capítulo 13

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todos tivemos que ir embora, mas a mãe e a irmã dele ficaram lá. Corey resolveu me dar uma carona e todos os meninos foram para suas devidas casas.

— eu sou um monstro.

— Lisa, por favor não fala assim...

— mas é a verdade.

— você sabe que não.

— eu entendi tudo errado. naquela noite ele me deixou sozinha para buscar a irmã. naquela tarde ele havia abraçado a própria irmã também. eu achei que era alguma ficante dele, então me senti confusa e enganada. depois acabei me envolvendo com alguém que não amo de verdade e não faço ideia de como continuar, ainda mais com o Joey assim...

— espera um pouco, naquele dia ele dormiu com você? - disse ele chocado.

— isso não vem ao caso. - falei envergonhada.

— olha Lisa, seres humanos erram, você não tinha como saber a relação deles. o seu erro foi não ter questionado o Joey, e o erro dele foi ser imprudente. não tem motivos para pesar tanto nas suas costas.

— você acha mesmo? - falei enxugando as lágrimas.

— sim. eu tenho certeza que ele vai ficar bem, o que ele não tem de altura, tem de força. - brincou, afagando minha cabeça com uma de suas mãos.

— muito obrigada Corey, eu não sei o que faria sem você. - respirei fundo e desci do carro após nos despedirmos.

— onde você estava? fiquei o dia todo aqui preocupado e você sequer atendia. - disse Eron muito puto na porta da minha casa.

— olha Eron, aconteceu muita coisa hoje, eu realmente não tô com cabeça pra nada. - falei passando por ele e abrindo a porta de casa.

— você faz isso comigo e não me dá nem uma resposta? - disse ele entrando em casa junto comigo. — porque você tá chorando?

— meu colega de trabalho sofreu um acidente muito grave hoje. - falei enxugando as lágrimas. — não me entenda mal, mas eu preciso ficar sozinha por um tempo. você tem que ir pra casa.

— é sério que você tá fazendo isso comigo? - disse indignado. — pois então, que assim seja.

assim que ele saiu fechei a porta e subi pro banho. eu não sei como ainda tinha tantas lágrimas após passar o dia inteiro chorando. a imagem do Joey no hospital havia grudado em minha mente, estava acabando comigo.

[...]

de manhã, ouço alguém jogando uma pedra na janela do meu quarto. não era grande o suficiente para quebrar o vidro, mas serviu para chamar minha atenção.

— Eron, eu não te disse que precisava de um tempo sozinha? - falei ao abrir a janela.

— hoje é um dia especial. meus pais estão doidos pra te conhecer então vim te buscar.

puta que pariu, eu mereço...

— olha, eu realmente não estou nada bem e não quero causar problemas a você e seus pais.

— você vai mesmo deixar minha família esperando? eles prepararam um jantar especial só pra esse evento! vai deixar meus velhos tristes.

— a gente sequer namora. - falei já um pouco irritada. — me desculpa de verdade, mas não vai rolar. eu realmen- fui interrompida.

— primeiro você me dá esperanças de um relacionamento sério, depois de repente me larga na sua casa sozinho até tarde da noite sem me explicar direito o motivo e agora é isso? você só pode estar zoando com a minha cara. - ele estava extremamente puto.

— me desculpa. eu não queria que as coisas fossem assim, eu não imaginei que seria desse jeito. por favor só me perdoa e vamos deixar essa história de lado. - falei deixando escapar algumas lágrimas.

— se você acha que tudo vai simplesmente acabar está muito enganada. você me deve pelas coisas que me fez passar.

— Eron por favor para...

— não se preocupe Lisa. qualquer dia desses iremos nos encontrar de novo por essas esquinas e resolveremos nosso problema. por bem ou por mal. - disse ele sério, destruindo uma das plantas da minha tia e indo embora.

senti um arrepio na espinha a cada frase dita pelo Eron. meu corpo havia paralisado de medo e meu cérebro não processava tudo aquilo.

ele realmente me ameaçou...

eu não fazia ideia do que fazer. eu queria apenas visitar o Joey todos os dias e deixar mensagens para ele, mas agora graças às minhas "decisões maravilhosas" estou correndo um perigo terrível. eu mal posso imaginar o que aconteceria se eu esbarrasse com o Eron novamente depois disso...

eu não sabia a quem pedir ajuda, se é que eu podia pedir ajuda. tive medo de envolver mais alguém e levá-la à desgraça junto comigo, eu não quero destruir a vida de mais ninguém, e por isso eu preciso arranjar um jeito de me ajudar sozinha.

após alguns minutos pensando, lembrei que havia um diário novinho guardado em minha estante. eu poderia desabafar tudo o que estava acontecendo comigo naquelas folhas meio amareladas e sem vida. inicialmente pensei ser uma ideia boba e infantil, até perceber seria realmente útil registrar tudo, até mesmo para atualizar o Joey quando ele acordasse.

e essas eram as minhas novas metas: sobreviver e  um "diário informativo" para o Joey. também seria um ótimo jeito de pedir desculpas por tudo que ele passou por minha culpa.

mas, como eu vou entregar esse diário?

boa pergunta. o importante é escrever, depois penso na parte de entregar.

Little Rockstar | [JOEY JORDISON]Onde histórias criam vida. Descubra agora