Capítulo - XIV

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__ Você não contou para eles... - o demônio de olhos verdes falou, estava frente a frente com o humano de cabelos negros, quando descobriu que ele havia se levantado, fez questão de ir atrás do mesmo para pergunta-lhe o motivo pelo qual não havia dedudaro sobre si para o rei. 

__ Simples, quero saber uma coisa. - o humano se aproximou do demônio que encolheu seus ombros, por mais que soubesse da sua posição que era superior que a do moreno, o esverdeado ainda tinha medo dele, afinal, diferente de si, ele já estava acostumado com brigas, soube do seu passado como integrante de uma gangue assassina e com isso ficou sabendo do fato de que aquele humano era um dos melhores em aniquilar demônios.  

__ O que você quer saber? Se eu souber eu posso te contar... - o demônio sussurrou, encurralado entre a parede e o humano mais baixo, porém, que tinha um olhar amedrontador. 

__ Por que... o seu chefe quis me sequestrar?  Quais são as intenções dele?  - o humano recebeu como resposta o silêncio do demônio, mas esse silêncio não durou muito tempo, pois logo ele abriu sua boca começando a falar. 

__ Ele não me disse, ele apenas pediu para que eu te sequestrasse, só que, acho que tem alguma coisa haver com uma vingança contra o Yeonjun, não sei o motivo mas eu ouvir ele comentar sobre isso. - o demônio falou um tanto quanto rápido, mas ainda podia ser entendido o que saia de sua boca, Beomgyu apenas concordou com a cabeça e se afastou do demônio começando a seguir seu caminho pelos corredores. - Você vai contar? - falou chamando a atenção do humano que se virou para o mesmo e sorriu com ignorância em seus olhos. 

__ Por que eu faria isso? Se eu contar a verdade para o Yeonjun, o desfecho dessa história será chato, preciso viver alguma coisa interessante na minha vida.

Foram as únicas palavras que o humano falou, voltou a caminhar ignorando qualquer ação do demônio atrás de si. Mas quem o humano queria enganar? Na verdade, estava com medo do que Yeonjun poderia fazer ao demônio de olhos esverdeados, e, já sabendo que Soobin havia tido uma espécie de amizade ou romance com aquele ser frágil, podia imaginar a dor de cabeça que seria ver os dois irmãos brigando. 

Dias se passaram, e durante esse tempo Hueningkai ia ao palácio com mais frequência, Beomgyu observava o demônio de olhos verdes e o de olhos azuis todas as vezes que podia. Ficavam cada dia mais próximos, e isso parecia deixar o príncipe mais descuidado, vulnerável. 

__ Consigo sentir sua fraqueza daqui. - falou para si mesmo observando ambos os demônios rindo no jardim, um suspiro escapou dos lábios do humano que acabou se assustando quando escutou uma voz grave ecoando em seus ouvidos.  

__ Está com inveja? 

O humano se virou bruscamente observando o demônio de cabelos azuis o encarar com um sorriso.

__ Você está doido? Não saia por aí sussurrando no ouvido dos outros coisas sem sentido. - reclamou se sentando na janela e voltando a olhar para os demônios no jardim, Yeonjun apenas se aproximou mais, porém também os observou.

__ Não respondeu minha pergunta.

__ Ela é patética demais, não precisa de uma resposta.

__ Para você não precisa, mas eu quero saber sua resposta.  - falou olhando para o humano que virou o rosto para encarar o demônio.  

__ Não. Não sinto inveja de coisas idiotas como o amor. - falou voltando a olhar para os demônios. - Sinto inveja das pessoas que ganham na vida, com fortunas, diamantes e ouro, mas para aqueles que ganham o amor, eu sinto pena, pois eles são perdedores na vida. 

O Demônio encarava o humano curioso, cada palavra que saia de sua boca transbordava raiva e tristeza, se perguntava o motivo disso, afinal, o demônio não sabia de nada sobre o passado do humano.

__ Estou com vontade de te perguntar o porquê de você pensar assim, mas tenho certeza que você não vai me responder. 

__ Exatamente.

__ E por quê não? Porque essa minha dúvida não pode ter uma resposta? 

__ Porque a resposta para essa pergunta está sendo esquecida. - falou descendo da janela e caminhando para longe do demônio, que se virou sorrindo com um deboche em seu olhar.  

__ Você é um péssimo mentiroso, só esquecemos coisas insignificantes, e tenho certeza que isso que você diz ter esquecido é bastante significativo. - Falou fazendo o humano parar de andar e se virar para encarar o demônio. - Estou certo não é?

O humano não respondeu, apenas revirou os olhos e voltou a caminhar pelos corredores. 

No jardim, dois demônios riam alto, conversando sobre baboseiras vergonhosas que passaram em sua vida, ou fatos interessantes.

__ Mas, Soobin, como seus pais morreram? - o demônio perguntou, o de olhos azuis ao seu lado havia acabado de lhe contar uma história engraçada que havia vivenciado com seus pais quando tinha oito anos de idade, e com isso, essa pergunta curiosa surgiu na mente do esverdeado.

__ Bom, é meio que muito longa a história mas, vou tentar resumir. - falou endireitando sua postura e ficando em silêncio por um momento, pensando nas palavras que usaria. -  Em primeiro lugar, você precisa saber que na nossa família, a família real, passa seus poderes mais fortes através de uma mordida onde eles entregam seu veneno à próxima pessoa no trono.

__ Como assim? Todos não possuem o mesmo poder?

__ Não, os reis da nossa família possuem certas melhorias em seus poderes, seus ferimentos se curam mais rápido e sua força é duplicada, praticamente são melhorias em suas capacidades que tornam o rei o mais forte. 

__ Ah sim, entendi.

__ Certo, além disso, apenas os membros reais não podem ser mortos por espadas de metais, existe uma arma específica para isso que está escondida em algum lugar, quando meu irmão tinha 13 anos e eu 12, nosso pai acabou sentindo a força dessa espada, ela surgiu naquela época, feita por um humano que queria se vingar da nossa família, obviamente o alvo dela foi nosso pai que antes de morrer, entregou seu poder a nossa mãe, que matou aquele humano e escondeu a espada e em seguida assumiu todo o nosso povo, quando meu irmão completou 17 anos, minha mãe entregou a ele o seu poder de rainha, e se matou com a espada que aquele humano criou, ela sofreu muito com a morte do nosso pai, teve problemas psicológicos, mas suportou aquilo até que meu irmão estivesse preparado para assumir o trono, naquele dia, meu irmão escondeu a espada novamente, e assumiu o trono, desde então a espada está escondida em um lugar que apenas ele conhece.

O garoto terminou de falar e olhou para o menino de cabelos castanhos, se assustando com o olhar tristonho que o garoto mantinha em seu rosto.

__ Huening, o que foi? - perguntou preocupado para o outro que abaixou a cabeça. 

__ Me desculpe por ter tocado no assunto, fui indelicado. 

O demônio de olhos azuis sorriu e se aproximou mais, envolvendo seus braços em torno da cintura do demônio que se assustou arregalando os olhos, mas não se afastando do abraço. 

__ Não se preocupe, isso não me atinge, não mais. - falou sentindo o outro demônio afundando o rosto em seu peito, e correspondendo ao abraço. - Sabe, é até bom falar sobre isso às vezes. 

__ Ah é? Então está aliviado em falar sobre isso comigo? 

__ Na verdade... estou sim, é como se tirasse um peso das minhas costas, apesar que meu irmão parece carregar um peso pior ainda.  - comentou, soltando um riso, Hueningkai observava com cuidado as feições do moreno, tentando encontrar qualquer sinal de tristeza ou cansaço, mas ele não o tinha.

__ Estou feliz... fiquei preocupado pensando que você poderia estar se cansando, que bom que não parece ser o caso. 

__ Na verdade, durante os dias eu fico realmente muito cansado, mas nada importa quando estou com você, você Hueningkai, leva todo o cansaço e tristeza embora com apenas um simples sorriso, obrigado por isso.

Soobin sorriu para o menino ao seu lado. Um sorriso reconfortante, verdadeiro, sincero, e bonito. Sem ter o que dizer, o esverdeado ao seu lado apenas sorriu e murmurou:

__ Isso me deixa mais feliz ainda, Soobin.

The Diabolik Moon  [YEONGYU/BEOMJUN]Onde histórias criam vida. Descubra agora