Confissões, Amores e Descobertas: A História de Rafael (Romance Gay)

Capítulo - 53

RAFA
Dois meses depois

Então é isso, meu último dia foi hoje. Chego na casa do Erick com ele e me sinto péssimo. Dois meses se passaram e todos os dias o diretor fez questão de me lembrar, mas não consegui. Eu tentei, até mesmo tentei falar com meu pai, mas ele disse por telefone que eu tinha que me virar. Acho que ouvir do seu próprio pai que eu deveria estar morto foi o fim. Meu irmão tentou de tudo, mas também não foi ouvido. Segundo Rodrigo ele está procurando um amigo advogado para que ele o ajude.

Enquanto isso aqui estou, faltando poucos meses para o fim do ano e sem escola. Eu pedi para o diretor Ramon me deixar fazer uma prova de bolsa, mas ele alegou que todas já estão em uso e que eu não iria me encaixar, já que meu pai tem muito dinheiro. Tentei argumentar sobre o fato dele não pagar, mas nada foi feito. Ramon apenas não moveu um dedo, acredito que ele quer me ver pelas costas ainda mais que nestes dois meses a escola inteira comentou sobre meu namoro com o Erick.

_ Ei, não fica assim. Você vai voltar, vai ver. Seu pai vai acabar mudando de ideia, ou seu irmão vai conseguir entrar com processo. Vai acabar bem. E a gente...

_ Minha vida desabando e você preocupado com a gente? Erick? Sério? Eu...

_ O que deu em você? Óbvio que eu estou preocupado com a gente, porque a gente significa sua felicidade e a minha. Se você não está feliz eu também não estou. E ultimamente você anda ficando todo estranho do nada. Eu sei que sua vida não está fácil, eu sei disso e eu estou aqui, não só eu, todos seus amigos estão aqui com você e você fica aí calado, passa horas olhando para o nada. Eu pergunto o que aconteceu, você diz que nada, mas faz meses que você ficou assim, desde que foi aquele dia estudar no Matheus. E pelo visto a última vez, do nada você parou com as aulas, não é mesmo? - Erick não é idiota, ele sabe que algo rolou, eu tentei não falar sobre, mas quando Matheus me disse que era melhor não nos vermos, eu sabia que ia dar nisso.

_ Eu... eu...

_ Ah não sabe o que falar? Rafa, sinceramente, eu tenho até medo de saber o que aconteceu entre vocês. Porque eu sei, eu sei que você sente algo por ele ainda. Não sou idiota, mas nestes meses todos de namoro, eu pensei que o que você sentisse por mim fosse maior, mas pelo visto ainda não é. Eu...

Ele vai me odiar, ele vai me querer longe daqui, mas eu já não aguento mais mentir para ele assim. O Erick não merece isso.

_ O Matheus e eu nos beijamos na última vez que fui na casa dele estudar, mas eu posso...

_ EXPLICAR? Não, nem tenta. Eu já imaginava, pelo menos depois de dois meses você foi sincero. Eu sabia que você o amava, mas o que eu sou para você? O que eu represento para você? O que somos? Eu realmente quero saber. Porque se eu não significo nada, me fala. Eu mereço saber. Quando começamos fomos sincero, e eu sempre deixei claro tudo até o momento que eu percebi que te amava, mas você não. E agora essa. É ele que você quer?

Me levanto, eu não sei o que quero e sinceramente não quero definir nada agora. Me viro e saio correndo. Erick me grita, mas não o olho. Desço a rua a todo vapor, está chovendo e o clima está péssimo.

Eu corro e corro e...

_ Ei, onde você vai com essa pressa e sem guarda - chuva? Você está chorando? - levanto o rosto e Matheus está parado na minha frente. A única pessoa que eu não quero encontrar.

_ Eu... eu contei para o Erick do beijo. - pronto, agora ele sabe.

_ Se você quiser eu converso com ele, eu falo que a culpa foi minha. Rafa volta comigo, você está todo molhado.

_ A culpa não foi sua, eu também queria. - digo por fim é Matheus sorri e se inclina ele vai me beijar. Não, não... foi isso que fez isso tudo. Eu não faço nada certo e não vou mais errar.

_ Não, Matheus não. Para! Foi isso que fez a confusão. Eu não posso mais. Eu não faço nada certo e este mundo ficaria melhor se eu morresse.

Empurro Matheus e continuo correndo, ele me grita e eu não o olho. Chega. É isso, só preciso esperar anoitecer e tudo vai acabar...