capítulo 17

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— Lisa? - ouço a voz do Joey um pouco distante.

ao abrir meus olhos vejo todo mundo em volta da minha cama com um olhar preocupado.

— o que foi? - falei confusa, sentindo um pouco de dor de cabeça.

— você apagou. - disse Corey.

— ela ficou doente por minha culpa. - disse Joey, meio cabisbaixo.

— não Joey, para com isso. - falei segurando a mão dele.

— do que vocês tão falando? - disse Angel confusa.

— digamos que resolvemos tomar banho de chuva ontem. - falei, tossindo um pouco.

— foi praga daquele velho filho da puta. - disse Joey, deixando todos ainda mais confusos. — longa história.

— enfim, trouxemos alguns remédios pra você. - disse James, se sentando na ponta da cama e colocando a caixinha de emergência ao meu lado.

— eu fiz o chá que você pediu mas já esfriou. - disse Joey, decepcionado.

— não se preocupe, eu bebo mesmo assim.

— não vou deixar você beber chá frio. Paul, você pode colocar uns 30 segundos no micro-ondas por favor? - disse ele entregando a xícara.

Paul concordou com a cabeça e desceu para realizar seu pedido. aproveitei para ver quais remédios seriam úteis para tomar, e escolhi apenas um, que servia para todos os sintomas que eu estava tendo. eu detestava ficar doente e deixar as pessoas preocupadas, mas dessa vez até que não foi tão ruim. todos estavam se organizando para me ajudar em alguma coisa e o Joey não saía do meu lado de jeito nenhum.

— você ainda está com febre. - disse Joey, com a mão em minha testa.

— onde aprendeu a cuidar tão bem de alguém doente?

— meu sobrinho. costumo vê-lo bastante, então acabei aprendendo. - disse ele, todo bobo. ele amava muito aquela criança.

— achei adorável. - falei rindo de leve.

o mais velho se deitou ao meu lado e me abraçou, sem dizer mais nenhuma palavra.

— não tem medo de ficar doente também?

— minha imunidade é forte. - disse ele, fazendo carinho nos meus cabelos. — agora descansa um pouco, talvez dormir ajude a melhorar.

consegui cochilar por alguns minutos e ouço algumas pessoas cochichando, e de repente sinto um flash branco vindo em meu rosto, então abro os olhos e vejo os meninos tirando várias fotos minha e do Joey, que nem se mexia.

— vocês não tem nada melhor pra fazer não? - falei rindo.

— só estamos recolhendo provas. - disse Paul.

— vocês dois viviam brigando e dizendo que não se suportam, mas direto vemos vocês grudados, então registrar isso vai deixar ambos sem argumentos. - disse Corey, dando uma risaa maligna e engraçada.

— vocês não prestam.

— mas não é só com você. percebemos que o Sid também tá diferente perto da Angeline. - disse Paul.

— ele tá todo tímido e frufru quando ela aparece. não podemos deixar isso passar despercebido. vamos fazer pior: vamos gravar! - disse Corey.

— me garantam que vão enviar esse vídeo para mim. - falei interessada.

— pode deixar. - disse Paul, rindo.

eles saem do quarto muito empolgados e fecham a porta. voltei minha atenção para o Joey, que dormia tranquilamente ao meu lado. eu realmente não sei como ele não acordou com aquela barulheira toda, talvez seja costume. me aproximei dele e o abracei. era uma sensação indescritível de boa, já que ele era perfeito como travesseiro humano.

[...]

mais tarde, eu já estava me sentindo melhor. não era 100%, mas estava muito superior a antes.
mas o Joey não parava de pegar no meu pé, me fazendo andar de meia, calça e moletom dentro de casa, ainda preocupado com a minha febre. ele parecia realmente uma mãe.

nós terminamos de almoçar, quando a Angel teve a brilhante ideia de irmos a um parque de diversões que estava na cidade há alguns dias. todos ficaram muito empolgados com a ideia. mas o Joey disse que só iríamos se eu concordasse em levar algum casaco para caso minha febre voltasse. eu realmente não estava mais sentindo frio, mas resolvi aceitar para não deixá-lo preocupado e poder me divertir lá.

vesti uma calça preta meio folgada e com rasgos no joelho, uma blusa regata justa e vermelha do Death, uma demonia básica preta na altura do tornozelo e estava levando minha jaqueta de couro que tinham várias spikes enfeitando. fiz uma maquiagem simples com um esfumado preto nos olhos, um batom vinho na boca, e acrescentei algumas pulseiras/brincos como acessórios.

ao sair do quarto me deparei que eu e o Joey estávamos vestidos de forma MUITO parecida. as cores, os acessórios e até o calçado estavam idênticos.

— se combinássemos não sairia tão igual assim. - disse ele, Rindo.

— você tá me copiando na cara dura.

— eu nasci primeiro, logo, você se inspira em mim, jamais o contrário. - disse ele, jogando os cabelos para trás, se achando.

— você é ridículo. - falo rindo.

fomos todos juntos na vã, e levou alguns minutos para chegarmos. era um parque enorme, cheio de brinquedos de vários tipos. eu estava empolgada.

— Sid, quer ir comigo na montanha russa? - disse Angel.

— agora! - disse ele, saindo com ela correndo.

os outros meninos se dividiram entre os brinquedos até sobrar eu e o Joey, que decidimos ir na casa do terror. foi uma experiência um pouco traumatizante, já que o Joey resolveu se juntar com os fantasmas e me atormentar até o passeio lá dentro acabar. tenho certeza que o Brasil ouviu meus gritos de desespero.

não só os meus, mas também os da Angeline e do Sid, que estavam se cagando de medo daquela montanha-russa sinistra e cheia de malabarismos. foi muito engraçado ver a cara dos dois quando passavam perto de onde estávamos assistindo.

Mick, James e Shawn resolveram participar daqueles jogos de tiros que dão prêmios e saíram com pelo menos 5 ursos de lá. foi uma cena bem inusitada vê-los segurando pôneis e pandas pelo parque.

Joey e eu resolvemos pegar um algodão doce e irmos na roa gigante. eu tinha um puta medo de altura, então ele me garantiu que ficaria ao meu lado e seguraria minha mão. aos poucos fomos subindo e tendo toda a visão do parque, e aquilo me deu um puta frio na barriga, que me fez segurar a mão do mais velho com mais força.

— Lisa. - disse Joey, um pouco sério.

— fala. - respondi, ainda degustando o algodão-doce.

— eu realmente não quero que a gente continue nesse limbo que estamos no momento.

involuntariamente comecei a tremer. eu não sabia exatamente o que ele queria dizer com aquilo, mas por ele estar tão sério, fiquei apreensiva.

— do que você tá falando? - falei olhando em seus olhos.

— Lisa. você aceita namorar comigo?

aquilo me deixou em choque. ele realmente estava falando sério, e eu podia sentir a firmeza em cada uma de suas palavras.

engoli em seco, ainda nervosa com o pedido repentino, e respondi: — sim, eu aceito.

Little Rockstar | [JOEY JORDISON]Onde histórias criam vida. Descubra agora