A História de Malia Mason - 10a Temporada

Capítulo Dez

- Não! Eu vou com eles. Sou bem capaz de fazer tudo isso, e se ficar aqui dentro será pior. - Disse eu.
Rick estava tentando me convencer a ficar na comunidade, enquanto Daryl, Abraham, Sasha e Callen iriam sair e tentar levar os errantes para longe, usando carros para atrai-los.
Por momentos lembrei de Merle. Ele fez algo parecido uma vez, quando ainda eramos só nós dois, para me salvar. Sorri. Tinha saudades do Dixon idiota.
- Então vamos. - Disse Abraham. - A boneca já disse que vai, não vamos ficar perdendo tempo.
Ele colocou um braço em cima dos meus ombros e me levou com ele, para junto de um dos carros. Senti Daryl ficar tenso e Rick sorrir.
Parei junto do carro e logo Daryl e Callen se aproximaram.
- Eles vão atrair os errantes para longe do portão, atirando e tudo isso. - Disse Carol. - Você ficarão com uma chance de sair, mas têm de ser rápidos.
Todos entendemos e Carol desejou boa sorte e se afastou.
Os tiros começaram e vi Tara gritar. Sorri. Ela sempre me parecera meio louca, juntamente com Eugene.
Entrei no carro de Abraham, sentando do lado dele, que ia dirigindo, depois de beijar Daryl, que iria na moto. Callen entrou no banco de trás e esperamos o portão ser aberto.
Saimos de Alexandria e conseguimos fazer os errantes nos seguirem. Daryl e Abraham têm walkie-talkies, que permitem contactar Alexandria, Rick, em caso de necessidade.
Seguimos muito devagar, com os vidros abertos por causa do calor. Daryl segue de moto, na frente do carro. Minha mente ainda pensava em Lauren, mas por enquanto eu tinha como mantê-la ocupada.
- Você vai conseguir achar Lauren. - Disse Abraham.
Olhei ele.
- Abe... Eu sei que ela pode estar... Ou pior, pode ser um deles. - Indiquei os errantes. - Eu não vou deixar de procurá-la, nunca, mas não estou tão confiante assim.
- Daryl também nunca irá deixar de procurar a filha. - Disse Abraham. - Ele tem feito isso desde que descobriu que Lauren sumiu.
- Podemos mudar de assunto, por favor? - Pedi com um sorriso pequenino.
Abraham sorriu e depois continuou dirigindo.
Um pouco depois, Daryl parou a moto junto de um cruzamento e Abraham parou junto da moto. Ele espreitou pela minha janela.
- Vamos nos separar. - Disse ele. - Acho que escutei algo estranho vindo de casa.
- Daryl, nem pensar! - Disse eu.
- Eu volto rápido. Só preciso saber se eles precisam de ajuda. Vocês ficarão bem, só têm de seguir o plano. - Disse ele.
- Daryl, deixa de besteira. - Disse Abraham.
- Não se preocupem, eu volto.
E vi Daryl se afastar, nos deixando com uma horda gigante atrás da gente.

Fiquei vendo Daryl se afastar, enquanto Abraham continuava dirigindo o maldito carro. Pensei em pular do carrro e seguir Daryl, ou pelo menos gritar tanto que ele seria obrigado a parar e vir me pegar antes que os errantes me matassem, mas depois percebi que Abraham, que me olhava como se lesse meus pensamentos, nunca iria deixar acontecer nada disso.
- Ele volta. - Disse Abraham. - Ele volta sempre.
Olhei Abraham.
- Mas não é legal brincar com a sorte. - Respondi. - Ele pode não regressar.
- Malia, estamos falando do Dixon. - Abraham sorriu. - Relaxa boneca, sorri um pouco, vai ficar tudo bem.
Fiz um som muito estranho.
- Sorrir? Não quero sorrir. Minha vida está um inferno!
Callen permaneceu calado, enquanto eu discutia com Abraham. Claro que o ruivo nunca perdeu a paciência comigo, falando sempre como se tudo fosse ficar perfeitamente bem e não vivessemos em um apocalipse.
Mais na frente, uns bons quilómetros de distância de onde Daryl tinha deixado a gente, algo acontece e o carro para no meio da estrada. Olho Abraham e vejo ele meio confuso.
- Abe? - Digo eu. - Vamos embora, eles estão atrás da gente, em breve vão chegar no carro.
- Eu sei Malia. - Responde ele. - Mas o carro não funciona.
Olho pelo espelho, vendo a horda gigantesca de aproximando cada vez mais. Suspiro, pego uma flecha, seguro o arco com força e saí do carro. Espreito o interior.
- Vamos! Caminhamos um bocado na frente, os errantes seguem a gente e depois fugimos em direção de Alexandria. Eles seguirão em frente. - Disse eu. - Rápido, temos de ganhar distância.
Abraham me sorriu e saiu do carro, e Callen seguiu a gente, segurando um arma. Era estranho estar ali com o pai do Liam. Ei tinha saudades do meu amigo idiotamente amigável.
Caminhamos durante horas, e conseguimos uma boa distância do grupo de errantes. Encontro uma estrada secundária e decidimos ir por aí, pena que não fomos os únicos.
Mais na frente, olhei a estrada principal, escondida para não ser vista por ninguém. Os errantes continuavam em frente, tal como eu falara. Sorri e voltei para junto de Abraham e Callen.
- Vamos para casa, eles estão seguindo na direção certa. - Disse eu.
- Hum Malia... - Disse Abraham.
Olhei discretamente para onde ele indicava e vi um arqueiro no topo de um prédio, e dois atiradores nas janelas de outro prédio. Continuei falando com Abraham como se não tivesse visto nada.
- Não podemos deixar eles atirarem, o barulho vai atrair os errantes para cá. - Disse eu. - Abraham, se a gente for na frente, os atiradores conseguirão nos atacar?
Abraham olhou em volta e depois de novo para mim.
- Não. Eles terão de se mover porque ficarão sem visibilidade.
- Ótimo. -Respondi. - Eu vou na frente, mato o arqueiro, porque ele está no topo e terá sempre visibilidade sobre nós. Vocês se separem, matem os atiradores, mas sem barulho por favor. Irei para junto de vocês logo que possa.
Eles se afastaram e eu caminhei em frente. Tal como previ, os atiradores se moveram, desaparecendo das janelas. Segurei o arco com força e me virei, mas o arqueiro disparou primeiro e senti algo rasgar minha testa, mas sem atingir totalmente. Disparo a seta e vejo o arqueiro cair do prédio, com um som sinistro de ossos quebrando quando bateu no chão.
Mas depois escuto o som de tiros e sei que os errantes vão escutar também... E que virão na nossa direção.