VEM

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Vem ó Victorino,
Vem levar tua Florbela com sorriso
Vestida de branco
Vem sendo para todos um anjo.

Assentado num banco de altar
A espera de seu homem para juntos bailar
Sob o som da orquestra que faz beijar os milagres
De querer estar abraçando quem ama para sempre.

Mais tarde como numa novela
Uma família formar
Tu e a Florbela.

Sorridente, ela espera
Sorridente, espera ela.

Vem Victorino depressa dar o anel
Que a pobre Florbela vai pensando que o amado perdeu
E lá na igreja não se fala mais nada além de ti
Da crueldade que tu bobo homem
Àquela mulher estás a fazer ali.

Tudo isto é muito triste
Não apareces porquê?
Não foi esta flor bela que viste?

Em posição de fazer feliz a queriam muitos outros
Mas tu disseste que era tua mulher
Mostraste sentimentos que seriam duradouros
Hoje nada estamos a entender.

Tinhas de lhe ter dito alguma coisa
Que não serviria para esposa
Que não mais a queres
E não se sentiria abandonada assim
Assim linda, vestida de anjo só para ti.
Ela ansiava ser dona de casa
Suas palavras partiram
Não diz nada...

Vem ó Victorino,
Vem levar tua Florbela com sorriso
Vestida de branco
Vem sendo para todos um anjo.

Assentado num banco de altar
A espera de seu homem para juntos bailar
Sob o som da orquestra que faz beijar os milagres
De querer estar abraçando quem ama para sempre.

Mais tarde como numa novela
Uma família formar
Tu e a Florbela...

Ela passou o pano sobre o rosto
Ainda presente vírgulas duma alma transtornada
E o que a dor faz, camarada!
Estendeu suas mãos para o rival Adalberto.

Ele a levou
Ela gostou por pelo menos alguém a amar
E a multidão encarando o jeito que se aproximou
Marido e mulher os declarou no altar
Até eu, teu amigo, gostei
Ela não podia mais sofrer...

Victorino não vem mais
És um caso perdido
Teu funeral em casa do Adalberto está marcado
Descansa, descansa em paz!

AUSÊNCIAOnde histórias criam vida. Descubra agora