasci para ficar sozinho, eu nasci pra morrer logo.

Corro, corro e corro, corro até minhas pernas doerem. Corro até não ter mais fôlego, corro até cair e choro, choro pelo tombo, choro pela dor, choro porque desde que me entendo por gente eu sempre me senti sozinho e a cada momento isso piora, eu choro porque eu quero morrer. Eu quero deixar que isso exista.

Me arrasto até a pedreira da cidade, meu corpo todo dói, mas aqui eu consigo ver a cidade toda e também sei que se eu quiser eu posso acabar com a dor toda. É o local mais fácil para isso e ninguém vai saber.

Choro em silêncio sentado vendo toda a cidade. Choro e levanto meus olhos para o céu. Ah mãe se você estivesse aqui tudo podia ser diferente, eu teria alguém para cuidar de mim, alguém para me proteger. Mãe, eu queria que você estivesse aqui.

Confissões, Amores e Descobertas: A História de Rafael (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora