Capítulo - 54

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MATHEUS

O que ele disse? Não, não mesmo. Vou atrás do Rafa, mas a chuva só aumenta e o guarda-chuva mais me atrapalha que tudo, o perco de vista. E não gosto disso, aquela fala dele está remoendo muito.

Volto o caminho até o mercado vou adiantar o que minha avó pediu e vou na casa do Erick. Vou conversar com ele e também ver se o Rafa voltou, tem algo me dizendo que eu preciso fazer isso, mas não posso ficar paranóico agora e assustar a todos, ainda mais hoje que foi o último dia do Rafa na escola. A comoção foi forte e o dia de chuva só deixou tudo pior.

Pedi a minha avó para intervir no conselho da escola, mas ela me falou que a próxima reunião só no meio do próximo mês, então até lá não tem nada que ela também possa fazer.

Meu neto, cadê você?

Olho a mensagem da minha avó e percebo que demorei mais do que esperava no mercado..

Vó, estou indo, aqui está cheio.

Tudo bem, mas toma cuidado. Essa chuva não dá trela.

Realmente, a chuva não para, parece que teremos dias de chuvas, minha avó sempre me falava quando eu vinha vê la quando era mais novo, aqui quando começa a chover a gente já se preocupa, porque o rio sobe rápido.

Saio do mercado e vou em casa, quero ir na casa do Erick, mas primeiro se eu não for encontrar com minha avó, ela vai ficar mais preocupada do que tudo.

A chuva forte me atrasa e chego já no fim da tarde. Subo e minha avó está sentada no sofá.

_ Meu neto, Matheus, eu já estava ficando preocupada. Essa chuva, sua demora. Já pensei logo o pior.

_ Eu estou bem, vó. Mas estou preocupado, o Rafa passou por mim, ele não estava bem e me contou que... - paro de falar, eu nunca contei para vó Martinha o que aconteceu.

_ Preocupado com o que? Me fala. Vamos.

_ Eu beijei o Rafa faz uns meses, ele já estava namorando com o Erick, mas antes disso a gente ficou e eu disse que não queria mais. Resumindo, o Rafa contou para o Erick e parece que eles brigaram, pois ele trombou comigo na chuva, e eu ia beijá-lo de novo e ele disse que só fazia coisa errada que era melhor morrer. E depois correu e eu não vi para onde ele vai. - falo tudo de uma vez. Porque estou tentando me manter calmo, mas no mercado passei a tarde toda tentando falar com Rafa e ele não entendia ou respondia às mensagens.

_ Olha, eu acho que o Rafa só precisa de um tempo, mas se você está preocupado assim. Espera a chuva passar e vai no Erick, ou liga para ele, mas saiba que ele deve estar bem revoltado com você também.

Eu sei disso, me levanto e vou até a janela a chuva ainda continua. Mas falo que vou sair assim mesmo, minha avó pede que eu espere, mas tem algo me dizendo muito forte que eu preciso saber do Rafa, um pressentimento muito forte.

Saio de casa correndo e esqueço até o guarda-chuva. Vou direto até a lanchonete. Entro para sair da chuva, mas sei que não adianta, estou mais ensopado que tudo.

_ É cara de pau demais você me aparecer aqui agora! É sério? - Erick larga a bandeja que está segurando e para me olhando.

_ Erick, eu sei que você deve está me odiando e tem razão, mas eu precisava vir aqui. O Rafa está aqui?

_ Você beija o meu namorado e depois vem aqui saber se ele está? É sério?

_ Erick, você pode me odiar, mas me responde, ele trombou comigo mais cedo e disse que era melhor se morresse. Então, me fala, ele está aqui?

Por um momento Erick não diz nada, mas existe um entendimento no olhar dele. E pela forma que ele balança a cabeça já sei a resposta, o Rafa também não está aqui...

Confissões, Amores e Descobertas: A História de Rafael (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora