Little Rockstar | [JOEY JORDISON]

capítulo 4

[P.O.V Joey]

eu estava ainda dentro do quarto da Lisa, observando. ela era uma pessoa interessante, realmente uma caixinha de surpresas. eu nunca imaginei que teríamos gostos em comum.

ao sair do quarto e ir para o corredor, ouço um barulho estranho. olho ao meu redor procurando de onde vinha, e era do banheiro.

— psssiuu, vem cá! - disse Lisa.

o que essa menina quer agora?

— Lisa? - falei me aproximando.

— ah é você Joey? achei que fosse outra pessoa. mas pode me fazer um favor?

— porque eu deveria? - falei provocando.

— olha isso é sério, não é hora de implicância ok? eu posso morrer congelada!

— não sabia que você era dramática desse jeito. - falei rindo.

— é sério!!!! eu esqueci minha toalha em cima da cama, poderia buscar pra mim?

— o que eu ganho em troca?

— Joey!!!!! - disse ela já um pouco irritada.

— tudo bem, eu vou buscar. mas ainda quero algo em troca. - falei voltando pro quarto.

[P.O.V Lisa]

eu realmente já estava morrendo de frio andando de um lado pro outro naquele banheiro. odeio de verdade ter que lavar o cabelo quando o clima não é ensolarado o suficiente, ou no frio.

não muito tempo depois ouço passos vindo na direção do banheiro, e em seguida batendo na porta.

— Joey? - falei colocando metade do rosto na porta.

— trouxe sua toalha. - disse ele estendendo o braço.

— muito obrigado mesmo! eu já estava congelando. - tentei fechar a porta mas algo o impediu. — Joey? o que foi? tá tudo bem?

então de repente ele entra no banheiro e tranca a porta. fiquei em choque com a atitude dele e cobri meu corpo rapidamente com a toalha, muito envergonhada e confusa.

— o que você pensa que tá fazendo????

— shhh!! assim os outros irão nos ouvir. - disse ele tampando a minha boca com o dedo indicador.

ficamos alguns segundos nos encarando, até o Joey colocar suas mãos em meu rosto e selar nossos lábios. eu não podia acreditar que aquilo estava acontecendo, DE NOVO!

o beijo se iniciou de forma tranquila, mas foi evoluindo para algo mais urgente e intenso. entre poucas pausas durante o beijo era possível sentir a nossa respiração ofegante e pesada.

suas mãos deslizaram lentamente para a minha cintura nua e molhada por causa do banho. não podia negar, sentir ele tocar o meu corpo me trás sensações inexplicáveis.

— Joey...

— não se preocupa. eu não vou te ver nua, ainda. - disse ele ajeitando a toalha que eu estava segurando na parte da frente do corpo.

— ai quem tá no banheiro??? vai demorar muito?? eu tô apertado!!! - disse Sid, nos dando um susto.

— sou eu Sid, já já eu vou sair! - falei meio nervosa.

— tudo bem Lisa! só não demora muito senão vou explodir! - disse ele aparentemente saindo do corredor.

— que merda. - falei respirando fundo.

— relaxa. sempre tem outra oportunidade. - disse Joey me dando um selinho e saindo do banheiro.

me enxuguei, vesti uma roupa, e fui direto pro meu quarto me jogar na cama. eu ainda estava sem acreditar no que havia acabado de acontecer.

o Sid ter aparecido me deixou aliviada e tensa ao mesmo tempo. certamente eu estava tão nervosa que poderia ter um infarto a qualquer momento.

— Lisa, vem aqui! - ouço Corey me chamar.

todos eles estavam reunidos na sala para conferirem como ficaram as faixas do álbum. eles queriam que eu também fizesse parte daquele momento e apreciasse o trabalho árduo deles.

todas as 14 músicas eram muito impactantes, brutais e raivosas. aquilo era algo muito diferente do último álbum, mil vezes mais pesado. eles conseguiram transmitir todos os sentimentos que estavam tendo durante as gravações.

a capa do álbum seria um bode, representando o quão obscuro seria esse lançamento. ninguém sabia de onde o Shawn tinha arranjado um bode, mas concordaram. e apesar de ter sido um cuzão, Ross fez um trabalho maravilhoso, captando todo o potencial de cada membro da banda. esse filho da puta sabe o que faz!

mas só de lembrar de tudo o que eles passaram nesse tempo me embrulha o estômago. foram tempos extremamente delicados pra cada um deles, e isso também pesava pra mim.

todas as brigas, problemas com drogas e álcool, ver o Corey se machucando para produzir o álbum, foi bem pesado. inconscientemente eu tomava as dores e problemas deles para mim, e sinceramente, não desejo isso pra ninguém.

o bom é que tudo isso serviu para gerar um álbum marcante. e me trás um pouco de alívio saber que eu consegui fazer algo, ou pelo menos ter sido o impulso para eles terem saído do fundo do poço.

Sid melhorou em relação ao luto.
Chris passou a evitar muitas festas.
Mick passava menos tempo isolado.
a esposa de Shawn havia melhorado.
James conseguiu diminuir o uso de drogas.
Paul diminuiu em 50% o consumo de álcool.
os projetos do Corey e Joey estavam indo bem.

os conflitos internos que aconteciam quase que o tempo todo foram gradualmente diminuindo. as vezes eu tive medo de me intrometer e levar um soco? sim. mas dei meu máximo para que tudo terminasse bem.

o álbum então após 100% completo foi lançado. Corey por algum motivo foi um dos primeiros a comprar o CD físico, dizendo ser uma "tradição".

o público do Slipknot aos poucos foram fomentando a popularidade do álbum. a volta do Slipknot estava sendo anunciada gradativamente pelos meios de comunicação da cidade.

tudo estava caminhando aos pouquinhos, mas eu sentia algo... sabe quando você sente que algo ruim está prestes a acontecer?

esse mau pressentimento começou a me assombrar.